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Incêndio em fábrica de Bangladesh mata dezenas

10 de setembro de 2016

Fogo em fábrica que fornece embalagens para empresas ocidentais provoca explosão de uma caldeira. País tem histórico de acidentes causados em razão das más condições de trabalho.

Grande número de trabalhadores bengalis estava no local quando a caldeira explodiu
Grande número de trabalhadores estava no local quando a caldeira explodiuFoto: picture-alliance/AP Photo/A. M. Ahad

Ao menos 23 pessoas morreram neste sábado (10/09) após a explosão de uma caldeira numa fábrica localizada na área industrial de Gazipur, em Bangladesh. As autoridades informaram que o incêndio provocado pela explosão deixou pelo menos 70 feridos, no pior desastre industrial ocorrido no país desde o colapso de um edifício em 2013.

O incidente, ocorrido nas proximidades da capital, Dhaka, ocorreu num edifício de cinco andares da empresa Tampaco Foils, que fabrica materiais de embalagem de alimentos e bebidas para clientes como a Nestlé. No momento da explosão, um grande número de trabalhadores estava na fábrica.

"Soubemos que havia produtos químicos armazenados no piso térreo, o que fez com que o fogo se espalhasse rapidamente", afirmou o chefe da unidade de polícia industrial de Bangladesh, Tahmidul Islam.

As condições de trabalho nas fábricas em Bangladesh são alvo de denúncias desde antes do desastre sem precedentes de 2013, quando o colapso do complexo Rana Plaza matou 1.129 pessoas, deixando mais de 2,5 mil feridos.

Problemas de estrutura na construção foram detectados antes do acidente, mas os proprietários e administradores do local obrigaram os trabalhadores a continuarem com as operações. Na ocasião, 42 pessoas foram acusadas de assassinato. A empresa fabricava roupas para marcas ocidentais como Benetton, Mango, Primark e Wal-Mart.

Condições "deploráveis" de trabalho

Apesar da enorme repercussão da tragédia de 2013 em todo o mundo, as grandes empresas têxteis internacionais continuaram a contratar os serviços das fábricas de Bangladesh. Um relatório de 2015 da organização Human Rights Watch descreveu as condições de trabalho no país como "deploráveis".

Apesar de reconhecer que a indústria têxtil contribuiu para o aumento gradual do padrão de vida no país, o relatório da ONG conclui que isso ocorreu "ao custo de vidas humanas e do sofrimento dos trabalhadores da indústria têxtil, que lutam por um futuro melhor".

Em maio deste ano, o jornal americano New York Times se juntou a outros órgãos de imprensa internacionais que denunciam as gigantes da indústria têxtil, incluindo as redes H&M e Wal-Mart.

O diário mencionou um relatório da Asia Floor Wage Alliance – uma coalizão de sindicatos trabalhistas e organizações de direitos humanos e dos trabalhadores – que acusa os empresários não apenas de violarem as leis de segurança, mas de práticas de assédio sexual e de pagar mal os funcionários.

RC/ap/dpa/afp

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