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"Imprensa da mentira" é "despalavra do ano" na Alemanha

13 de janeiro de 2015

Condenação generalizada impede livre exercício da crítica e colabora para pôr em risco a liberdade de imprensa, tão importante à democracia, afirma júri. Conceito usado pelos nazistas foi recuperado pelo grupo Pegida.

Manifestante exibe cartaz com a palavra "Lügenpresse", conceito já utilizado pelos nazistas, em protesto do PegidaFoto: picture-alliance/dpa/M. Eich

Lügenpresse – "imprensa da mentira" – foi escolhida a "despalavra do ano" de 2014 na Alemanha, anunciou nesta terça-feira (13/01), em Darmstadt, o júri liderado pela linguista Nina Janich.

"Uma condenação generalizada como essa impede a crítica midiática fundamentada e colabora assim para pôr em risco a liberdade de imprensa, tão importante para a democracia", afirmaram os jurados.

Segundo eles, "é impossível não perceber a grave ameaça" à liberdade de imprensa apresentada pelo extremismo, "principalmente nos dias atuais". Eles lembram que esse slogan já era usado pelos nazistas para difamar de forma indiscriminada a imprensa independente.

Nos dias atuais, Lügenpresse é usada principalmente em manifestações do grupo Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente"). Por trás desse uso há motivações de extrema direita, algo de que nem todos os seguidores do Pegida estão conscientes, disse Janich. É justamente isso que torna o conceito "um meio especialmente pérfido para aqueles que o usam de forma deliberada".

Políticos e profissionais da imprensa elogiaram a escolha. "É a decisão correta, na hora certa", afirmou a deputada Tabea Rössner, do Partido Verde. Para o jornalista Heribert Prantl, do jornal Süddeutsche Zeitung, trata-se de um conceito que "não estimula ao debate nem à crítica, mas lhes dá um golpe mortal".

AS/dpa

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