Infecção hospitalar ameaça mais que aids, diz estudo
Dagmar Breitenbach md
19 de outubro de 2016
Pesquisa sugere que risco de infecção hospitalar para população na Europa é maior que o representado por HIV, gripe e tuberculose juntos.
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Muitos custam a acreditar, mas seis infecções associadas ao sistema de saúde são um problema maior em hospitais do que gripe, aids e tuberculose juntos.
As chamadas "seis grandes" são pneumonia, infecções do trato urinário e incisional, clostridium difficile (bacilo responsável por doenças gastrointestinais associadas a antibióticos), sepse neonatal e infecções primárias da corrente sanguínea. E todas elas podem ser contraíras durante um tratamento hospitalar.
Essa é a conclusão de um estudo divulgado nesta terça-feira (18/10) na revista científica PLoS Medicine, publicada, sob o sistema de acesso aberto peer-reviewed, pela Biblioteca Pública de Ciência, sediada em São Francisco (EUA).
Infecções hospitalares são "a maioria dos eventos adversos frequentes na prestação de cuidados de saúde em todo o mundo", de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com milhões de pacientes afetados a cada ano.
A UE e o Espaço Econômico Europeu enfrentam mais de 2,5 milhões de casos de infecções hospitalares a cada ano, avalia o estudo. E a estimativa é que elas resultam na perda dessa mesma quantidade de anos de expectativa de vida corrigida pela incapacidade (EVCI) – como são chamados os anos de uma vida saudável, ou seja, sem limitações ou incapacidades. O termo é usado para medir o impacto das doenças sobre a saúde de uma população.
Doenças transmissíveis
Infecções hospitalares são uma complicação comum e, em grande parte, possível de prevenir na hospitalização e na cirurgia. Elas afetam até um em cada 20 pacientes, conforme o estudo.
Elas estão associadas ao aumento da morbidade, da mortalidade e de custos de saúde. Os autores do estudo argumentam que a redução de infecções associadas aos cuidados de saúde na UE e no Espaço Econômico Europeu deve ser "uma meta capaz de ser alcançada".
O estudo utiliza dados de uma pesquisa realizada entre 2011 e 2012 pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), de Estocolmo, sobre infecções associadas aos cuidados de saúde em hospitais europeus para casos agudos.
A pesquisa é, de acordo com seus autores, "uma sólida primeira tentativa" em estimar a carga representada pelas infecções hospitalares, incluindo o papel da comorbidade – a coexistência de múltiplas doenças. Eles salientam "a necessidade de se intensificar esforços para prevenir e controlar essas infecções, visando tornar os hospitais europeus mais seguros".
Um laboratório médico para a terra e o espaço
No centro de pesquisas Envihab, em Colônia, médicos podem simular qualquer ambiente. Temperatura, luz, ruído, composição do ar, pressão e umidade podem ser alterados arbitrariamente. Mas o laboratório oferece mais.
Foto: picture-alliance/dpa
Aprendendo com o espaço
Durante voos espaciais, astronautas estão expostos a vários tipos de estresse físico. O metabolismo, o sistema hormonal e vários outros elementos passam por mudanças. Entender como e por que o corpo reage a estas situações é a tarefa do laboratório de pesquisas Envihab, recentemente inaugurado em Colônia.
Foto: picture-alliance/dpa
Após o retorno, fraqueza nas pernas
Depois de voltarem da Estação Espacial Internacional (ISS, da sigla em inglês), como mostra a foto de 2012, astronautas têm dificuldade para andar. Seus músculos enfraqueceram na ausência de gravidade e o sangue não circula nas pernas. É que, na ausência de gravidade, o sangue vai para a cabeça.
Foto: Reuters/Sergei Remezov
O sangue precisa circular nas pernas
Para lutar contra a falta de circulação nas pernas no espaço, astronautas usam estas câmaras de vácuo que vão até a cintura. Elas entraram em uso na estação espacial russa MIR. As câmaras puxam o sangue para a parte inferior do corpo.
Foto: DW/F. Schmidt
Ficar em forma aos pulos
Este dispositivo de treinamento é instalado em uma chamada centrífuga de raio curto. Com ela, os astronautas podem treinar seus músculos. Em missões de longa duração, uma centrífuga como esta pode simular a aceleração da gravidade na terra, que falta no espaço.
Foto: DW/F. Schmidt
Olhando para dentro do coração
A centrífuga do Envihab pode simular a aceleração da gravidade na terra com intensidade seis vezes maior, como a que se sente no lançamento de um foguete ou dentro de um jato de combate. Acoplado ao braço de um robô, o aparelho de ultrassom da foto analisa como o coração reage a esse tipo de situação.
Foto: DW/F. Schmidt
Joystick para ficar perto dos pacientes
À distância, o médico direciona o ultrassom para bem perto do corpo do paciente. Com a máquina, ele pode olhar diretamente para dentro do coração, ou descobrir se outros órgãos são empurrados, e também se vasos sanguíneos incham ou diminuem com a alta velocidade.
Foto: DW/F. Schmidt
Testes 24h por dia
Os especialistas do Envihab também analisam os hormônios do sono. Eles querem saber como as substâncias se alteram à noite. Para isso, eles contam com estas pequenas janelas acima das camas. Assim, é possível colher sangue dos pacientes enquanto eles dormem, sem que eles percebam.
Foto: DW/F. Schmidt
Cansaço excessivo: como o cérebro reage?
O eletroencefalograma também é usado para pesquisas do sono: com ele, pode-se observar como as ondas cerebrais mudam quando uma pessoa muito cansada cai no sono ou num cochilo repentido – uma pesquisa importante, por exemplo, para avaliar o desempenho de motoristas de caminhão.
Foto: DW/F. Schmidt
Repensando o senso de orientação
Em terra firme, é fácil: a gravidade sempre nos puxa para baixo. O universo ao redor está parado. Mas, no espaço, fica difícil – não existe lado de cima ou de baixo. Por isso, astronautas treinam manobras difíceis no computador. Aqui, o especialista simula o encaixe de uma cápsula espacial.
Foto: DW/F. Schmidt
Gravidade zero requer mouses especiais
Um mouse de computador convencional não funciona no espaço. Se um astronauta apoiasse o mouse em alguma superfície dentro da nave espacial, seria empurrado para trás. Por isso, o mouse precisa ter um quadro para que a pessoa possa se segurar e é projetado como esfera.
Foto: DW/F. Schmidt
Caça ao cargueiro espacial
Capturar um cargueiro espacial com um mouse e um joystick não é tão fácil. Um pequeno movimento errado com o robô gigante e toda a estação espacial pode girar na direção errada.
Foto: DW/F. Schmidt
Câmara simula despressurização de aviões
Estas portas à prova de gás suportam vácuo. Atrás delas, é como se o corpo humano estivesse numa altitude de 10 mil metros. Os pesquisadores podem testar sistemas de aeronaves em seres humanos. Um exemplo são os sistemas de oxigênio de emergência: o que acontece quando há uma queda de pressão repentina?
Foto: DW/F. Schmidt
Respirando sob pressão
Aviões de combate voam muito mais alto: a 15 mil pés de altitude, a pressão atmosférica é tão baixa que o oxigênio não é mais absorvido pelo piloto – só exalado. Neste caso, só as máscaras da foto podem ajudar: elas mandam ar pressurizado para o rosto do piloto e ele respira sob a chamada pressão positiva.