Indústria alemã em alerta devido a baixo nível do rio Reno
18 de agosto de 2022
Via fluvial, que vai dos Alpes Suíços ao Mar do Norte e é uma das mais trafegadas do mundo, apresenta recordes negativos de profundidade. Sobretudo os centros industriais da Alemanha dependem do Reno para transportes.
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Líderes da indústria alemã estão soando o alarme devido à queda do nível das águas do rio Reno e seus efeitos sobre a navegação comercial.
"É só uma questão de tempo até as fábricas do setor químico ou siderúrgico terem que fechar. Óleos minerais e materiais de construção não chegam a seu destino, e transportes de grande volume e pesados não podem mais ser realizados", relatou Holger Lösch, vice-diretor-gerente da Federação da Indústria Alemã (BDI).
À medida que partes da importante via fluvial alcançam recordes negativos no nível de água, as consequências podem ser gargalos de abastecimento, redução da produção ou fechamentos, implicando dispensa de pessoal. Remanejar o transporte de bens por caminhão ou trem pode resultar em outras dificuldades, devido às limitações da rede ferroviária e à escassez de motoristas.
"O período prolongado de seca e os baixos níveis d'água estão ameaçando a segurança do abastecimento para a indústria. A já tensa situação econômica das companhias está piorando", afirmou Lösch.
Na terça-feira (16/08), o nível do Reno num dos pontos de aferimento mais importantes, na cidade de Emmerich, perto da fronteira holandesa, havia caído quatro centímetros em apenas 24 horas. Segundo a Direção Geral para Vias Aquáticas e Navegação (GDWS) da Alemanha, a mínima anterior foi em outubro de 2018.
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Reno, via fluvial europeia vital
O rio Reno flui dos Alpes Suíços, atravessando os centros industriais da Alemanha, até o Mar do Norte, e é uma rota importante para produtos como cereais, carvão e substâncias químicas.
Ele forma uma conexão vital entre os produtores e os terminais de exportação globais nos portos do Mar do Norte como Roterdã e Amsterdã. Canais e outros rios o ligam ao rio Danúbio, também possibilitando transportes para o Mar Negro.
O Reno é uma artéria logística na Alemanha e uma das vias fluviais mais trafegadas do mundo, e o nível baixo da água já obriga as barcaças que o percorrem a adotarem uma capacidade de carga reduzida.
Normalmente a profundidade média do Reno durante o verão é de cerca de dois metros, mas no momento ele apresenta um metro em diversos pontos. Numa passagem estreita perto da cidade de Koblenz, no começo de agosto o nível era de apenas 56 centímetros.
Portanto, atualmente as embarcações só podem trafegar com carga parcial, o que eleva os preços dos produtos transportados. E se as águas não voltarem a subir, em breve elas não poderão mais transitar. No entanto, alívio pode já estar a caminho, pois a meteorologia anuncia queda de temperatura e chuvas para os próximos dias.
av (AP, AFP, Reuters, DPA)
Encantadores castelos ao longo do Reno
Nos 65 km do Reno entre Remagen e Bingen, região que recebeu o título de Patrimônio da Humanidade em 2002, há a maior concentração de castelos na Alemanha: em média, há um castelo a cada 1,5 km. Conheça alguns.
Foto: picture-alliance/Arco Images/F. Gierth
Ruínas do burgo Fürstenberg em Rheindiebach
Dificilmente encontra-se uma ruína de castelo mais típica ao longo do Reno. O burgo no topo da colina foi construído no século 13. Sua preservação como uma ruína dá-lhe um charme todo peculiar. Os visitantes podem encerrar sua visita no terraço do castelo, saboreando uma taça de vinho.
Foto: Fotolia/LianeM
Torre do Rato em Bingen
No extremo sul do Vale do Reno Médio Superior, o "Mäuseturm" (Torre do Rato) marca a entrada na parte romântica do rio Reno. Esta torre de vigia no meio do rio, em frente ao Castelo Ehrenfels, serviu de posto alfandegário na Idade Média. No século 17, os pintores holandeses descobriram a torre abandonada e fizeram dela um símbolo do Reno Romântico.
Foto: picture-alliance/DUMONT Bildarchiv
Burgo Rheinstein em Trechtinghausen
No século 19, Friedrich Wilhelm Ludwig, da Prússia, mandou restaurar as ruínas do castelo do século 14. Os preciosos vitrais, murais e móveis elegantes ainda testemunham a pompa e o luxo com que o príncipe cultivou seu idílio privado. Hoje, o burgo abriga um museu, um hotel e um restaurante.
Foto: Fotolia/Kristan -
Burgo Sooneck em Niederheimbach
Apesar de ser parcialmente coberto por roseiras, Sooneck não é um castelo de conto de fadas, mas um verdadeiro burgo de Raubritter (literalmente, cavaleiros ladrões). No século 11, os controladores aduaneiros celebravam aqui suas pilhagens. Entre outras coisas, colocavam nos próprios bolsos as taxas cobradas pela passagem no rio, em vez de as transferirem para o mosteiro, na época dono do burgo.
Foto: picture-alliance/Arco Images/F. Gierth
Burgo Pfalzgrafenstein
O burgo fica num recife rochoso no meio do Reno. A estação alfandegária de 700 anos antigamente ocupava até 30 homens. Era apenas um dos 12 postos aduaneiros onde os navios dos comerciantes de vinho tinham de parar no trecho de 180 km entre Mainz e Colônia. O grande número chegou a ser motivo de reclamação ao papa. Hoje, só balsas ainda atracam aqui para levar os visitantes ao castelo.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Frey
Burgo Katz em St. Goarshausen
Hoje propriedade privada japonesa, o burgo Katz tem vista para o rochedo Loreley, de onde segundo a lenda uma sereia encantava navegadores com suas canções. Temendo ataques, o conde Katzenelnbogen mandou construir a fortaleza no século 14 para se proteger do vizinho castelo Peterseck. Na linguagem popular, os nomes dos burgos ficaram consagrados como burgo Katz (gato) e burgo Maus (rato).
Foto: imago
Ruína do castelo Rheinfels
Em frente ao burgo Katz e ao primeiro castelo dos condes Katzenelnbogen ficava o castelo de Rheinfels. Construído na Idade Média como a maior fortificação do Reno, foi durante muito tempo considerado inexpugnável. Reclamado sem sucesso pelo bisneto do último imperador alemão ao atual proprietário, o estado da Renânia-Palatinado, o símbolo da cidade de St. Goar está aberto a turistas.
Foto: picture-alliance/dpa/U. Anspach
Castelo de Marksburg em Braubach
Muitas ruínas de castelos ao longo do Reno foram reconstruídas em estilos medievais historicistas durante o século 19. O Marksburg, do século 13, escapou deste destino porque nunca foi destruído. Tanto a capela, o salão e o arsenal do cavaleiro como a adega ficaram parados no tempo. Bem-vindo à Idade Média!
Foto: picture alliance/H.-J. Rech
Castelo de Martinsburg em Lahnstein
O antigo posto alfandegário pertenceu ao arcebispado de Mainz. O belo jardim está aberto à visitação. Alguns cômodos abrigam o museu do carnaval renano. Uma de suas atrações é o salão gótico, aberto ao público apenas em ocasiões especiais.
Foto: Stadtverwaltung Lahnstein
Castelo Stolzenfels
Gracioso em vez de desafiador, foi assim que o rei prussiano Frederico Guilherme 4º mandou construir seu ideal de castelo no Reno, perto de Koblenz. O arquiteto e construtor Karl Friedrich Schinkel transformou o burgo em ruínas do século 11 numa residência de verão a partir de 1823. Como nenhum outro castelo ao longo do famoso rio, Stolzenfels é hoje sinônimo do Reno Romântico.