Estudo mostra que partículas de plástico ingeridas por mosquitos durante a fase larval permanecem em seus organismos até a vida adulta e podem contaminar predadores, como pássaros e morcegos.
Anúncio
A partir de águas poluídas, microplásticos podem ser transportados por insetos voadores, ameaçando outros integrantes da cadeia alimentar, afirma um estudo divulgado por cientistas britânicos nesta quarta-feira (19/08).
De acordo com os pesquisadores, através de mosquitos, microplásticos podem acabar no organismo de seus predadores, como pássaros, morcegos e aranhas.
O estudo, publicado na revista especializada Biology Letters, mostra que micropartículas de plástico que os insetos ingerem na água, quando ainda são larvas, podem ser encontrados em seus organismos adultos.
O grupo de pesquisadores liderado por Amanda Callaghan, professora de zoologia na Universidade de Reading, analisou mosquitos da espécie Culex pipiens e verificou que microplásticos permanecem em seus organismos ao longo de diferentes estágios da vida.
Após os mosquitos ingerirem água contendo 80 mil partículas de plástico por mililitro durante seu terceiro estágio larval, os cientistas encontraram, em média, 3.000 partículas em cada mosquito no quarto estágio larval. Ao chegarem à fase adulta, cada um deles ainda continha cerca de 40 partículas de plástico em seu organismo.
Com microscópios, os pesquisadores conseguiram localizar onde exatamente no organismo os microplásticos permanecem ao longo da vida: nos túbulos de Malpighi, os órgãos excretores dos insetos, comparáveis aos rins humanos.
Os cientistas britânicos acreditam que a espécie Culex pipiens não seja a única de insetos a transportar microplásticos.
"Embora mosquitos tenham sido usados como organismo modelo, é provável que qualquer inseto de água doce capaz de ingerir microplásticos os leve consigo até um estágio terrestre adulto", diz o estudo.
Microplásticos são partículas de plástico com até cinco milímetros de diâmetro, liberadas quando resíduos plásticos são decompostos gradualmente. Essas micropartículas são encontradas não apenas na água, mas também em peixes e mariscos, ou seja, na cadeia alimentar humana. Análises já apontaram a presença de microplásticos até mesmo em água engarrafada.
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp |
A Comissão Europeia planeja proibir canudos, copos, pratos e talheres de plástico. Mas isso não significa que será preciso abrir mão desses itens tão convenientes. Conheça alternativas ecológicas.
A União Europeia quer banir canudos e outros itens plásticos descartáveis, que acabam em depósitos de lixo ou em nossos oceanos. Mas para aqueles que simplesmente não conseguem abrir mão dos canudos, há alternativas mais ecológicas.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Beba, depois coma
Muitas vezes, animais marinhos tentam comer os canudinhos de plástico despejados no oceano. Para proteger o meio ambiente, agora você mesmo pode comer o canudo. A startup alemã Wisefood desenvolveu um canudo comestível feito a partir das sobras da produção de suco de maçã da Alemanha. Também já existem canudos reutilizáveis feitos de metal, bambu ou vidro.
Foto: Wisefood
Talheres comestíveis
Não há estatísticas sobre quantos garfos, facas e colheres de plástico são usados uma única vez e então jogados no lixo. Mas é o suficiente para a UE querer dar adeus a eles. Se na correria do dia a dia, você não pode usar talheres de metal, experimente as versões comestíveis. A startup indiana Bakey produz garfos feitos de sorgo; a empresa americana SpudWares, de fécula de batata.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Scholz
Sem sobras
Falando em comer talheres, que tal usar pratos comestíveis? A empresa polonesa Biotrem desenvolveu pratos feitos de farelo. Caso você já esteja satisfeito com sua refeição, não se preocupe: os pratos são orgânicos e se decompõem após 30 dias.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Reszko
Corte o copo
Além de proibir o uso privado de produtos plásticos descartáveis, a UE pretende incentivar as cadeias de fast food, cafés e bares a reduzirem o uso de copos de plástico. Meio trilhão de copos plásticos são consumidos a cada ano, a maioria em uma única bebida, para depois poluírem o meio ambiente. Várias empresas agora oferecem alternativas baseadas em plantas.
Foto: picture-alliance/empics/D. Thompson
Não é de plástico
Uma dessas empresas é a startup Avani, de Bali, que desenvolveu um bioplástico compostável feito de amido de milho. Embora os copos se pareçam com os copos de plástico à base de petróleo, eles são biodegradáveis. Porém, eles se decompõem melhor em uma instalação de compostagem comercial, e não em qualquer quintal.
Foto: Avani-Eco
Reuse, reuse, reuse
A maneira mais fácil de substituir copos de plástico é usar canecas reutilizáveis. Mas nem sempre temos à mão as nossas xícaras de café. Berlim está entre as cidades alemãs que atualmente testam um projeto piloto que permite aos aficionados por café pegar emprestada uma caneca de bambu reutilizável em um local, em troca de um pequeno depósito, e depois devolvê-la em outro café mais tarde.
Foto: justswapit
Orelhas limpas, oceanos sujos
Outro produto plástico que a UE quer eliminar são os cotonetes. Quando descartados de forma inadequada, eles acabam no oceano, onde os animais os confundem com comida. Existem alternativas sem plástico, com o cabo feito de bambu ou papel. Mas os ambientalistas mais radicais dizem que é melhor abrir mão deles, afinal, pode-se usar uma toalha para limpar os ouvidos.
Foto: picture alliance/dpa/Wildlife Photographer of the Year /J. Hofman