Ilha remota tem maior densidade de lixo plástico do mundo
16 de maio de 2017
Localizada no meio do Pacífico, ilha Henderson acumula quase 38 milhões de peças plásticas trazidas pelas correntes marítimas a suas praias. Pesquisadores dizem que é urgente repensar uso do material.
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Pesquisadores afirmaram que a maior densidade mundial de lixo plástico de que se tem conhecimento fica numa pequena ilha inabitada do Oceano Pacífico. Eles estimaram haver 37,7 milhões de peças plásticas, ou 17,6 toneladas, nas praias da ilha Henderson, que é parte do território ultramarino britânico Pitcairn, localizado entre a Nova Zelândia e o Chile.
"Maior densidade de plástico que já vi", diz cientista.
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Segundo o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, há de 21 a 671 itens plásticos por metro quadrado nas areias da ilha, incluindo uma ampla variedade de objetos, como brinquedos, escovas de dente, capacetes e isqueiros, nas mais variadas cores.
Para chegar a esses números, os pesquisadores limparam uma parte da praia e acompanharam o acúmulo diário de lixo. Segundo eles, a estimativa é de que mais de 13 mil objetos alcancem a ilha todos os dias.
"A quantidade de plástico lá é realmente alarmante", declarou a principal autora do estudo, Jennifer Lavers, da Universidade da Tasmânia, na Austrália, à agência de notícias Associated Press. "Temos de repensar drasticamente nossa relação com o plástico. É algo feito para durar para sempre, mas usado por alguns instantes e depois jogado fora", acrescentou.
Segundo Lavers, é a localização da ilha que faz com que o plástico se acumule nas suas praias. Com 3.700 hectares, a ilha Henderson fica na beira de um vórtice de correntes oceânicas conhecido como Giro do Pacífico Sul, o que faz com que o oceano expila o lixo jogado por navios ou vindo da América do Sul nas suas praias.
AS/ap/afp
O consumo de sacolas plásticas pelo mundo
Medida que proíbe sacolas de plástico comuns é lei em São Paulo. Veja como o sistema funciona em outros países.
Foto: Getty Images
Alemanha
O uso de sacolas de pano ou de papelão para carregar compras é hábito de boa parte da população alemã. Sacolas plásticas são vendidas nos supermercados por 0,05 e 0,10 euros. Ainda assim, somente em Berlim, 30 mil sacolinhas deixam lojas e mercados por hora. Em toda a Alemanha, em torno de 17 milhões de sacolas plásticas são consumidas por dia – ou 6 bilhões por ano.
Foto: Fotolia/pizzicati
Argentina
Assim como na Alemanha, é hábito de muitos portenhos levar sacolas próprias para carregar as compras. Em setembro de 2008, o governo da Província de Buenos Aires (território à parte da capital, mas com quase 40% da população do país) aprovou lei para banir o uso e a comercialização das sacolas plásticas. A intenção é eliminá-las completamente até 2016.
Foto: DUH
Bangladesh
O país asiático foi o primeiro do mundo a banir completamente a utilização e a comercialização de sacolas plásticas, em 2002. A exemplo de outros países em desenvolvimento, como Quênia e Ruanda, Bangladesh baniu as sacolas plásticas depois que resíduos originários delas ajudaram a inundar até dois terços do país em enchentes que ocorreram em 1988 e 1998.
Foto: picture-alliance/dpa
China
A China baniu o uso de sacolas plásticas em 1º de junho de 2008. Quatro anos depois, o governo chinês declarou que o país economizou 4,8 milhões de toneladas de petróleo, o equivalente a 6,8 milhões de toneladas de carvão, sem contar as 800 mil toneladas de plástico não utilizadas.
Foto: picture-alliance/dpa
Espanha
O governo espanhol aprovou o Plano Nacional Integrado de Resíduos, em 2010. Uma série de regras pretendia diminuir e possivelmente banir o uso de sacolas plásticas até o fim de 2015. Com isso, supermercados começaram a planejar ações para reduzir o consumo, como dar desconto aos cliente para cada sacola não consumida.
Foto: picture alliance/ZB
Estados Unidos
São Francisco foi a primeira cidade americana a banir sacolas plásticas, em 2007. Seguindo a linha, o estado da Califórnia aprovou, no ano passado, uma lei que proíbe a distribuição gratuita – e consequente utilização – das sacolas. Problema: o lobby industrial. A medida só será aprovada em referendo em novembro de 2016.
Foto: DW/T. Eastley
França
Para frear a poluição e reduzir a produção de lixo, em junho de 2014 o governo francês resolveu agir rumo ao banimento das sacolas plásticas. Nos supermercados franceses, elas devem desaparecer a partir de janeiro de 2016. Não será a primeira vez que os comerciantes vão encarar uma drástica redução no consumo de sacolas: em 2002, elas eram 10,5 bilhões; em 2011, 700 milhões.
Foto: picture-alliance/dpa
Irlanda
Em 2002 a Irlanda introduziu uma taxa de 15 centavos de libra por sacola plástica e, com isso, diminuiu em até 94% o consumo do produto. Em 2007, a taxa ainda subiu para 22 centavos de libra.
Foto: rdnzl - Fotolia.com
Itália
Desde junho de 2013, a Itália obriga estabelecimentos comerciais a vender sacolas plásticas biodegradáveis. A medida levou a uma disputa com o Reino Unido, que questiona a validade da lei perante as regras no mercado interno da União Europeia. Especialistas criticam ainda o real benefício dessas sacolas para o meio ambiente.
Foto: Fotolia/rdnzl
Mauritânia
O país do noroeste da África proibiu, no início de 2013, a comercialização e utilização de sacolas plásticas. O principal motivo é nobre: a preservação ambiental e proteção dos animais. Até o fim de 2012, constatou-se que pelo menos 70% das mortes acidentais de bois e ovelhas no país ocorriam devido à ingestão de plástico.
Foto: Surfrider
Reino Unido
Desde setembro de 2013, o Reino Unido cobra 5 centavos de libra por sacola do consumidor. O motivo é óbvio: apenas em 2013, os supermercados distribuíram gratuitamente mais de 8 bilhões de sacolas plásticas, o que significa 130 sacolas por pessoa. Mais: o número equivale a 57 mil toneladas de sacolas plásticas durante um ano.