Jornais lembram não só a influência do brasileiro no desenvolvimento da cirurgia plástica mundial. Mídia ressalta que, embora fosse famoso por atender "ricos e famosos", ele nunca deixou de ajudar os mais necessitados.
Foto: imago/Fotoarena
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Veículos de imprensa na Europa lembraram nesta segunda-feira (08/08) não só a influência de Ivo Pitanguy para o desenvolvimento da cirurgia plástica, mas também como ele ajudou o Brasil a ganhar destaque internacional no ramo. Jornais europeus ressaltam que, embora fosse famoso por atender "ricos e famosos", ele nunca deixou de ajudar os mais necessitados, também oferecendo serviços gratuitamente.
O Frankfurter Allgemeine Zeitung escreve, no artigo O Michelangelo do bisturi, que Pitanguy foi para a estética brasileira do corpo "o que Pelé foi para o futebol e Oscar Niemeyer para a arquitetura moderna".
O jornal destaca que, para o médico brasileiro, a cirurgia necessária do ponto de vista médico e a cirurgia plástica estética estiveram sempre juntas. "O sofrimento de um paciente não pode ser medido por uma deformidade ou lesão. O que importa é o sofrimento causado por determinada aparência", cita a publicação uma frase de Pitanguy dita em uma entrevista ao jornal, acrescentando que, na visão do brasileiro, o sofrimento pode ser causado por "um nariz grande ou pelo envelhecimento".
A publicação lembra não só das muitas celebridades mundiais possivelmente tratadas por Pitanguy (que não divulgava o nome de seus pacientes ilustres), como "Gina Lollobrigida, Brigitte Bardot, Sophia Loren e Zsa Zsa Gabor", mas também do atendimento gratuito a pessoas sem recursos ministrado pelo cirurgião plástico brasileiro. A cineasta alemã Leni Riefenstahl e o ex-piloto de Fórmula 1 austríaco Niki Lauda são, segundo o FAZ, os poucos famosos que se sabe, com certeza, terem passado pelo bisturi de Pitanguy.
Crítico da banalização da plástica
O Frankfurter Rundschau destaca que Pitanguy também era crítico em relação aos exageros da indústria brasileira da cirurgia plástica. "Mesmo sendo um negócio que lhe trouxe riqueza, fama e reputação, ao contrário de muitos de seus colegas, ele falava, quase com humildade, sobre os limites da cirurgia plástica."
Cirurgia plástica: Pitanguy levou Brasil a se tornar referência na áreaFoto: A. Kenare/AFP/Getty Images
O jornal afirma que Pitanguy não estava satisfeito com a atual "preocupação excessiva com o próprio corpo" e que ele dizia haver "uma demanda completamente desnecessária por cirurgia estética" e que na opinião dele "é dever do médico considerar se depois o paciente realmente está melhor que antes". A publicação afirma que o cirurgião brasileiro reclamava da atual banalização da cirurgia plástica. "Uma cirurgia não é uma visita ao cabeleireiro", cita o jornal uma frase de Pitanguy.
O britânico The Guardian destaca que Pitanguy ajudou a tornar o Brasil "um destino popular para os ricos e famosos" se submeterem a cirurgia plástica. "Uma de suas cirurgias que viraram marca registrada ganhou o apelido de 'Brazilian butt-lift'. Suas habilidades com o bisturi ajudaram a tornar o Brasil, país obcecado por beleza, no principal destino internacional para o turismo da cirurgia plástica e um dos países onde mais plásticas são realizadas."
O periódico também lembra o lado filantrópico de Pitanguy, que oferecia um serviço gratuito a pessoas sem condições de pagar uma cirurgia, e ressalta o lado filosófico do brasileiro.
"Chamado de 'o filósofo da cirurgia plástica', Pitanguy afirmava que tratamentos de beleza podem ajudar as pessoas da mesma forma que a psicanálise faz, porque ajuda a quebrar barreiras internas. Em outras palavras, as alterações efetuadas na parte externa do corpo podem aumentar a autoestima."
A arte e o conceito de beleza
Exposição em Homburg, no oeste da Alemanha, reúne obras de 18 artistas, entre eles, a brasileira Adriana Woll. Mostra tematiza diferentes formas de beleza, das artes plásticas ao corpo feminino.
Foto: Christel Haag
O ideal de beleza
O trabalho de Nika Kleiman, da Rússia, é um dos destaques da mostra "Schönheit" (Beleza), em cartaz na galeria m beck na cidade alemã de Homburg. Kleiman foca nos ideais de beleza da sociedade, coloca em pauta a beleza natural do corpo feminino e a mudança dos padrões de beleza ao longo dos séculos.
Foto: N. Kleiman
O relevo da esponja
O artista alemão Michael Köllner escolheu representar a beleza por meio da esponja, “que desaparece na natureza como se não tivesse uma função importante”. Ele procura focar na metamorfose das esponjas, que fora do habitat natural, mostram a sua beleza filtrando luz, e não água.
Foto: Michael Köllner
O planeta azul
A intenção do fotógrafo alemão Claus Friedrich Rudolph é desafiar o espectador a criar conexões entre os protagonistas, perceber o visível como invisível e, após isso, recriar um novo título para a obra e dar um novo sentido à fotografia.
Foto: Claus Friedrich Rudolph
31 mamilos
A instalação da brasileira Adriana Woll provoca a discussão sobre algo que ainda é um tabu em muitos países: os seios. Para a artista, é a parte mais feminina do corpo da mulher e pode ter um sentido erótico, maternal, ou até político.
Foto: A. Woll
Meu primeiro silicone
Esse é o título da obra da artista brasileira Adriana Woll. Seja pequeno ou grande, os seios estão muito ligados a como a mulher vê o próprio corpo. Para atingir um ideal de beleza imposto pela sociedade, muitas mulheres recorrem à cirurgia plástica.
Foto: A. Woll
A arte tem que ser bonita?
“Com certeza não, mas também não faz mal que seja”, afirma a alemã Petra Heck. A intenção da artista com a obra “Los lassen” é passar uma energia positiva para o espectador usando cores vibrantes de forma harmoniosa.
Foto: Petra Heck
A beleza indiscutível de Paris
Com “Rue Le Verrier“, o artista austríaco Alf Lengauer quer chamar a atenção para a beleza da música e de Paris. Para o pintor, beleza é algo que se encontra todo dia e é muito diversificada.
Foto: Alf Lengauer
A rotação da natureza
“Qual forma e cor são bonitas na minha visão?”, essa foi a pergunta do pintor Michael Frangen ao se preparar para a exposição. Para ele, em cada momento a beleza tem uma forma subjetiva diferente.
Foto: Michael Frangen
Beleza é tranquilidade
A alemã Natalja Crowell foca no trabalho em aquarela e busca que as pinturas transpassem a sensação de calma interior da artista para o espectador.
Foto: N. Crowell
As fantasias
Para explicar o que entende como beleza, a artista espanhola Diana Gier cita Oscar Wilde: “A beleza é o símbolo dos símbolos. A beleza a tudo revela, porque a nada exprime.”
Foto: Diana Gier
Beleza à primeira vista
Jacklyn Gratzfeld, americana radicada na Alemanha, trabalha basicamente com pintura a óleo. Para ela, em um primeiro momento, são os olhos que decidem o que é belo. E com o tempo, esse algo pode se tornar mais ou menos belo.
Foto: Jacklyn Gratzfeld
A beleza adormecida
A pintora Renate Hoyer escolheu fazer um perfil para retratar a beleza que, para ela, tem várias facetas e está ligada a um amor profundo, uma parceria harmoniosa, uma amizade compreensiva ou um bom livro.
Foto: Renate Hoyer
A beleza de um oásis
A artista suíça Sandra Dürr apresenta uma arte intuitiva que, para ela, deve “realçar a beleza com sensibilidade”.
Foto: Sandra Dürr
Flores brilhantes
A artista alemã Claudia Birkheuer interpreta o resultado do quadro como "uma obra de Deus". Este ano, a artista foi uma das nomeadas para o prêmio “Palm Art Award 2016”.
Foto: Claudia Birkheuer
Olho no abstrato
A americana Dawn Poli expressou o significado de beleza inspirando-se nas inúmeras viagens que fez com a a família. O objetivo dela é transformar em arte as experiências que teve em cada país.
Foto: Christel Haag
Vida preciosa
Para Christel Haag, a beleza e o planeta Terra são coisas inseparáveis. Em sua pintura, ela mostra o fascínio da diversidade de luzes em determinados dias e estações do ano. A mostra "Schönheit" fica em cartaz em Homburg até o dia 28 de junho de 2016.