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Imagens de satélite mostram ataques à Ucrânia a partir da Rússia, dizem EUA

28 de julho de 2014

Fotos divulgadas pelo Departamento de Estado também evidenciariam o fornecimento de armas para separatistas no leste ucraniano. Ministro do Exterior russo nega.

Exercícios de artilharia na Rússia, em abril de 2014Foto: AFP/Getty Images

Os Estados Unidos divulgaram neste domingo (27/07) imagens que mostrariam que a Rússia disparou mísseis contra tropas ucranianas. Segundo o governo americano, as fotos tiradas por satélites também evidenciam que a Rússia teria fornecido armamento para os separatistas no leste da Ucrânia. As quatro imagens teriam sido captadas entre quarta-feira e sábado da semana passada.

Uma das fotos – preparadas pelo gabinete do Diretor de Inteligência Nacional e repassadas a jornalistas pelo Departamento de Estado – mostraria o que Washington alega ser armamento pesado fornecido pela Rússia sendo disparado por separatistas na Ucrânia.

Nas imagens, também veem-se rampas de lançamento e crateras onde mísseis teriam caído, segundo os EUA. "A ampla área de impactos perto das unidades militares ucranianas indica ataques de diversos lançadores de foguetes", diz um comunicado divulgado pelo governo.

Segundo o Departamento de Estado americano, pouco tempo depois das fotos serem liberadas, o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, falaram por telefone.

Kerry pediu a Lavrov que detivesse o fluxo de armas pesadas e os ataques de foguetes e artilharia da Rússia para a Ucrânia. O secretário também rejeitou a afirmação de Lavrov de que armamento bélico da Rússia não estaria contribuindo para o conflito.

Mas Kerry e Lavrov concordaram que, apesar das diferenças na abordagem para a resolução do conflito, "é vital pressionar no sentido de um cessar-fogo imediato e do início de negociações entre os envolvidos", disse um comunicado do Ministério do Exterior russo, citado pela agência de notícias Itar Tass.

Neste domingo, ameaças à segurança impediram peritos holandeses e australianos de visitar o local do desastre do avião da Malaysia Airlines, que caiu no dia 17 de julho no leste ucraniano. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), cujos observadores coordenam as visitas ao local da tragédia, disse que foi necessário cancelar a viagem depois de relatos de combates entre as forças do governo ucraniano e rebeldes pró-Rússia.

Todas as 298 pessoas a bordo do voo MH17 morreram na queda do Boeing 777. Os Estados Unidos, a Ucrânia e os países europeus acusam rebeldes apoiados por Moscou de ter disparado contra o avião de passageiros, alegando que também há evidência de que mísseis fabricados na Rússia foram usados.

Os separatistas controlam o acesso ao local do acidente. Países como a Holanda e a Austrália têm feito pressão para acesso irrestrito à área.

BA/dpa/rtr/afp

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