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Incerteza faz empresas retirarem sedes da Catalunha

7 de outubro de 2017

Madri aprova decreto que facilita mudança de endereço de companhias. Diante do temor de uma declaração de independência catalã, empresas como CaixaBank anunciam transferência de suas sedes para outras partes do país.

Spektakuläre Firmensitze Barcelona Gasnatural Fenosa
Prédio da Gas Natural Fenosa em Barcelona. Empresa anunciou transferência temporária de sua sede para MadriFoto: flickr/FromTheNorth

A Espanha aprovou um decreto nesta sexta-feira (06/10) que facilita a saída de empresas da Catalunha, diante da incerteza gerada por uma iminente declaração unilateral de independência. Importantes empresas da região já anunciaram a transferência de suas sedes para outros locais.

O conselho administrativo do CaixaBank, maior banco da Catalunha e o terceiro maior da Espanha, decidiu nesta sexta-feira transferir sua sede social em Barcelona para a cidade de Valência, como forma de assegurar que sua atividade seja protegida pelo quadro regulatório europeu.

A empresa informou que sua intenção é "proteger os interesses dos clientes, acionistas e funcionários, garantindo a permanência da entidade na zona do euro sob a supervisão do Banco Central Europeu".

Segundo a administração do CaixaBank, a transferência de sua sede social não resultará em nenhuma mudança na operação do grupo, que possui uma rede de mais de 5.400 agências, 9.400 caixas automáticos, 15,8 milhões de clientes e mais de 37 mil funcionários.

Decisão semelhante foi tomada pela Gas Natural Fenosa, que tem ampla presença internacional. A companhia energética anunciou nesta sexta-feira a transferência temporária de sua sede social de Barcelona para a capital, Madri.

Leia também: O direito internacional contempla o separatismo?

Nesta sexta-feira, o Conselho de Ministros espanhol aprovou um decreto que determina que empresas poderão decidir pela mudança de seu endereço social sem a necessidade de contar com a autorização da junta de acionistas, o que facilita o processo de saída das empresas da Catalunha.

O ministro da Economia, Luis de Guindos, explicou que o decreto responde aos "pedidos" de várias companhias para fazer frente às políticas "irresponsáveis" do governo catalão, que "geram inquietações" no mercado. O temor de uma proclamação unilateral de independência afetou inclusive as ações de algumas empresas nas bolsas de valores.

A medida do governo espanhol veio depois de uma série de companhias ter anunciado sua mudança nos últimos dias, incluindo a empresa de telecomunicações Eurona Wireless Telecom, a companhia de biotecnologia Oryzon Genomics e a de produção têxtil Dogi.

Por sua vez, o banco Sabadell, o quinto maior da Espanha, comunicou nesta quinta-feira que deixará a Catalunha e deslocará sua sede para a cidade de Alicante, no sudeste do país.

Os catalães foram às urnas no domingo passado para um referendo separatista considerado inconstitucional pelo governo em Madri. Segundo Barcelona, 90,18% dos votos foram a favor da independência da região. No entanto, apenas 43% dos eleitores foram votar.

O presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, anunciou que comparecerá na próxima terça-feira, 10 de outubro, ao Parlamento regional para apresentar os resultados do referendo. Especula-se que o líder catalão apresente nesta data uma declaração unilateral de independência.

A sessão, inicialmente marcada para 9 de outubro, foi suspensa nesta quinta-feira pelo Tribunal Constitucional, com o argumento de que uma declaração de independência equivaleria a uma quebra de ordem constitucional, elevando ainda mais as tensões entre Madri e Barcelona.

EK/efe/dpa/lusa/afp

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