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Instagram quer reduzir tempo de adolescentes na plataforma

8 de dezembro de 2021

Ferramenta "Take A Break" está entre novas funções anunciadas pela rede social de propriedade do Facebook. Empresa enfrenta crise de reputação devido a riscos para saúde mental de jovens.

Logotipos do Facebook e do Instagram em feira de tecnologia em Dublin
Logotipos do Facebook e do InstagramFoto: Niall Carson/empics/picture alliance

O Instagram lançou nesta terça-feira (07/12) uma ferramenta que pede que adolescentes façam uma pausa da plataforma, anunciando, ao mesmo tempo, que haverá também outros mecanismos para proteger jovens usuários de conteúdo prejudicial quando usam o serviço de propriedade do Facebook.

Já anunciada, a funcionalidade chamada de "Take A Break" ("Faça uma pausa", em tradução literal) encoraja adolescentes a pararem de usar o Instagram depois de um determinado período de tempo, explicou o presidente do Instagram, Adam Mosseri. O recurso será disponibilizado primeiro nos Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Canadá, Nova Zelândia e Austrália, e chegará ao resto do mundo no próximo ano, disse o chefe do Instagram.

Jovens usuários também poderão receber notificações sobre a nova função e pôr lembretes para fazerem mais intervalos num futuro próximo, diz a declaração de Mosseri. Além disso, o aplicativo deverá "empurrar" adolescentes em direção a novos temas se houver um assunto em que passarem tempo demais. A plataforma também deverá impedir pessoas de mencionar adolescentes que não os seguem no Instagram, explicou Mosseri.

A plataforma também deverá lançar um núcleo educacional para pais no início de 2022 para "ajudá-los a ter mais envolvimento com as experiências de seus filhos", além de ferramentas para que os pais possam impor limites de tempo para os jovens no aplicativo.

Chefe do Instagram na mira do Senado

O anúncio do Instagram aconteceu um dia antes de uma audiência de Mosseri no Senado. Ele deve ser ouvido por legisladores nesta quarta-feira (08/12), que investigam se a plataforma é tóxica para crianças e adolescentes.

O Instagram protagoniza uma crise de reputação que abala o Facebook desde outubro deste ano. O colosso das redes sociais, que foi rebatizado de Meta Platforms, luta para se defender das revelações da ex-funcionária Frances Haugen, que divulgou documentos mostrando que os executivos da empresa sabiam dos riscos potenciais das plataformas de terem má influência sobre a saúde mental de jovens.

Facebook é realmente seguro? Ex-funcionária diz que não

02:57

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Legisladores americanos se dizem céticos sobre a capacidade do Instagram de proteger crianças, além de questionarem o momento do lançamento de novas funcionalidades de segurança para adolescentes.

"A Meta está tentando desviar a atenção de seus erros ao anunciar diretrizes parentais, usar alarmes e ferramentas de controle de conteúdo que os consumidores sempre deveriam ter tido", destacou a senadora republicana Marsha Blackburn na terça-feira. Ela será uma das responsáveis por interrogar Mosseri.

Maior regulamentação das redes sociais

Sob pressão política, a Meta Platforms havia anunciado que iria suspender – mas não abandonar – o desenvolvimento de uma versão do Instagram para usuários menores de 13 anos.

As revelações da whistleblower Frances Haugen deram novo impulso, em Washington, a projetos para regular as redes sociais, que até agora conseguiram evitar restrições severas.

A ex-funcionária do Facebook Frances Haugen revelou má influência das redes sociaisFoto: Michele Tantussi/REUTERS

A ex-gerente de produtos testemunhou diante do Congresso americano e de legisladores europeus que trabalham nesse tipo de regulação. Segundo o testemunho de Haugen, houve pesquisas internas do Facebook que sugeriram que a pressão coletiva gerada pelo Instagram causou problemas de saúde mental e de autoimagem em usuários jovens, especialmente meninas. Em alguns casos, houve problemas de transtorno alimentar e até de pensamentos suicidas.

Na semana passada, Haugen voltou a falar no Congresso, exortando os senadores a avançarem com propostas apresentadas após sua primeira aparição na Casa. Essas propostas incluem restrições às proteções legais do discurso postado nas redes sociais.

rk/lf (AFP, AP)

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