Incêndio em Los Angeles ameaça se alastrar para novas áreas
12 de janeiro de 2025
Equipes correm contra o tempo para conter as chamas antes de novas rajadas de ventos fortes agravarem ainda mais a situação. Número de mortos sobe para 16, enquanto continuam as buscas nas regiões atingidas.
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O número de mortos nos incêndios florestais que atingem a região de Los Angeles aumentou para 16 neste sábado (11/01), enquanto as equipes lutam para conter as chamas antes da chegada prevista de novas rajadas de ventos fortes capazes, potencialmente, de empurrar o fogo em direção a outras regiões da cidade.
O departamento de medicina forense de Los Angeles informou que cinco das mortes ocorreram nos incêndios no bairro costeiro de Pacific Palisades e outras 11 em Eaton, no interior.
As autoridades não descartam um aumento no número de vítimas, enquanto as equipes com cães farejadores realizam buscas sistemáticas nos bairros atingidos. A cidade estabeleceu um centro de informações onde a população pode relatar as pessoas desaparecidas.
No sábado à noite, o Departamento de Proteção Florestal e de Incêndios da Califórnia (Cal Fire) relatou que os incêndios de Palisades, Eaton, Kenneth e Hurst consumiram cerca de 160 quilômetros quadrados, uma área maior que a da cidade de São Francisco.
Somente os incêndios de Palisades e Eaton devastaram uma área de quase 153 quilômetros quadrados. Na noite de sábado, o Cal Fire informou que 11% das chamas estavam contidas em Palisades, enquanto em Eaton, 15% do incêndio estava controlado.
Novas rajadas de ventos fortes
O Serviço Nacional de Meteorologia alertou que novas rajadas de ventos fortes – tidos como os responsáveis por transformar os incêndios florestais em infernos que arrasaram bairros inteiros – devem atingir em breve a cidade, onde não choveu em quantidade significativa durante mais de oito meses.
"As condições climáticas ainda são críticas e mais ventos fortes são esperados a partir desta segunda-feira", afirmou um porta-voz do Cal Fire.
Christian Litz, chefe de operações do departamento, disse neste sábado que o foco principal do combate às chamas era o incêndio na área do cânion de Palisades, não muito longe do campus da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla). O fogo também ameaça atingir alguns dos marcos da cidade, como o Museu Getty, e áreas densamente povoadas, como Hollywood Hills e o vale de San Fernando.
Os Serviços de Emergência da Califórnia informaram neste sábado que 150.000 pessoas no condado de Los Angeles ainda estavam sob ordens de evacuação, com mais de 700 recebendo sendo acolhidas em nove abrigos.
Equipes da Califórnia e de nove outros estados atuam nas operações, que incluem 1.354 caminhões de bombeiros, 84 aeronaves e mais de 14.000 funcionários, além de bombeiros recém-chegados do México.
Prejuízos históricos
Os incêndios, que começaram na última terça-feira ao norte do centro de Los Angeles, queimaram mais de 12.000 estruturas. Em Eaton, ao norte de Pasadena, as chamas destruíram mais de 7.000 estruturas – termo que se refere a casas, prédios de apartamentos, empresas e veículos e estruturas adjacentes, como garagens ou depósitos.
As primeiras estimativas indicam que os estragos na Califórnia poderão ser os mais caros já registrados no país. Uma estimativa preliminar da AccuWeather, uma empresa privada que fornece dados meteorológicos, calcula que os danos sejam de entre 135 e 150 bilhões de dólares (R$ 824 e R$ 916 bilhões).
Com relatos de saques e a imposição de um toque de recolher noturno, a polícia e a Guarda Nacional montaram postos de controle para monitorar o acesso às zonas de desastre. Isso, porém, deixou muitos moradores frustrados. Ele têm de aguardar até 10 horas nas filas para tentar voltar e ver o que sobrou de suas casas.
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FBI e polícia iniciam inquérito
Ainda não foi determinada nenhuma causa para os incêndios de maiores proporções. Uma investigação de grande porte já em andamento, envolvendo o FBI, a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) e autoridades locais, informou o xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna. "Não vamos deixar pedra sobre pedra", garantiu.
"Se isso for um ato criminoso – não estou dizendo que vai ser, mas, se for – precisamos punir quem fez isso, ou os grupos responsáveis", acrescentou. O xerife lançou um apelo para que qualquer pessoa que tenha informações se apresente às autoridades.
Embora possam ser provocados, os incêndios florestais geralmente surgem de forma natural, sendo parte vital do ciclo de vida de um ecossistema. A expansão urbana, porém, deixa a população mais exposta aos riscos, e as mudanças climáticas – sobrecarregadas pelo uso descontrolado dos combustíveis fósseis – exacerbam as condições que dão origem aos incêndios com grande potencial de destruição.
rc (AP, AFP)
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