Imagem de menino ferido vira novo símbolo da guerra síria
18 de agosto de 2016
Criança de 5 anos resgatada de escombros após bombardeio em Aleppo aparece em vídeo publicado por ativistas. Ataque aconteceu em área controlada pela oposição.
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Menino sírio retirado dos escombros
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A imagem de um menino de 5 anos que ficou ferido durante bombardeios à cidade de Aleppo rodou o mundo nesta quinta-feira (18/08), evidenciando o drama vivido pelos civis em meio à guerra civil na Síria.
Com o rosto coberto de sangue e pó, o garoto, identificado como Omran D., aparece sentado numa ambulância após ser resgatado, na noite desta quarta-feira, de um prédio bombardeado no bairro de Al-Qatergui, no leste da cidade.
A imagem foi retirada de um vídeo publicado na internet pelos ativistas do Centro de Informação de Aleppo (AMC, na sigla em inglês), que já tem milhares de visualizações.
O vídeo mostra um dos membros da Defesa Civil saindo dos escombros com o menino nos braços. Sentada na ambulância, a criança olha desconcertada à sua volta. O garoto toca numa parte ferida do rosto e observa com surpresa a mão, esfregando-a no assento para limpar o sangue.
Omran foi retirado dos escombros junto com os três irmãos, de um, seis e 11 anos de idade, a mãe e o pai. Nenhum deles sofreu ferimentos graves, mas o prédio em que viviam desmoronou uma hora após o resgate. Outro edifício vizinho também foi em grande parte destruído.
O leste de Aleppo, sob controle da oposição, é alvo de bombardeios diários do regime sírio e da Rússia, que lutam pela reconquista da cidade, disputada entre regime e rebeldes desde 2012.
No ano passado, outra cena envolvendo um menino chamou a atenção internacional para os horrores do conflito sírio. A foto mostrava o refugiado sírio de três anos de idade Aylan Kurti, encontrado morto numa praia da Turquia após o barco em que sua família tentava chegar à Grécia naufragar.
LPF/efe/rtr/ap
Amor em tempos de guerra na Síria
Apesar dos contínuos bombardeios sobre sua cidade natal, um casal de Homs recusou-se a abandonar a esperança, usando as ruínas como cenário para seu álbum de casamento. A agência AFP deu projeção mundial às imagens.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Vida e amor entre ruínas
Nada Merhi, de 18 anos, e o soldado Hassan Youssef, de 27, escolheram um pano de fundo inusitado para suas fotos de casamento: as ruínas de sua cidade natal, Homs, na Síria, destroçada por bombardeios. A ideia foi do fotógrafo Jafar Meray, com a intenção de mostrar que "a vida é mais forte do que a morte".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
"O amor reconstrói a Síria"
Um mês depois de o casal sírio posar na cidade bombardeada, a agência de notícias francesa AFP divulgou uma série feita por um de seus fotojornalistas, documentando a iniciativa. O fotógrafo Meray postou o inusitado álbum de casamento no Facebook, sob o título "O amor reconstrói a Síria".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Cidade dilacerada
A guerra civil na Síria já fez mais de 250 mil vítimas, a maior parte delas civis. Terceira maior cidade síria, Homs tem sofrido tremendamente com as ofensivas das forças leais ao presidente Bashar al-Assad. Ela foi uma das primeiras cidades a se opor ao governo em 2012, embora em vão. Desde então, o governo conseguiu expulsar de Homs a maioria dos combatentes rebeldes.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços cinzentos, vestido branco
Em meio à antes próspera metrópole, o branco do vestido de noiva de Nada realça a destruição que circunda o jovem casal. Buracos de bala, prédios abandonados, ruínas incendiadas e estradas desertas são um lembrete constante das vidas que Homs abrigava antes da guerra civil.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Ataques continuam
Homs continua sendo alvo frequente de ataques armados. Em 26 de janeiro de 2016, 22 pessoas foram mortas e mais de cem feridas num atentado suicida a bomba no bairro de Al-Zahra. A maioria da população local é de alauítas, a seita islâmica minoritária a que também pertencem o presidente Assad e sua família. A milícia jihadista do "Estado Islâmico" (EI) reivindicou o ato terrorista.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Homs não é única vítima
Desde 30 de setembro de 2015, aviões de combate russos têm realizado ofensivas aéreas em apoio às forças de Assad. Homs não é a única cidade síria atingida: em 15 de fevereiro, um hospital perto de Murat al-Numan, a cerca de 280 quilômetros de Damasco, foi atingido por bombardeios. Ao menos nove pessoas morreram.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Pressão internacional
Numa entrevista à agência de notícias AFP, Assad afirmou que continuaria a lutar, apesar da pressão internacional crescente no sentido de um cessar-fogo. O ministro saudita do Exterior, Adel al-Jubeir, rebateu, falando a um jornal alemão: "Não vai mais haver um Bashar al-Assad no futuro. Ele não vai mais arcar com a responsabilidade pela Síria."
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destaque na Conferência de Munique
O sofrimento contínuo dos habitantes nas áreas sitiadas da Síria foi um dos pontos centrais de debate na Conferência de Segurança de Munique, realizada de 12 a 14 de fevereiro de 2016 e dedicada à segurança. O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou: "Em nossa opinião, a grande maioria dos ataques da Rússia foi contra grupos oposicionistas legítimos."
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Repercussão na rede social
Alguns usuários do Facebook comentaram as imagens de Jafar Meray de forma emocional. "Sinto-me como o noivo na foto", escreveu um deles. Outro desejou: "Que Deus esteja com vocês e com todos os sírios. Obrigado por todas estas fotos e por partilhá-las com o mundo." Um terceiro propôs um título alternativo: "Amor em tempos de guerra".
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Prova de que a vida continua
As fotografias de Meray se tornaram um sucesso tão grande que, além de comentá-las, seus seguidores no Facebook criaram sequências de slides com a série e a transformaram em vídeos para o YouTube. Para um usuário, o trabalho de Meray é "prova de que a vida continua, mesmo em Homs, a cidade mais devastada da Síria".