Indústria aeroespacial tem encontro marcado em Berlim
10 de maio de 2002Anúncio
No Salão Internacional da Aeronáutica, em Berlim, 340 aviões podem ser admirados pelo público até domingo (12), seja no solo ou no ar. Algumas novidades, divulgadas durante o evento:
Luta antiterror -
A firma ScorJet, de Paris, apresentou um novo sistema para evitar o seqüestro de aviões. Ele é acionado por um técnico, de dentro de uma cabine blindada. Graças a sistemas eletrônicos de localização e comando, os piratas aéreos podem ser imobilizados rapidamente por projéteis de precisão milimétrica. O primeiro protótipo será colocado à disposição das companhias aéreas para teste nos próximos meses. O STNPA (Systeme Technique de Neutralisation des Pirates de l'Air) pode custar de 300 a 500 mil euros, conforme o tipo de avião.Rolls-Royce fabricará motores para a Lufthansa
- O fabricante britânico de motores Rolls-Royce anunciou uma grande encomenda para a Lufthansa. A Rolls-Royce vai fabricar a nova versão do motor Trent 900 para 15 aviões Airbus A380. A encomenda é no valor de 750 milhões de dólares. A Lufthansa pretende colocar em funcionamento seu primeiro Airbus para 550 passageiros em 2007.EADS quer aumentar faturamento no setor militar
- A segunda maior empresa aeroespacial do mundo, EADS (European Aeronautic Defence and Space Company), vê fortes indícios de reativação da conjuntura econômica para a indústria aeroespacial e pretende aumentar seu faturamento no segmento militar em 50% até 2004. A companhia européia irá intensificar suas atividades e as cooperações nos Estados Unidos, ressaltaram seus presidentes, o alemão Rainer Hertrich e o francês Philippe Camus. Eles se manifestaram satisfeitos com as encomendas de aviões.Federação de indústrias reclama de atraso tecnológico
- Uma avaliação positiva da conjuntura também fez Hans Eberhard Birke, da diretoria da Federação Alemã das Indústrias Aeroespaciais (BDLI). Ele conta com um crescimento de 5% ao ano do número de passageiros e de 7% do volume de carga. Birke, contudo, queixou-se da grande discrepância tecnológica entre as forças armadas dos EUA e da Europa, mencionando expressamente o déficit das Forças Armadas alemãs. A Alemanha só conseguirá superar o problema aumentando o orçamento de defesa para pesquisa e desenvolvimento militar em, pelo menos, 130 milhões de euros.Cresce mercado para business jets
- Desde 11 de setembro, um número cada vez maior de executivos recorre a jatinhos em vez de voar com as grandes companhias aéreas. Com isso, fortaleceu-se a tendência das empresas disporem de jatos próprios. Nos últimos cinco anos, o setor cresceu 70%, segundo dados da Bombardier, uma das concorrentes da Embraer, que por ter estande próprio só foi incluída posteriormente na lista dos mais de mil expositores no Salão da Aeronáutica. Vinte e três apresentam modelos interessantes para homens de negócios. Cessna, Raytheon e Bombardier anunciaram vários contratos de vendas. A Honeywell calcula que até 2012, empresas de todo o mundo irão encomendar 8400 jatinhos, no valor de 130 bilhões de dólares.Faltam especialistas
- O setor de aeronáutica da Alemanha queixa-se da falta de especialistas com alta qualificação. Peter Pletschacher, da imprensa especializada, levantou a questão de um green card para o setor. Ele se refere à concessão de visto de permanência e licença de trabalho na Alemanha, adotada até agora para suprir a falta de especialistas em informática. Muitos engenheiros jovens preferem trabalhar nos EUA ou vão para as fábricas da Airbus na França, disse Pletschacher, durante um debate, em Berlim.Rolls-Royce pode construir jatinhos com Tupolew e MIG
- A Rolls-Royce Deutschland provavelmente vai construir um jato para curtas distâncias com parceiros russos. Juntamente com o escritório de design da Tupolev e o fabricante de aviões MIG está sendo elaborado um estudo sobre a possibilidade de desenvolvimento e produção em série do Tupolev Tu-334. Um acordo nesse sentido foi assinado nesta quarta-feira (08).Anúncio