Em entrevista à DW Brasil, antropólogo Juliano Spyer aponta que elite brasileira tem uma visão "estereotipada e muito arrogante" sobre a realidade dos evangélicos, que podem superar número de católicos no país em 2032.
Anúncio
O Brasil vive o maior processo de transição religiosa do mundo, com sua população migrando de forma acelerada do catolicismo para o cristianismo evangélico. Se em 1970 os evangélicos representavam 5% dos brasileiros, hoje são cerca de um terço e, nesse ritmo, em 2032 serão a maioria.
Essa transformação tem impacto nas instituições e na vida das pessoas, especialmente dos mais pobres, mas é ainda pouco compreendida pela elite do país, afirma o antropólogo Juliano Spyer, autor do livro Povo de Deus: Quem são os evangélicos e por que eles importam, que chega às livrarias nesta semana pela Geração Editorial, com apresentação de Caetano Veloso.
A ideia da obra surgiu quando Spyer morava numa vila de trabalhadores na periferia de Salvador para a pesquisa de campo de seu doutorado, sobre uso das mídias sociais pelas classes baixas. Lá, fez amizade com famílias evangélicas, passou a frequentar cultos e percebeu o impacto prático que as relações construídas na igreja tinham na vida de pessoas vulneráveis e sem acesso a direitos e serviços públicos.
"Essas igrejas produzem um serviço que o Estado não dá conta ou para os quais a sociedade brasileira não se mobiliza. (…) Há uma rede de ajuda mútua: quando o marido fica desempregado e se arruma emprego, o filho se envolve com drogas e encontra um lugar para ser tratado, o marido que batia na mulher encontra caminhos para negociar uma harmonia em casa. É um estado de bem-estar social informal", diz.
Spyer afirma que a elite brasileira tem uma visão "estereotipada, pouco esclarecida e muito arrogante" sobre os evangélicos, que se reflete também em parte da classe política, inclusive na centro-esquerda. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro, que teve entre os evangélicos sua maior vantagem eleitoral em 2018, adota uma estratégia "oportunista" de aproximação desse grupo, sinalizando que "se as outras pessoas não se interessam por eles, ele se interessa", diz o antropólogo.
DW Brasil: Como foi morar numa vila na periferia de Salvador de abril de 2013 a agosto de 2014 durante o doutorado?
Juliano Spyer: Sou um brasileiro branco, de classe média, ex-estudante da USP, a quem foi dada a oportunidade de fazer um programa de doutorado [no Reino Unido]. Precisava escolher um lugar [para a pesquisa de campo] e fui para um povoado no limite da área metropolitana de Salvador, numa vila de trabalhadores na Costa dos Coqueiros. Tive a oportunidade de encontrar um país que, nos documentos, é o meu, mas no qual eu nunca tinha vivido. A antropóloga americana Cláudia Fonseca, que vive no Brasil, disse que a divisão racial e por classe no Brasil é semelhante à da África do Sul no apartheid, mas se mantém e é silenciosa.
E por que decidiu pesquisar os evangélicos?
A antropologia do cristianismo é um dos principais temas da antropologia contemporânea. O Brasil pobre, principalmente na área urbana, é predominantemente evangélico. Não existe no mundo uma transição religiosa acontecendo como a do nosso país, que é o maior país católico do mundo e está se tornando um dos maiores países protestantes do mundo.
Em 1970 havia 5% de evangélicos, incluindo protestantes. Em 2000 eram 22%, e no ano passado era um terço da população acima de 16 anos. Os estatísticos preveem que em 2032 o cristianismo evangélico se tornará a religião predominante no país.
Isso afeta todo mundo. Por um lado, muitas igrejas evangélicas se deram conta de que, para influenciar nas pautas de comportamento, elas precisam se envolver com o governo. Mas existe um lado B, que é o efeito da igreja na vida das pessoas. [Na vila em Salvador] a gente convivia com a violência doméstica, ouvia gritos, e não adiantava chamar a polícia. Uma das primeiras consequências da conversão [ao cristianismo evangélico] era acabar com isso. A conversão também é um ato inteligente, e não apenas de fé, que traz benefícios à vida do brasileiro mais pobre.
No final dos 18 meses, descobri que várias das pessoas da igreja evangélica com quem me relacionava haviam participado de organizações criminosas e sido presas. E eram ótimos pais, esforçados, generosos. É a principal maneira para reinserir na sociedade pessoas que estiveram envolvidas com violência.
Sem desprezar os muitos problemas de ordem moral, temos que considerar o quanto essas igrejas produzem um serviço que o Estado não dá conta ou para os quais a sociedade brasileira não se mobiliza. A motivação desse livro é falar, para as pessoas do meu círculo, que existe muito mais complexidade e valores a serem levados em conta em relação a esse fenômeno.
No mapa das religiões, o que é o cristianismo evangélico?
Evangélico é um termo disputado. Precisamos usá-lo porque eles se reconhecem dessa forma entre si e em relação aos outros. Agora, se você vai ao Nordeste, evangélico é todo mundo que é protestante, inclusive do protestantismo histórico, como os luteranos e os calvinistas. No Sul, esses grupos se diferenciam. Mas há um grau de convergência, são todos protestantes e vieram do mesmo movimento contestador do Lutero.
São predominantemente conservadores no âmbito moral, mas há igrejas que relativizam isso, como a Bola de Neve. O [ginasta] Diego Hypólito, por exemplo, atleta brasileiro nas Olimpíadas, se assumiu homossexual e é dessa igreja. O que diferencia o pentecostalismo é ser uma religiosidade feita pelo povo, comunicada de uma maneira simples e que trata das questões deles do dia a dia. Isso se espalhou como fogo dentro do Brasil popular.
Por que o cristianismo evangélico teve tanta aderência nas camadas populares?
Segundo o antropólogo Gilberto Velho, o principal fenômeno social brasileiro do século 20 é a migração de nordestinos em massa para as capitais ao sul. Ao chegar nessas cidades do sul, eles ocuparam regiões periféricas, desprovidas de tudo, inclusive de Igreja Católica. São originalmente católicos, mas não têm garantias de trabalho, transporte, vivem em condições ruins de moradia, se desprendem das raízes familiares.
E nessa igreja você dá voz à sua religiosidade profunda, é ouvido como pessoa, não como número ou funcionário, põe para fora suas inquietações, frustrações e dores. Além disso, há uma rede de ajuda mútua: quando o marido fica desempregado e se arruma emprego, o filho se envolve com drogas e encontra um lugar para ser tratado, o marido que batia na mulher encontra caminhos para negociar uma harmonia em casa. É um estado de bem-estar social informal.
Esse cristianismo tem consequência direta na estabilização da vida de pessoas em situação de vulnerabilidade. Mas hoje você encontra também igrejas evangélicas em bairros mais luxuosos das capitais.
Como as classes média-alta e alta em geral veem os evangélicos?
Têm uma visão estereotipada, pouco esclarecida e muito arrogante. Veem ou como o evangélico do mal, o sujeito manipulador da fé que ganha dinheiro e se usa da ingenuidade popular, ou como o evangélico do bem, o coitadinho que precisou se apegar a isso. Mesmo quando se tem uma visão benigna, é prepotente.
Isso se reflete na cobertura da imprensa sobre os evangélicos?
Há uma disputa pelo acesso a camadas populares entre os grupos que controlam a comunicação no Brasil, de grupos de um mundo mais aristocrático, católico, em relação a grupos pentecostais, sendo a TV Record o principal deles. Parte do desinteresse ou falta de generosidade para tratar desse assunto se dá por uma disputa no âmbito da indústria da comunicação.
No livro, cito como a data dos 500 anos da Reforma Protestante foi anunciada no Jornal Nacional [em 2017]. Ele falam de Lutero, do Calvino, da fundação da primeira igreja protestante no Brasil, mostram uma celebração numa igreja protestante histórica, predominantemente branca no Rio de Janeiro, e os luteranos no Sul do país. Não entra um evangélico, como se o assunto não existisse. Sendo que a Assembleia de Deus, maior igreja evangélica do Brasil, foi fundada por missionários suecos batistas e eles se consideram protestantes.
Os evangélicos são mais conservadores do que o resto da população?
Sim e não. Se você pensar nos bolsões de prosperidade de pessoas que têm estudo superior, os evangélicos são realmente mais conservadores. Mas se você considerar o Brasil popular, há um senso de conservadorismo em relação a valores. Nos primeiros 400 anos do Brasil não dá para separá-lo do catolicismo, e de um catolicismo conservador. Esse conjunto de valores em relação às pautas de gênero, sexual, LGBT não é estritamente pentecostal, mas se desdobra no catolicismo e no espiritismo.
O grupo religioso que mais deu vantagem de votos a Bolsonaro na eleição de 2018 foi os evangélicos. Por que isso ocorreu
Concordo com um argumento levantado pelo cientista político Mark Lilla, de Columbia, em que ele fala que o sucesso da eleição do [Donald] Trump se deu pela incapacidade da adversária naquele momento, a senadora Hillary Clinton, de conversar com diferentes.
No Brasil, de um lado você tem um governo que demonstra respeito pelos valores dessa população [evangélica]. E do outro lado tinha o outro candidato, Fernando Haddad. Não sou antipetista e não falo isso como crítica pessoal, mas ele cometeu um erro ao chamar o bispo Edir Macedo de charlatão. Havia mulheres da Igreja Universal batalhando dentro dos seus espaços de culto para defender um candidato que era alternativa ao Bolsonaro que, com essa declaração, perderam essa possibilidade, pelo argumento de "como votar em alguém que nos desrespeita".
A alternativa é entender mais sobre o assunto e fazer uma negociação na qual não vai se concordar em todos os pontos, mas não irá demonizar a pessoa. O fato de eu escrever um livro que é empático [aos evangélicos] não significa que eu concordo com a maior parte das questões que eles defendem em relação a questões morais, mas quero dizer que não é só isso que deve ser considerado.
Bolsonaro afirma que até o final de seu mandato nomeará um ministro ao Supremo que seja "terrivelmente evangélico". Como o senhor interpreta essa fala?
Há uma ação oportunista do Bolsonaro para se aproximar de um grupo que é largamente desconhecido e rejeitado automaticamente pelo outro campo. O presidente sinaliza para esse grupo que, se as outras pessoas não se interessam por eles, ele, sim, se interessa.
A ministra da Mulher, Família, Direitos Humanos, Damares Alves, é uma das vozes radicais no governo na pauta moral. O quanto ela representa os evangélicos?
Há pessoas no meio evangélico simpáticas à ministra Damares, mas também há pessoas no meio evangélico simpáticas a pessoas como a [deputada federal pelo PT-RJ] Benedita da Silva e a Marina Silva, que são da Assembleia de Deus. Assim como a Damares, há outros evangélicos no governo que são repudiados ou motivo de vergonha para alguns grupos evangélicos.
Além disso, o ambiente na igreja evangélica é politizado, no sentido de questionar qual é o interesse do pastor quando ele traz tal pessoa, ou por que o pastor propõe algo ou está conversando com tal político. Foi aplicado um questionário em 2018 durante a Marcha para Jesus e um dos achados foi que a maior parte dos evangélicos ali não votava no candidato indicado pelos líderes da igreja.
E a bancada evangélica, representa a diversidade do cristianismo evangélico? Há instrumentalização da religião para ampliar o poder político?
Ela é representativa de muitos evangélicos, conta com representantes de muitas outras igrejas. Mas a Marina Silva não fazia parte dessa bancada e é evangélica.
Isso não impede que se faça uma crítica justa à utilização de estruturas da igreja para ter uma presença cada vez maior dentro do Estado e, a partir dessa presença, impor visões que são diferentes das visões dos evangélicos. Até pouco tempo, o cristianismo evangélico, como herdeiro da tradição protestante, sempre foi defensor da liberdade de culto.
Neste momento há uma sobreposição de canais, em que as igrejas são instrumentalizadas para eleger pessoas que depois deixam de ter responsabilidade com seus eleitores, mas somente com os donos dessas igrejas. É uma questão séria, que precisa ser considerada enquanto se estabelece diálogo com os evangélicos comuns, e não esperar até a eleição para então fazer um acordo de conveniência com o dono de uma igreja.
O mês de outubro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Getty Images/AFP/M. Pimentel
Sean Connery morre aos 90 anos
Uma das maiores estrelas do cinema, o ator escocês Sean Connery morreu aos 90 anos. Ele morreu enquanto dormia nas Bahamas.O ator ganhou fama mundial ao dar vida no cinema ao agente secreto James Bond, sendo o primeiro ator a interpretar o personagem. Ao longo de sua carreira, ganhou um Oscar, um Globo de Ouro, dois BAFTA e foi nomeado cavaleiro pela rainha da Inglaterra Elisabeth 2ª. (31/10)
Foto: Danny Lawson/dpa/picture-alliance
Forte terremoto atinge a Turquia
Um terremoto de magnitude 6,6 na escala Richter atingiu a cidade de Izmir, na Turquia, na costa do mar Egeu. O tremor deixou vários mortos e centenas de feridos no município, que é o terceiro maior do país. Imagens mostraram carros soterrados pelos escombros e pessoas em pânico. O terremoto foi sentido em cidades próximas e também na metrópole de Istambul, a cerca de 540 quilômetros. (30/10)
Foto: DHA
Ataque mata brasileira e mais dois em Nice
Três pessoas morreram, incluindo uma mulher degolada e uma brasileira, num ataque com faca numa igreja na cidade de Nice, no sul da França. O agressor, um tunisiano nascido em 1999, foi ferido a tiros pela polícia e levado a um hospital. Dois foram mortos dentro da Basílica Notre-Dame, e uma terceira pessoa, uma baiana de 44 anos, foi gravemente ferida e morreu num café nas imediações. (29/10)
Foto: Serge Haouzi/Xinhua/picture alliance
Novo lockdown na Alemanha
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e os governadores dos 16 estados decidiram endurecer as medidas restritivas na tentativa de conter o avanço da covid-19 no país. Em reunião por videoconferência, eles acertaram um lockdown parcial de um mês de duração, que inclui o fechamento de restaurantes, bares, academias e cinemas, além da limitação da reunião entre pessoas. (28/10)
Foto: Fabrizio Bensch/Pool/REUTERS
Mais uma conservadora na Suprema Corte
A conservadora e católica devota Amy Coney Barrett tomou posse como juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, após ter seu nome confirmado pelo Senado americano por 52 votos a 48. Ela havia sido indicada para o posto pelo presidente Donald Trump, para substituir Ruth Bader Ginsburg, uma das mais célebres figuras progressistas do tribunal, que morreu em setembro. (26/10)
Foto: Tom Brenner/Reuters
Lua tem mais água do que se pensava
A Lua pode ser muito mais rica em água do que se pensava anteriormente, segundo sugeriram dois novos estudos publicados na revista "Nature Astronomy". As pesquisas não só comprovaram a existência "inequívoca" de moléculas de H2O na superfície do satélite terrestre, como apontaram que elas estariam presentes em grandes quantidades, inclusive em forma de gelo. (26/10)
Foto: Richard Addis
Espanha volta a declarar estado de emergência
A explosão no número de casos de coronavírus levou o premiê da Espanha, Pedro Sánchez, a declarar estado de emergência em território nacional. É a segunda vez que a medida é tomada na pandemia. O governo quer que o estado de emergência dure até o início de maio e estabeleceu toque de recolher entre as 23h e 6h da manhã. Os estados, porém, terão liberdade para decidir a faixa de horário. (25/10)
Foto: Manu Fernandez/AP Photo/picture-alliance
Alemanha ultrapassa 10 mil mortes por covid-19
A Alemanha ultrapassou a marca de 10 mil mortes por covid-19 desde o começo da pandemia. O Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas, relatou 49 mortes em 24 horas, elevando o total para 10.003. O país também registrou um novo recorde de casos diários, com 14.714 novas infecções em 24 horas. (24/10)
Foto: Christoph Soeder/dpa/picture alliance
França ultrapassa 1 milhão de casos de covid-19
A França ultrapassou a marca de 1 milhão de casos de covid-19, após registrar mais de 40 mil novas infecções por dois dias consecutivos, e se tornou o segundo país da Europa, depois da Espanha, a atingir esse número simbólico de casos. Especialistas afirmam que o número real de infecções é provavelmente muito maior dos divulgados oficialmente, devido à pouca testagem no início da pandemia. (23/10)
Foto: Ludovic Marin/AFP
Polônia praticamente bane o aborto
Um tribunal constitucional na Polônia decidiu que a realização de abortos por anormalidade fetal viola a Constituição. A decisão significa uma proibição quase total da interrupção da gravidez em um país com as leis contra aborto mais rigorosas da Europa. (22/10)
Foto: picture-alliance/Zumapress/I. Berezowska
França homenageia professor decapitado
A França homenageou o professor que foi decapitado num subúrbio de Paris, após mostrar uma caricatura do profeta islâmico Maomé em sala de aula. Na cerimônia solene, o professor recebeu o título póstumo da Legião de Honra, a mais alta condecoração na França. O presidente Emmaniel Macron disse que o docente foi morto por ensinar alunos a serem cidadãos. (21/10)
Foto: Francois Mori/Pool/Reuters
Irlanda é o primeiro país da UE a reimpor lockdown
A Irlanda é o primeiro país da União Europeia a impor um segundo lockdown para conter a disseminação do coronavírus a partir da meia-noite desta quarta-feira. Comércios e serviços não essenciais ficarão fechados por seis semanas, mas escolas e creches permanecerão abertas. Exercícios ao ar livre serão permitidos num raio de até 5 quilômetros de casa. (20/10)
Foto: Paul FaithAFP/Getty Images
Mundo ultrapassa 40 milhões de casos de covid-19
O mundo ultrapassou a marca de 40 milhões de infecções por coronavírus, enquanto a Europa vive uma segunda onda de contágios, com cada vez mais países anunciando novas restrições. Mais da metade dos casos totais se concentram nos Estados Unidos (8.155.592), Índia (7.550.273) e Brasil (5.224.362). Em todo o mundo, já foram registradas 1.113.962 mortes em decorrência da covid-19. (19/10)
Foto: Alexander Demianchuk/TASS/dpa/picture-alliance
Banksy leva consolo a hotspot de covid
Num muro de Nottingham, Inglaterra, apareceu uma nova obra do misterioso "street artist" Banksy. Ela mostra uma menina brincando de bambolê. Na frente, acorrentada a um poste, está uma bicicleta (de verdade) com uma roda só. Os locais interpretam a imagem como um estímulo em meio à crise. Nottingham tem o mais alto nível de contágios no país. (18/10)
Foto: Carl Recine/Reuters
Ardern é reeleita na Nova Zelândia
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, foi a grande vencedora das eleições gerais realizadas na Nova Zelândia. "O país demonstrou o mais forte apoio ao Partido Trabalhista em pelo menos 50 anos", disse Ardern a seus correligionários eufóricos em Auckland, no discurso de vitória. A vitória esmagadora permitirá ao Partido Trabalhista assumir sozinho o governo. (17/10)
Foto: David Rowland/Reuters
Homem é decapitado nos arredores de Paris
Um homem foi decapitado em um subúrbio a noroeste de Paris. O agressor, um homem de origem argelina, foi morto a tiros pela polícia. Segundo a imprensa francesa, a vítima era um professor de História que mostrou caricaturas de Maomé para alunos. A seção antiterrorismo do Ministério Público francês abriu uma investigação por "assassinato em conexão com motivação terrorista. (16/10)
Foto: Charles Platiau/Reuters
Alemães voltam a estocar papel higiênico
Com o aumento no número de casos de covid-19 na Alemanha e a possibilidade de novas restrições, algumas redes de supermercado do país já começaram a registrar aumento na demanda por determinados produtos, como papel higiênico. Em março e abril, no auge da pandemia na Europa, as chamadas Hamsterkäufe (compras de Hamster) fizeram vários itens desapareceram das prateleiras. (15/10)
Foto: DW/M. Müller
Macron anuncia toque de recolher em Paris e outras oito cidades
O governo da França declarou estado de emergência de saúde pública por causa da covid-19 e a imposição de um toque de recolher entre 21h e 6h em nove cidades francesas, com previsão de multa de até 135 euros para quem desrespeitar a medida. As cidades que vão ficar sob toque de recolher são: Paris, Rouen, Lille, Saint-Etienne, Lyon, Grenoble, Montpellier, Marselha e Toulouse. (14/10)
FMI melhora previsão para o PIB brasileiro em 2020
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá recuar 5,8% em 2020, em meio aos impactos negativos da pandemia de coronavírus. O dado é um pouco mais otimista do que a projeção divulgada em junho, que havia apontado tombo de 9,1% em 2020. (13/10)
Foto: picture-alliance/Agencia Brazil/T. Rêgo
Mudanças climáticas dobram ocorrência de desastres naturais, diz ONU
Relatório da ONU afirma que ao menos 7.348 desastres naturais ocorreram entre os anos 2000 e 2019, o que resultou na perda de 1,23 milhões de vidas e afetou 4,2 bilhões de pessoas, além de custar à economia global em torno de 2,97 trilhões de dólares. Catástrofes como enchentes e incêndios foram impulsionadas em todo o mundo pelo aquecimento global. (12/10)
Foto: Valery Hache/AFP/Getty Images
Parada do Orgulho LGBT de Colônia sobre bicicletas
A maior parada do Orgulho LGBT+ da Alemanha, na cidade de Colônia, pôde finalmente ocorrer após ter sido cancelada em junho em razão da pandemia. Mas, para assegurar o distanciamento social e a saúde dos participantes, o evento foi realizado sobre bicicletas. A maioria das pessoas também usava máscaras de proteção. (11/10)
Foto: Thilo Schmuelgen/Reuters
Brasil supera 150 mil mortes por covid-19
Brasil acumula 150.198 mortes por covid-19, quase sete meses após o início da epidemia da doença no país. A morte da primeira vítima do coronavírus em solo brasileiro foi registrada no dia 12 de março. País soma 5.082.637 infecções. (10/10)
Foto: picture-alliance /ZUMAPRESS.com/PPI
Nobel da Paz premia Programa Alimentar Mundial da ONU
A maior agência humanitária do mundo foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz por seu empenho no combate à fome e pelo trabalho durante a pandemia de covid-19. Segundo a ONU, mais de 821 milhões de pessoas no mundo sofrem de fome crônica, enquanto outros 135 milhões enfrentam fome severa e outros 130 milhões podem vir a se juntar a esse grupo no final de 2020. (09/10)
Foto: Niklas Elmehed for Nobel Media
Mundo registra aumento recorde de casos diários de covid-19
A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou um aumento recorde de casos diários de covid-19 em todo o mundo, com um total de 338.779 infecções. Somente na Europa, foram 96.996 casos em um dia, o maior total para o continente já registrado pela OMS, que supera o número diário de infecções nos Estados Unidos, no Brasil e na Índia, os três países mais afetados pela pandemia. (08/10)
Foto: Cristian Leyva/NurPhoto/picture alliance
Criadoras da "tesoura genética" ganham Nobel de Química
As pesquisadoras Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna foram agraciadas com o Prêmio Nobel de Química pela descoberta de um método para a edição do genoma conhecido como CRISPR-Cas9 ou "tesoura genética". A francesa Charpentier e a americana Doudna se tornaram a sexta e a sétima mulheres a serem agraciadas com o Nobel de Química, se juntando à lista que inclui Marie Curie. (07/10)
Foto: Niklas Elmehed for Nobel Media
Nobel de Física premia pesquisa sobre buracos negros
O Nobel de Física de 2020 premiou três cientistas cujas pesquisas resultaram na descoberta de como se formam os buracos negros no universo. Os agraciados são o britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a americana Andrea Ghez. A premiação celebra "um dos mais exóticos objetos no universo", ou seja, os buracos negros, "onde o tempo parece estar suspenso". (06/10)
Descobridores da hepatite C recebem Nobel de Medicina
O trio de pesquisadores Harvey Alter, Charles Rice e Michael Houghton foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina, pela descoberta do vírus da hepatite C. Segundo o comitê responsável pelo prêmio, os três – Alter e Rice são americanos, e Houghton, britânico – foram escolhidos por sua luta contra a hepatite, "um grande problema de saúde global que causa cirrose e câncer de fígado". (05/10)
Foto: Niklas Elmehed/Nobel Media
Nova encíclica papal
O papa Francisco criticou o neoliberalismo e o populismo na sua nova encíclica, na qual apresentou uma visão para o mundo pós-coronavírus. O documento pede mais solidariedade para o enfrentamento de problemas globais como as mudanças climáticas ou a injustiça causada pela desigualdade econômica. Essa é a terceira encíclica do pontificado de Francisco e primeira divulgada em cinco anos. (04/10)
Foto: Divisione Produzione Fotografica/Vatican Media/picture-alliance
30 anos da Reunificação da Alemanha
Em discurso na cerimônia pelos 30 anos da Reunificação da Alemanha, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, agradeceu aos cidadãos alemães e aos parceiros internacionais pela contribuição à unidade do país. "Foi preciso muita coragem para chegar lá", disse. A cerimônia ocorreu sob restrições devido à pandemia. (03/10)
Foto: Sean Gallup/Getty Images
Trump afirma que está com covid-19
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que ele a primeira-dama, Melania, contraíram o novo coronavírus. Trump foi transferido para um hospital por precaução, onde deve permanecer nos próximos dias.Desde o início, Trump vinha menosprezando a doença. Ele ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde e vinha realizando eventos de campanha. (02/10)
Foto: Saul Loeb/AFP/Getty Images
Queimadas no Pantanal batem recorde
As queimadas no Pantanal bateram o recorde histórico em setembro, segundo dados divulgados pelo Inpe. No mês, foram registrados 8.106 focos de calor no bioma, o maior número contabilizado desde o início do monitoramento em 1998.Em setembro, houve um aumento de 180% nos incêndios no Pantanal em relação ao mesmo mês de 2019. (01/10)