Imigrantes geram saldo positivo bilionário
28 de novembro de 2014![Deutschland Einkaufsstraße in Hamburg](https://static.dw.com/image/16795755_800.webp)
Em 2012, os 6,6 milhões de estrangeiros que viviam na Alemanha contribuíram com um superávit de 22 bilhões de euros para os fundos de bem-estar social. Isso significa que, em média, cada pessoa sem passaporte alemão paga por ano em impostos e encargos sociais 3,3 mil euros a mais do que recebe em benefícios do Estado.
O estudo, encomendado pela Fundação Bertelsmann e realizado pelo Centro de Pesquisa Econômica Europeia (ZEW, na sigla em alemão), foi divulgado nesta quinta-feira (27/11) em Gütersloh.
Uma pesquisa anterior, encomendada pela fundação em 2012, constatou que dois terços dos alemães acreditam que a imigração sobrecarrega o sistema de bem-estar social. Segundo a Fundação Bertelsmann, os resultados do estudo divulgado nesta quinta-feira rebatem essa opinião.
Mais educação, mais contribuição
Já em 2004, os estrangeiros foram responsáveis por um superávit de 2 mil euros para os fundos sociais do governo alemão, informou a Fundação Berteslmann, explicando que o desenvolvimento favorável do mercado de trabalho acarretou o crescimento das contribuições.
A atual pesquisa constatou ainda que, embora os estrangeiros paguem bem menos impostos que os alemães e, por esse motivo, recorrem frequentemente a transferências sociais, no final, eles contribuem para um excedente orçamentário. E sua contribuição poderia aumentar significantemente com a elevação do nível educacional e profissional dos imigrantes.
Se os estrangeiros abaixo dos 30 anos, que residem atualmente na Alemanha, alcançassem o mesmo nível educacional de seus concidadãos alemães, eles poderiam chegar a um saldo positivo de 118 mil euros em impostos e tributos ao longo de sua vida, por meio de melhores chances de emprego, afirmou o estudo.
Cúpula de integração
Por esse motivo, Holger Bonin, autor do estudo do ZEW, defende uma migração direcionada: "Quanto mais qualificado for o imigrante, maior sua contribuição para o financiamento dos cofres públicos", explicou Bonin.
De acordo com os resultados, cada cidadão alemão poderia ser aliviado fiscalmente em 400 euros, se a Alemanha recebesse, futuramente, ao menos 200 mil imigrantes por ano – contanto que 30% desses sejam altamente qualificados e 50% possuam média qualificação profissional.
No entanto, com uma formação escolar inferior à dos alemães, imigrantes e alemães de origem estrangeira raramente conseguem uma vaga em programas de formação profissional.
O avanço no setor educacional é o tema da cúpula de integração, que acontecerá na próxima segunda-feira, com a presença da chanceler federal alemã, Angela Merkel,e de representantes do governo federal, estadual, da sociedade civil e de empresas alemãs.
CA/epd/kna/dpa/afp