Fogo que se espalhou em meio a protestos pela morte de migrante iraquiana destruiu abrigos e instalações em centro de acolhimento superlotado na ilha de Chios. Autoridades avaliam dimensão dos estragos no local.
Anúncio
Um incêndio em um dos maiores campos de refugiados da Grécia, iniciado na noite deste sábado (18/04) durante protestos pela morte de uma migrante iraquiana, destruiu estruturas e deixou muitas pessoas desabrigadas.
As chamas iniciadas no campo de Vial, na ilha de Chios, destruíram instalações dos serviços europeus de asilo, uma das cantinas, alguns barracões de armazenamento e diversos alojamentos, informou o secretário do Ministério da Imigração, Manos Logothetis.
"Uma grande parte dos serviços administrativos do campo foi destruída", disse o secretário, assegurando que não haver relatos de pessoas feridas.
"As autoridades ainda avaliam os danos, mas, provavelmente, algumas centenas de pessoas foram afetadas, uma vez que seus abrigos foram incendiados. Doamos às autoridades barracões que podem ser rapidamente colocados em uso e ajudaremos a substituir os locais de armazenamento", disse o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) em Atenas, Boris Cheshirkov.
A polícia informou que dois afegãos e um iraquiano foram presos durante os distúrbios no campo, iniciados após a morte de uma iraquiana de 47 anos. Segundo a agência de notícias grega ANA, ela havia sido levada com febre para um hospital na semana passada onde foi testada para covid-19, mas o resultado foi negativo.
"Conseguimos restaurar a ordem por perto da 1 hora da madrugada [...] muitas pessoas tomaram parte nos incidentes", afirmou um policial em Chios.
Os campos de refugiados na Grécia estão sob quarentena em razão da pandemia de covid-19, enquanto as autoridades tentam manter os ocupantes do local separados dos moradores. Até o momento, o coronavírus matou 110 pessoas no país. Outras 67 estão internadas em UTIs.
Apenas dois campos de refugiados na parte continental da Grécia registraram casos de covid-19, mas nenhuma ocorrência foi detectada nos centros de acolhimento nas ilhas.
Assim como os demais abrigos para requerentes de asilo no país, o campo de Vial está superlotado, com mais de 5 mil pessoas em instalações com capacidade para em torno de mil ocupantes.
A Grécia abriga em torno de 100 mil refugiados vindos da Turquia, que se acumularam no país após outras nações europeias fecharem suas fronteiras. Ao todo, 36 mil refugiados estão em campos instalados nas ilhas gregas próximas ao território turco, que foram projetados para acolher 6,1 mil pessoas.
Cerca de 68 milhões de pessoas se encontram atualmente em fuga: pelo mar, pelas montanhas, pelas estradas. A migração afeta todos os continentes. As rotas de fuga são as mais diversas. E todas são desoladoras.
Foto: Imago/ZUMA Press/G. So
Fuga por caminhão
O mais recente movimento migratório tem origem na América Central. Violência e fome levam milhares de pessoas a fugir de Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala. O destino: os Estados Unidos da América. Mas lá, o presidente Trump se mobiliza contra os imigrantes indesejados. A maioria dos refugiados permanece na fronteira mexicano-americana.
Foto: Reuters/C. Garcia Rawlins
Refugiados terceirizados
O governo conservador em Camberra não quer ter refugiados no país. Aqueles que conseguem chegar ao quinto continente são rigorosamente deportados. A Austrália assinou acordos com vários países do Pacífico, incluindo Papua Nova Guiné e Nauru, para alocar ali os refugiados em campos, cujas condições são descritas por observadores como catastróficas.
Foto: picture alliance/AP Photo/Hass Hassaballa
Os refugiados esquecidos
Hussein Abo Shanan tem 80 anos. Ele vive há décadas como refugiado palestino na Jordânia. O reino tem apenas dez milhões de habitantes. Entre eles, estão 2,3 milhões de refugiados palestinos registrados. Eles vivem, em parte, desde 1948 no país – após o fim da guerra árabe-israelense. Além disso, existem atualmente cerca de 500 mil imigrantes sírios.
Foto: Getty Images/AFP/A. Abdo
Tolerado pelo vizinho
A Colômbia é a última chance para muitos venezuelanos. Ali, eles vivem em acampamentos como El Camino, nos arredores da capital, Bogotá. As políticas do presidente Nicolás Maduro levaram a Venezuela a não conseguir mais suprir seus cidadãos, por exemplo, com alimentos e medicamentos. As perspectivas de volta a seu país de origem são ruins.
Foto: DW/F. Abondano
Fuga no frio
Pessoas em fuga, como estes homens na foto, tentam repetidamente atravessar a fronteira da Bósnia-Herzegovina para a Croácia. Como membro da União Europeia, a Croácia é o destino dos migrantes. Especialmente no inverno, essa rota nos Bálcãs é perigosa. Neve, gelo e tempestades dificultam a caminhada.
Foto: picture-alliance/A. Emric
Última parada Bangladesh?
Tempo de chuva no campo de refugiados de Kutupalong em Bangladesh. Mulheres da etnia rohingya, que fugiram de Myanmar, protegem-se com seus guarda-chuvas. Mais de um milhão de muçulmanos rohingya fugiram da violência das tropas de Myanmar para o vizinho Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo e que está sobrecarregado com a situação. Este é atualmente o maior campo de refugiados do planeta.
Foto: Jibon Ahmed
Vida sem perspectiva
Muitos recursos minerais, solos férteis: a República Centro-Africana tem tudo para estabelecer uma sociedade estável. Mas a guerra no próprio país, os conflitos nos países vizinhos e governos corruptos alimentam a violência na região. Isso faz com que muitas pessoas, como aqui na capital, Bangui, tenham que viver em abrigos.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Blackwell
Chegada à Espanha
Refugiados envoltos em cobertores vermelhos são atendidos pela Cruz Vermelha após sua chegada ao porto de Málaga. 246 imigrantes foram retirados do mar pelo navio de resgate Guadamar Polimnia. Cada vez mais africanos evitam agora a Líbia. Em vez disso, eles tomam a rota do Mediterrâneo Ocidental, a partir da Argélia ou Marrocos.
Foto: picture-alliance/ZUMA Wire/J. Merida
Refugiados sudaneses no Uganda
Por muito tempo, Uganda foi um país dilacerado pela guerra civil. Atualmente, a situação se estabilizou em comparação com outros países africanos. Para esses refugiados do Sudão do Sul, a chegada a Kuluba significa, sobretudo, segurança. Centenas de milhares de sul-sudaneses encontraram refúgio no Uganda.