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Imbassahy pede demissão da Secretaria de Governo

9 de dezembro de 2017

Sem especificar motivo, tucano deixa ministério na véspera da convenção nacional do PSBD, em que partido pode confirmar oficialmente o desembarque do governo Temer. Deputado Carlos Marun é cotado para assumir o cargo.

Brasilien Antonio Imbassahy
Brasilien Antonio Imbassahy
Antonio Imbassahy é o segundo tucano em menos de um mês a deixar o governo TemerFoto: Câmara dos Deputados/L. Macedo

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB), pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (08/12). Em carta entregue ao presidente Michel Temer, o tucano não especificou o motivo de sua saída, apenas mencionou que "novas circunstância se impõem no horizonte".

O nome do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) já circula no Planalto como provável substituto de Imbassahy, mas, segundo a imprensa brasileira, a nomeação deve ocorrer somente na semana que vem. Marun tem sido um dos principais articuladores de Temer na Câmara dos Deputados.

O pedido de demissão do ministro tucano, já aceito pelo presidente, acontece na véspera da convenção nacional do PSDB. O encontro deve confirmar na presidência do partido o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos maiores defensores da saída do PSDB do governo.

Em sua carta de demissão – entregue a Temer durante um encontro em São Paulo, onde os dois cumprem agenda oficial –, Imbassahy diz ter sido "uma honra" fazer parte do governo peemedebista, tendo "trabalhado com foco para manter a estabilidade política do país".

"Agora, senhor Presidente, novas circunstâncias se impõem no horizonte. Agradeço ao meu partido, o PSDB, que entendeu que, após trabalhar pelo impeachment [de Dilma Rousseff], e por coerência com a sua história, não poderia se omitir nesse processo de recuperação do país", afirma a carta.

Imbassahy, que é deputado federal pela Bahia e estava licenciado do mandato para comandar a Secretaria de Governo, prometeu continuar "contribuindo com nosso país na Câmara dos Deputados". Nas próximas semanas, a Casa vota um dos carros-chefe do governo, a reforma da Previdência.

"Expresso meu sincero e profundo agradecimento pela confiança, pela suavidade no trato, respeito e cordialidade que sempre dispensou a mim", conclui o texto.

Em carta de resposta, Temer diz ser grato pelo que Imbassahy fez pelo governo e pelo país, mencionando o "apoio permanente" do ministro tucano em "momentos difíceis".

"O meu prazer por tê-lo tido como companheiro de jornada foi duplo: primeiro, pelas razões a que já aludi, mas em segundo lugar, e não menos importante, pela amizade fraternal que surgiu ao longo desse fértil período de convivência", afirma o presidente na carta.

Imbassahy é o segundo tucano a deixar o governo em menos de um mês. Em novembro, Bruno Araújo pediu demissão do cargo de ministro das Cidades em meio a rumores sobre uma possível reforma ministerial que envolveria a saída de integrantes do PSDB da equipe.

O partido já tem sinalizado que pode deixar de vez a base do governo Temer, mas ainda não houve formalização. Há a expectativa para uma definição sobre a permanência ou não da legenda durante a convenção do PSDB neste fim de semana.

Imbassahy foi nomeado à Secretaria de Governo em fevereiro, depois de o cargo ter ficado vago por quatro meses após a renúncia de Geddel Vieira Lima. A pasta trata da articulação política do Executivo com o Congresso Nacional, tendo, portanto, um importante peso político.

EK/abr/ots

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