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Infecções por coronavírus chegam a 11 mil na China

1 de fevereiro de 2020

OMS alerta para possíveis surtos em outros países, enquanto vários governos reforcam medidas de precaução. EUA proíbem a entrada de estrangeiros vindos do território chinês. Número de mortos supera 250.

Aeronave com materiais médicos chega à cidade de Wuhan, epicentro do surto das infecções pelo novo coronavírus
Aeronave com materiais médicos chega à cidade de Wuhan, epicentro do surto das infecções pelo novo coronavírus Foto: picture-alliance/dpa/C. Min

O número de mortos pelo surto de coronavírus na China aumentou para 259 neste sábado (01/02), enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que outros países devem se preparar para controlar possíveis surtos em seis territórios.

O total de casos confirmados na China, após surto iniciado na cidade de Wuhan, na província de Hubei, aumentou para 11.791. Aa autoridades mantêm várias cidades sob quarentena na região, isolando em torno de 50 milhões de pessoas.

Nesta sexta-feira, os Estados Unidos declararam emergência pública de saúde e o presidente Donald Trump assinou uma ordem que barra a entrada de estrangeiros que estiveram na China nos últimos quatorze dias, período que corresponde ao tempo máximo de incubação do vírus, estabelecido pelos cientistas. A medida, que entra em vigor neste domingo, não é válida para familiares de cidadãos americanos ou de residentes permanentes no país.

O governo chinês protestou contra a proibição, que afirmou ser contrária às recomendações da OMS para que os países não aplicassem restrições de viagem. "Isso representa um mau exemplo. Certamente, não é um gesto de boa vontade", disse um porta-voz do Ministério chinês do Exterior. A Austrália anunciou medidas semelhantes, assim como fizeram o Japão e Cingapura.

Cidadãos americanos que retornarem da China terão a entrada permitida em seu país, mas serão submetidos a exames médicos e deverão monitorar suas condições de saúde nos 14 dias após a chegada. Aqueles que vierem da província de Hubei terão de passar duas semanas em quarentena.

A partir deste domingo, voos que chegarem aos EUA vindos da China serão direcionados para sete aeroportos com capacidade de realizar os exames necessários nos passageiros. A companhia aérea americana Delta Airlines se juntou a várias outras em todo o mundo e suspendeu todos os seus voos para a China. Outras empresas que fizeram o mesmo foram a British Airways, Lufthansa, Cathway Pacific, Air France, KLM, Iberia, entre outras.

O secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reiterou que, apesar da declaração de emergência, não havia motivos para "medidas que interferem desnecessariamente com as viagens e o comércio internacional".

Os EUA também emitiram uma recomendação aos americanos na China para que considerem deixar o país. A Alemanha, Reino Unido e o Japão também alertaram contra viagens não essenciais ao território chinês.

Barracões do Exército próximo ao aeroporto de Frankfurt onde pessoas vindas da China ficarão em quarentenaFoto: Getty Images/AFP/Y. Schreiber

O governo da Alemanha enviou um avião para Wuhan que retornou ao país neste sábado transportando em torno de 130 pessoas – cerca de 90 alemães e 40 cidadãos de outras nacionalidades.

Os passageiros serão mantidos em quarentena em barracões do Exército próximo ao aeroporto de Frankfurt. Segundo o Ministério alemão do Exterior, nenhum cidadão do país entre os repatriados é suspeito de ter contraído o vírus.

A Alemanha já registrou seis casos da doença. O sexto indivíduo identificado como portador do vírus é o filho de um homem que já havia sido infectado na Baviera. Este é o primeiro registro da transmissão do vírus entre membros de uma mesma família no país. Os dois estão isolados em um hospital localizado no distrito de Trostberg.

Possíveis surtos em outros países

A OMS, que na última quinta-feira havia declarado o surto como uma emergência de saúde global, pediu que os governos em todo o mundo se preparam para uma possível disseminação do vírus.

O representante da entidade em Pequim, Gauden Galea, disse que o aumento do nível de alerta se deu em razão da preocupação com os países mais pobres, que poderiam não estar suficientemente equipados para adotar as medidas necessárias.

Ele explicou que a declaração de emergência global visa deflagrar uma reação internacional coordenada, com o envio de recursos financeiros e de saúde para as regiões mais carentes.

"Os países precisam se preparar para uma possível importação [do vírus] e estarem aptos a identificarem os casos tão logo quanto possível, de modo que lhes permitam controlar um surto doméstico, se isso vier a ocorrer", disse Galea.

Ao menos 23 países relataram casos de infecções pelo coronavírus de Wuhan. No Brasil, o Ministério da Saúde identificou doze casos suspeitos em todo o país.

Iniciado no fim de dezembro, o surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus identificado pela OMS como 2019-nCoV.

O vírus é semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo durante uma epidemia ocorrida entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China.

Entretanto, o número de infecções pelo novo coronavírus já superou os casos registrados durante o surto de Sars.

RC/ap/afp/rtr

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