Jornais noticiam golpe de faca contra candidato à Presidência durante ato de campanha, descrevendo Bolsonaro como ultradireitista, populista e "Trump do Brasil".
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O ataque a faca sofrido pelo candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) nesta quinta-feira (06/09), durante um ato de campanha em Juiz de Fora, repercutiu na imprensa alemã. Veículos referiram-se ao presidenciável como populista de direita e destacaram o cenário eleitoral imprevisível no Brasil.
O Süddeutsche Zeitung descreve o momento, registrado em vídeo, em que Bolsonaro, sobre os ombros de um apoiador em meio à multidão, é esfaqueado.
"De repente, o político se encolhe e se retorce com expressão de dor. É possível reconhecer uma lâmina", diz o jornal, acrescentando que o motivo do ataque não está claro.
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O veículo destaca que Bolsonaro, que lidera as pesquisas eleitorais, faz declarações contrárias aos homossexuais e aos negros e glorifica a ditadura militar. "O 'Trump do Brasil' está envolvido na política há muito tempo, mas se apresenta como um candidato antissistema."
O jornal aponta que "nenhuma eleição desde a redemocratização do Brasil, há 30 anos, foi tão difícil de prever como esta".
Ao noticiar o ataque a Bolsonaro, o portal Spiegel Online referiu-se ao tuíte do deputado Flavio Bolsonaro, filho do presidenciável, que fala sobre o ferimento na região do abdômen e diz que o pai passa bem.
O portal descreve Bolsonaro como um político de ultradireita e afirma que "ele sempre chama atenção com suas declarações racistas, misóginas e homofóbicas".
O Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca que Bolsonaro é favorito na corrida à Presidência, mas que é improvável que ele vença no segundo turno. "Caso vença as eleições, ele quer colocar militares em postos ministeriais e, diante da criminalidade em alta, pretende armar a população."
Treze nomes se lançaram na disputa pelo Planalto, entre eles vários veteranos de disputas presidenciais.
Foto: picture-alliance/Ap Photo/N. Antoine
Jair Bolsonaro (PSL)
Militar reformado e deputado no sétimo mandato, Bolsonaro, de 63 anos, encarna uma candidatura de cunho ultraconservador. Ele fala abertamente contra homossexuais, defende a posse de armas e elogia o regime militar – a ponto de fazer apologia à tortura. Tem sido um fenômeno nas pesquisas e aposta nas redes sociais para reverter a falta de estrutura de sua sigla nanica e a escassez de alianças.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Fernando Haddad (PT)
Por um tempo encarado como plano B do PT, o ex-prefeito de São Paulo, de 55 anos, foi oficializado candidato à Presidência a menos de um mês do primeiro turno, após se esgotarem as chances de Lula concorrer. Preso e virtualmente inelegível pela Ficha Limpa, o ex-presidente era líder nas pesquisas. Agora o desafio será transferir votos para Haddad, que foi ministro nos governos petistas.
Foto: picture-alliance/AP/A. Penner
Ciro Gomes (PDT)
Ex-governador e ex-ministro, Ciro, de 60 anos, disputa sua terceira eleição presidencial. Em 2018, diante das dificuldades de Lula, se colocou como alternativa no campo da esquerda. Conhecido pelo estilo explosivo, tem se concentrado em abordar temas econômicos. Apesar dos acenos ao PT, acabou isolado na formação de alianças e teve que se contentar com uma vice do próprio partido.
Foto: Imago/Fotoarena
Marina Silva (Rede)
A ex-ministra disputa sua terceira eleição presidencial, desta vez por um partido próprio. Em 2010 e 2014, terminou em terceiro lugar. Com um discurso que prega a ética na política, ela tenta contornar o pouco tempo de TV e a falta de recursos da sua legenda. Também teve dificuldades em fechar alianças com siglas relevantes e só vai contar com o apoio do pequeno PV.
Foto: Agência Brasil/F.Rodrigues Pozzebom
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador de SP é outro veterano de disputas presidenciais. Nesta campanha, Alckmin, de 65 anos, conseguiu articular a maior frente de alianças ao atrair várias siglas do "centrão" - partidos conhecidos pelo fisiologismo. Ao longo da pré-campanha, penou nas pesquisas. Seu histórico não é promissor: ao fim do 2° turno presidencial de 2006 terminou com menos votos do que na rodada anterior.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Alvaro Dias (Podemos)
O senador paranaense vem promovendo um discurso moralizador contra a corrupção repleto de elogios à Operação Lava Jato. Aos 73 anos, já foi filiado a oito partidos, inclusive ao PSDB. Sua candidatura tem se mostrado competitiva no Sul do Brasil, o que é visto como um desafio para os tucanos de Alckmin, que sempre tiveram bom desempenho na região.
Foto: Agência Brasil/A. Cruz
Henrique Meirelles (MDB)
Ex-ministro da Fazenda, Meirelles, de 72 anos, é o candidato do presidente Michel Temer. Em sua campanha, tem defendido a política econômica do governo. Sua associação com o impopular Temer tem representando um desafio para sua candidatura. Sem conseguir formar alianças, se contentou em disputar com uma chapa pura. Esta é a primeira candidatura do MDB à Presidência em 24 anos.
Foto: Reuters/A. Machado
Guilherme Boulos (Psol)
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos, de 36 anos, foi escolhido candidato do Psol em uma disputa que rachou o partido. Adversários apontaram que sua proximidade com Lula transformaria a sigla em um "puxadinho do PT". Tem focado sua campanha na distribuição de renda e em críticas a Temer. Por enquanto tem penado nas pesquisas. Sua vice é uma líder indígena.
Foto: Agência Brasil/R. Riosa
Os nanicos
Seis candidatos disputam a Presidência por siglas nanicas. Entre eles o ex-banqueiro liberal João Amoêdo (Novo) e a ativista sindical Vera Lúcia (PSTU). O folclórico José Maria Eymael (DC), conhecido pelo seu jingle “Ey, Ey, Eymael”, disputa sua quarta eleição. O evangélico Cabo Daciolo é o candidato do Patriota (antigo PEN). Já filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente, disputa pelo PPL.