Índice de preços ao consumidor atinge patamar mais alto em quase três décadas, impulsionado pela alta dos preços de energia e gargalos nas cadeias de abastecimento que afetam a maior economia da Europa.
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Dados preliminares do Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) divulgados nesta segunda-feira (29/11) demonstram que os preços ao consumidor atingiram o patamar mais alto em 29 anos em grande parte por causa dos crescentes custos de energia e gargalos na cadeia de abastecimento.
A taxa anual de inflação acelerou pelo quinto mês consecutivo e teve alta de 5,2% em novembro, impulsionada por um aumento nos preços da energia de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Em outubro, a alta da inflação foi de 4,5%, enquanto a energia subiu 18,6%.
Mas, segundo o Destatis, esta é apenas uma das razões que explica o motivo pelo qual a inflação permanece em alta desde julho. Outro fator que também pesou foi uma queda acentuada no preço do petróleo.
Impacto da pandemia
Além disso, a média dos preços em 2020 foi mais baixa do que em 2021 em razão de reduções tributárias em caráter temporário, criadas para diminuir o impacto econômico da pandemia de covid-19. A reversão dessas medidas contribuiu para a alta nos preços.
Desde janeiro deste ano, essas proteções voltaram a ser colocadas em prática após terem sido abandonadas ainda em 2020, o que faz com que o aumento da inflação em 2021 atinja seu ponto máximo, ainda que de maneira artificial.
Também pesam no aumento da inflação a escassez de matéria prima e os gargalos no abastecimento, além da introdução no início de 2021 de um imposto sobre as emissões de carbono.
Os desafios econômicos que Merkel deixa para seu sucessor
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A inflação é um dos indicadores econômicos mais relevantes para o Banco Central Europeu (BCE), no que diz respeito a políticas monetárias. O BCE quer manter a inflação anual na zona da moeda única, que inclui 19 países, em 2%, ainda que esteja preparado para aceitar variações.
Expectativa de queda em 2022
Do ponto de vista da instituição, a alta atual é apenas temporária. "Presumimos que a inflação tenha atingido seu ápice em novembro, e cairá gradualmente no próximo ano, rumo à nossa meta de 2%” avalia a executiva do BCE, Isabel Schnabel.
De fato, economistas acreditam que a taxa da inflação deverá cair novamente no início do próximo ano, principalmente uma vez que as isenções tributárias deixarão de ser aplicadas.
O Conselho Alemão de Economia previu recentemente para 2022 uma queda da inflação de 2,6%.
rc (AFP, Reuters)
A desigualdade econômica na União Europeia
As diferenças nos padrões de vida entre países da União Europeia são extremas. Mas, dependendo de como a riqueza é medida, há algumas surpresas – até quando se trata das nações em crise do bloco.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Kalker
Bulgária: salários baixíssimos
A Bulgária é considerada o país mais pobre da União Europeia e também aquele onde a corrupção é mais generalizada no bloco. Segundo a Germany Trade and Invest (GTAI), a renda bruta média em 2018 foi de apenas 580 euros por mês. Desde que o país ingressou na UE, vários jovens búlgaros deixaram sua terra natal, sendo muitos deles profissionais qualificados.
Foto: BGNES
Romênia: o penúltimo lugar no ranking econômico da UE
Não se deixe enganar pela riqueza de cidades pitorescas cuidadosamente restauradas, como Brasov (foto), na Transilvânia. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de 11.440 euros per capita (2019), o país está, de fato, numa posição melhor do que a Bulgária (8.680 euros). Mas com um salário médio bruto de 1.050 euros em 2019, ainda fica bem atrás da Alemanha (3.994 euros).
Foto: Imago Images/Design Pics/R. Maschmeyer
Grécia: saindo de uma crise para entrar em outra
Quando o país estava apenas começando a se recuperar dos efeitos da crise da dívida, em grande parte graças ao turismo dos últimos anos, veio a crise do coronavírus. Ainda que tenha um PIB per capita de cerca de 17.500 euros - aproximadamente o dobro do da Bulgária -, o país é considerado pobre se comparado à Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/VisualEyze
França: país de proprietários de imóveis
Quando o assunto é riqueza média, os franceses estão muito à frente dos alemães. Com um patrimônio líquido de 26.500 euros (2018) per capita, os franceses possuem quase 10.000 euros a mais, de acordo com dados da Allianz, em parte devido à baixa participação imobiliária dos alemães. Na França, muitos chegam a ter até uma segunda casa no interior.
Foto: picture alliance/prisma/K. Katja
Itália: sem crescimento e altas dívidas
Entre os países europeus, a Itália foi particularmente atingida pela covid-19, com a cidade de Bérgamo rendendo manchetes como o epicentro da pandemia. Após cerca de duas décadas de estagnação econômica, o país é hoje um dos que defendem a distribuição de ajuda devido à pandemia entre os membros da UE. Com um PIB de 29.610 euros (2018) per capita, a Itália fica pouco abaixo da média do bloco.
Foto: AFP/P. Cruciatti
Espanha: o pavor de uma segunda onda
Após um forte aumento nas infecções por covid-19, as autoridades da Catalunha reimpuseram limitações de circulação em julho. O país é extremamente dependente do turismo, que representa cerca de 15% do PIB. Com uma produção econômica per capita de 26.440 euros (2018), a Espanha fica abaixo da média da UE, de pouco menos de 31.000 euros.
Foto: Reuters/N. Doce
Suécia: muita prosperidade, altos impostos e sem confinamento
A Suécia resolveu enfrentar a crise do coronavírus sem lockdown, o que, em comparação com seus vizinhos, acabou provocando muitas mortes. Com um PIB de 46.180 euros per capita, a Suécia fica em quinto lugar na Europa, atrás de Luxemburgo, Irlanda, Dinamarca e Holanda. Apesar dos altos impostos, os suecos ficaram à frente dos franceses em 2018, com um patrimônio líquido de 27.511 euros.
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Países Baixos: riqueza e produção econômica elevadas
Ao lado da Suécia, Dinamarca e Áustria, os holandeses estão entre os países que rejeitam transferências bilionárias sem contrapartida de reformas para países como a Itália. Com um PIB de 46.800 euros per capita (2019) e um patrimônio líquido de mais de 60.000 euros per capita (2018), eles estão no topo do ranking da UE.
Foto: picture-alliance/robertharding/F. Hall
Alemanha: uma nação rica, mas os cidadãos nem tanto
Até agora, o país tem contornado a pandemia com sucesso. Os custos econômicos, no entanto, são enormes: as exportações caíram, e muitas empresas lutam para sobreviver. Detentora da maior economia da UE, a Alemanha teve um PIB de 41.340 euros (2019) per capita. Em 2018, porém, os alemães possuíam um patrimônio líquido de apenas 16.800 euros per capita - metade do observado na Itália.