Imprensa europeia fala em "caos" em SP e teme greves durante a Copa
10 de junho de 2014A poucos dias da abertura da Copa do Mundo no Brasil, a imprensa europeia se mostra preocupada nesta terça-feira (10/06) com os distúrbios provocados pela greve do metrô de São Paulo, onde ocorrerá a partida de abertura do torneio. "Caos" é uma das palavras mais citadas nas reportagens.
"Caos do trânsito na Copa do Mundo em São Paulo foi contornado – por enquanto", é o título de texto publicado no site do diário alemão especializado em economia Handelsblatt. O texto ressalta que ainda há ameaça de greve dos metroviários no dia do jogo de abertura do Mundial e lembra que "a revolta causou engarrafamentos recordes."
O também alemão Süddeutsche Zeitung, um dos maiores do país, diz na manchete de sua edição impressa desta terça-feira: "Situação caótica em São Paulo". O diário lembra ainda que, além dos problemas com greve, o estádio de abertura não está pronto, a apenas dois dias do Mundial.
Já o britânico The Guardian afirma que São Paulo "se tornou palco de protestos, fogo nas ruas e gás lacrimogêneo, quando metroviários em greve levaram caos à cidade". Segundo o diário, a greve é a "última dor de cabeça para os organizadores da Copa".
O jornal lembra também que no Rio de Janeiro, "base do time inglês", a segurança continua a ser uma preocupação. O site do jornal dá igualmente destaque ao acidente que matou na segunda-feira um operário da obra do monotrilho paulistano, apresentando um vídeo sobre o ocorrido.
"Momento turbulento"
Em artigo intitulado "Protestos sociais colocam Brasil em suspense às vésperas do Mundial", o site do jornal espanhol El País observa que "protestos continuam, se ramificando em manifestações e greves setoriais, que ofuscam a iminente abertura da Copa do Mundo do novo Brasil do século 21". Ele cita a greve do metrô de São Paulo, capaz de condenar "seus 27 milhões de habitantes a engarrafamentos quilométricos em uma cidade que já tende a ter congestionamentos quase bíblicos".
A reportagem afirma, ainda, que o Rio de Janeiro vive "um momento turbulento", lembrando que 20 mil homens foram designados para patrulhar as ruas da cidade, onde "os índices de criminalidade cresceram de forma preocupante nos últimos meses" e onde a população "não parece viver com especial entusiasmo a chegada do Mundial".
O francês Le Monde noticia, em seu site, o fim da greve, mas afirma que, se ela for retomada, ameaça provocar na quinta-feira "engarrafamentos monstruosos" e "um belo caos" na megalópole. E tudo, diz o jornal, justamente no dia em que "os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil."
Os metroviários de São Paulo, em greve desde a última quinta-feira, decidiram na noite de segunda-feira (09/06), em assembleia-geral, suspender a paralisação por dois dias e retornar imediatamente ao trabalho. Mas os trabalhadores marcaram nova assembleia para quarta-feira, véspera da abertura da Copa, mantendo, assim, a ameaça de paralisação durante o Mundial.