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Importando idéias para o mercado de trabalho alemão

Daniel Wortmann (ms)2 de junho de 2005

Na Alemanha, 4,8 milhões de pessoas estão desempregadas, o que representa 11,6% da população economicamente ativa. Uma comparação revela como as dificuldades no mercado de trabalho foram contornadas em outros países.

O país precisa reduzir a taxa de desempregoFoto: AP

A crise no mercado de trabalho alemão é de longa data. Segundo as mais recentes estatísticas, mais de 4,8 milhões de pessoas, ou seja, 11,6% da população economicamente ativa, estão sem emprego. Nada indica que a economia alemã irá se recuperar a curto prazo. Atualmente, o país ocupa um lugar nada honroso no ranking de crescimento econômico entre os 25 países da União Européia.

Culpa de uma estrutura ultrapassada no mercado de trabalho? Os sistemas adotados por outros países industrializados poderiam servir de exemplo para a Alemanha? Acompanhe uma comparação.

Irlanda

Com apenas 4,4% de desempregados, a Irlanda está bem posicionada na economia da União Européia. Graças a uma taxa de crescimento acima da média – que em 2000 chegou a ultrapassar a marca dos 10% – é grande a procura por mão-de-obra. O governo irlandês passou a investir mais nas áreas de educação e formação profissional com o intuito de manter o ritmo positivo. Além disso, o processo de seleção dos beneficiários de ajuda social do Estado é rigoroso: mais de um terço dos subsídios sociais são destinados a realmente carentes.

Estados Unidos

O governo americano exerce uma influência mínima no mercado de trabalho. A legislação trabalhista não prevê a garantia de emprego. O seguro-desemprego é pago por no máximo seis meses, uma ajuda social é muito difícil de ser obtida. Mesmo assim, a cota de desemprego subiu nos últimos anos e hoje é de 5,5%. Críticos apontam a transferência dos postos de trabalho para países de salários mais baixos como a principal causa do aumento do desemprego nos Estados Unidos.

Austrália

Apenas 5,1% da população economicamente ativa da Austrália encontra-se desempregada. Inúmeras regulamentações sobre condições de trabalho e salários foram abolidas. As negociações a este respeito agora são da alçada de cada setor ou mesmo da competência de cada empresa. Um outro ponto importante diz respeito às obrigações dos desempregados. Eles são monitorados individualmente e precisam anotar em uma espécie de diário os contatos que fazem para conseguir um emprego. Quem não cumpre com as regras pára de receber seguro-desemprego.

Reino Unido

O sistema social do Reino Unido é baseado nas mesmas idéias da Irlanda. Ao invés de um sistema flexível, os britânicos possuem um sistema único de ajuda social básica e conseguem, com isto, economizar. As despesas sociais per capita representam metade do que se gasta por pessoa na Alemanha. O irrisório seguro-desemprego é pago por apenas seis meses, para motivar a busca por trabalho. Além disso, foram elaborados programas para inserir tanto jovens quanto desempregados de longa data no mercado de trabalho. Não existe legislação que regulamente a garantia de emprego. Os acertos neste sentido podem constar no contrato de trabalho. O Reino Unido conta com apenas 4,7% de desempregados.

Suécia

Conhecido como exemplo de país do bem-estar social, a Suécia sofreu abalos econômicos e no mercado de trabalho na década de 90. Atualmente, os problemas parecem estar superados. Graças a uma bem estruturada política nas áreas de educação e ciência, a taxa de desemprego é de apenas 5,5%. Durante o processo para vencer a crise, a Suécia não abdicou de seu vasto mecanismo social. O acompanhamento dos desempregados através de instituições estatais é um dos mais importantes elementos da política sueca para o mercado de trabalho.

Japão

No país do sol nascente, 4,8% da população economicamente ativa não tem emprego. Na Europa, tal percentual seria ótimo para muitos países. No Japão, é um recorde negativo. Em 1990, a taxa estava em torno dos 2%. O principal motivo para o aumento do desemprego foi o entrelaçamento do Estado e empresas, que evitou uma reação rápida durante a longa fase de depressão. O fato de a taxa de desemprego continuar baixa em comparação com outros países se deve, por um lado, ao grande volume de investimentos estrangeiros e, por outro, às inúmeras leis de garantia de emprego.

França

Os franceses enfrentam problemas similares aos dos alemães. Sistemas de seguridade social dispendiosos, baixo crescimento econômico e pouca flexibilidade no mercado de trabalho. Além disso, 20% dos assalariados trabalham no serviço público. Segundo a tradição do país, existem programas estatais de oferta de emprego. A curto prazo é uma ajuda, mas a longo prazo agrava ainda mais a situação do Estado endividado. Atualmente se discute se normas rígidas de controle da carga horária ou mesmo uma flexibilização seriam a solução para diminuir a taxa de 9,9% de desemprego.

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