Menina de apenas cinco anos simboliza sofrimento de toda uma geração de crianças sírias. Em segundo e terceiro lugares, órgão da ONU premia fotografias sobre a migração da minoria muçulmana rohingya.
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É o rosto de uma infância triste: a fotografia agraciada com o prêmio de "Foto do Ano" do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra Zahra, uma refugiada síria de cinco anos de idade e olhos expressivos. A fotografia foi tirada pelo num subúrbio de Mafraq, na Jordânia.
"Volta e meia é preciso olhar para este rosto", disse Elke Büdenbender, patrona do Unicef e também esposa do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, nesta quinta-feira (21/12), em Berlim. "A imagem simboliza a sina de milhões de crianças. Os olhos de crianças dizem a verdade."
A fotografia reflete a infância sofrida de toda uma geração de crianças sírias. O rosto da menina refugiada também simboliza o sofrimento silencioso de milhões de crianças nos países em crise no mundo.
O momento foi capturado por Muhammed Muheisen, duas vezes vencedor do Prêmio Pulitzer e que trabalha há vários anos como repórter no Oriente Médio. O fotojornalista nascido em Jerusalém conheceu Zahra num campo de refugiados improvisado na Jordânia. Os pais da menina fugiram, com Zahra e outros sete filhos, da Síria em 2015, e desde então vive numa barraca.
Fotógrafos de todo o mundo inscrevera, mais de 115 reportagens fotográficas no prêmio. Em segundo e terceiro lugar no prêmio "Foto do Ano" do Unicef ficaram fotografias dedicadas à minoria muçulmana rohingya, da qual centenas de milhares de membros fugiram da violência em sua terra natal em Myanmar para o Bangladesh.
Vencedora do segundo prêmio, a foto captura por K. M. Asad, de Bangladesh, mostra uma mulher saindo do mar com um bebê em seus braços – "a imagem do salvamento de uma vida", definiu o Unicef.
Completou o pódio a fotografia registrada pelo canadense Kevin Frayer, que fotografou o desespero de um menino num campo de refugiados rohingya próximo ao Golfo de Bengala. O garoto subiu num caminhão que levava suprimentos aos integrantes da minoria.
Desde 2000, o Unicef premia anualmente por meio de um concurso internacional fotografias e reportagens fotográficas que documentam a personalidade e as condições de vida de crianças em todo o mundo.
PV/dpa/epd
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Os ganhadores do prêmio Sony World Photography de 2017
As lentes dos fotógrafos premiados captaram não só temas tristes, mas também imagens de muita beleza e graça. Veja os ganhadores do Sony World Photography Awards, um dos maiores concurso de fotografia do mundo.
Foto: Sony World Photography Award 2017/Y. Peng
1º lugar na categoria "Esporte"
O fotógrafo chinês Yuan Peng captou a expressão das gêmeas Liu Bingqing e Liu Yujie ao se exercitarem nas barras. Elas já treinam desde a tenra infância.
Foto: Sony World Photography Award 2017/Y. Peng
1º colocado na categoria "Natureza"
O fotógrafo inglês Will Burrard-Lucas venceu com sua série de fotos intitulada "Vida selvagem africana à noite", da qual faz parte esta hiena na savana.
Foto: Sony World Photography Award 2017/W. Burrard-Lucas
1º lugar na categoria "Cotidiano"
Com a série de fotos "O desejo dos outros", a fotógrafa alemã Sandra Hoyn documentou a vida no mais antigo (200 anos) e segundo maior bordel de Bangladesh, onde a prostituição é legalizada: mais de 700 prostitutas trabalham em Kandapara, onde vivem inclusive com os filhos.
Foto: Sony World Photography Award 2017/S. Hoyn
1º lugar na categoria "Natureza-morta "
Henry Agudelo, da Colômbia, dedica-se a um capítulo obscuro na história de seu país, onde mais de 130 mil pessoas desapareceram nos últimos 50 anos. Muitos mortos ainda não foram identificados. Qualquer vestígio, como um pedaço de pele tatuada, pode ajudar na identificação.
Foto: Sony World Photography Award 2017/H. Agudelo
1º lugar na categoria "Notícias"
Em meio aos conflitos com o chamado "Estado Islâmico", este soldado de uma unidade especial da Síria faz uma pequena pausa. O italiano Alessio Romenzi capturou este momento surreal em novembro de 2016 em Sirte.
Foto: Sony World Photography Award 2017/A. Romenzi
1º lugar na categoria "Paisagem"
Com a série "Branco total", onde mostra as mudanças na natureza quando chega o inverno, o belga Frederik Buyckx ganhou não só na categoria "Paisagem", como também foi escolhido "Fotógrafo do ano" e recebeu 25 mil libras de prêmio.
Foto: Sony World Photography Award 2017/F. Buyckx
1º lugar "Temas contemporâneos"
A fotógrafa Tasneem Alsultan, da Arábia Saudita, revelou os bastidores da sociedade estritamente muçulmana de sua terra natal ao fotografar esta mãe solteira e seu filho. Separações são muito raras no país. Mulheres divorciadas muitas vezes são discriminadas pela sociedade. Sua série "Histórias sauditas de amor" retratou temas como casamento e divórcio.
Foto: Sony World Photography Award 2017/Tasneem Alsulta
1º lugar "Arquitetura"
O fotógrafo chinês Dongni não prioriza a estética. Em suas fotografias, ele quer apenas retratar a cidade de forma visual. Desta maneira, suas imagens conseguem construir cidades novas.
Foto: Sony World Photography Award 2017/Dongni
1º lugar "Retrato"
Existe a mulher perfeita? O fotógrafo russo George Mayer buscou a resposto em sua série de fotos "Luz. Sombra. A mulher perfeita". O jogo de sombras e contrastes dá às modelos um aspecto sombrio, quase irreal.
Foto: Sony World Photography Award 2017/G. Mayer
1º lugar "Arte conceitual"
A suíça Sabine Cattaneo expôs o sensível tema da eutanásia: "Eu queria torná-lo visível, mas sem mostrar pessoas, para não despertar uma falsa empatia". "Minha foto mostra o carro no qual dois alemães puseram fim às suas vidas na Suíça em 2007, com a ajuda de uma organização que apoia a eutanásia."
Foto: Sony World Photography Award 2017/S.Cattaneo