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Caos na Vila Olímpica repercute na mídia alemã

26 de julho de 2016

Recusa da delegação da Austrália de se instalar nas acomodação da Rio 2016 é notícia na Alemanha, sendo a infraestrutura classificada de "espartana". Projeto é descrito como controverso e associado a corrupção.

Vila Olímpica Rio
Boa parte dos apartamentos da Vila Olímpica no Rio aprsentam problemas estruturaisFoto: DW/L. Nagel

Após a recusa inicial da delegação australiana de se instalar na Vila Olímpica no Rio de Janeiro, devido a problemas de infraestrutura, o caos nas acomodações foi tema na mídia alemã.

"A Vila Olímpica foi aberta, e já apareceram os primeiros problemas", escreveu o site Sport1, explicando que a delegação australiana se negou a se instalar no local por preocupações em relação às condições dos apartamentos, indo para um hotel.

A lista de problemas é "dramática", noticiou o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), citando vasos sanitários quebrados, vazamentos, fiação à vista, escadarias sem iluminação e pisos sujos. "Os problemas ainda podem ser resolvidos?", questionou o jornal em matéria intitulada "Vila Olímpica 'inabitável'". O mesmo título foi usado por outros veículos, como a revista Der Spiegel, fazendo referência ao termo usado pela própria delegação australiana.

O FAZ citou a chefe da delegação australiana na Rio 2016, Kitty Chiller, que disse que as instalações não eram nem seguras nem estavam prontas. Outras delegações, como a britânica e a neozelandesa, também reclamaram sobre as instalações, apontou o jornal.

Antes mesmo da chegada dos primeiros atletas, já havia preocupações em relação às acomodações "espartanas", escreveu o Die Welt, afirmando que em muitos quartos haveria "apenas armários de plástico". "Em muitos cômodos, tudo o que se pode carregar foi levado por trabalhadores. Lâmpadas, espelhos e até tampas de vasos sanitários", prosseguiu. "No último minuto, os zeladores têm que consertar defeitos ligados a água, gás e eletricidade."

Falta de confiança

O FAZ definiu o projeto da Vila Olímpica como "controverso", tendo sido construída pelo "milionário" Carlos Carvalho e a construtora Odebrecht, alvo de "um escândalo de corrupção". Isso leva a questionar se a construção das acomodações foi feita às pressas, escreveu o jornal. "Desde a queda de uma ciclovia construída para os Jogos Olímpicos, na qual dois homens morreram, a confiança na solidez das obras olímpicas caiu fortemente."

O jornal lembra que há alguns meses o Comitê Olímpico é responsável pelas habitações, afirmando que os encarregados da parte interna estão sob enorme pressão para cortar custos devido "à profunda recessão no Brasil e a um orçamento apertado". "As áreas externas, com piscinas, churrasqueiras e ciclovias são chiques, mas as parcas instalações poderiam fazer os esportistas se lembrarem de Esparta", criticou.

O Die Welt destacou que, depois dos jogos, as habitações na Barra da Tijuca – "de classe média e alta" – devem ser vendidas a cidadãos com alto poder aquisitivo.

Após a confusão, a chefe da delegação australiana voltou a se manifestar nesta segunda-feira, falando em "fantástico progresso" em apenas 24 horas e garantindo que os atletas do país devem começar a se instalar na Vila Olímpica nesta quarta-feira.

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