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Efeito pós-acidente

21 de janeiro de 2011

O tráfego no principal rio alemão continua fechado para grandes embarcações. A gigante química BASF já admite problemas logísticos e de abastecimento.

Embarcação passa ao lado do navio-tanque semiafundadoFoto: dapd

Desde 13 de janeiro, o tráfego para grandes navios está impedido no rio Reno e não deve ser liberado nos próximos dez dias. O motivo é o naufrágio do navio Waldhof próximo a Bingen, que transportava 2,4 mil toneladas de ácido sulfúrico. Consequentemente, 250 embarcações ficaram presas e outras centenas não puderam deixar os portos.

Desde a última quarta-feira (19/01), alguns barcos receberam a autorização para partirem rio acima depois do ponto do acidente, em fase de teste. No entanto, grandes embarcações terão que esperar que o Waldhof seja removido da área de tráfego por guindastes, segundo informou Florian Krekel, da Autoridade Marítima do Reno, WSA, em Bingen.

Testes

Dois navios-guindaste chegaram na quinta-feira no local do acidente. Segundo Krekel, um terceiro seria disponibilizado no próximo domingo, e há a previsão que mais outro chegue na próxima terça-feira.

"Os dois primeiros guindastes irão estabilizar a embarcação naufragada e prender os cabos. Não acreditamos que o navio semiafundado seja removido antes do fim da próxima semana", sentenciou. Krekel.

Foto: dapd

Os navios menores que puderam seguir viagem depois do local do acidente não transportam carga perigosa. "Estamos fazendo a seleção segundo comprimento, largura, calado e tipo de carga das embarcações", adicionou o porta-voz da WSA. Sob circunstâncias normais, 100 a 120 navios passam diariamente por Bingen.

O ácido sulfúrico transportado pelo Waldhof era proveniente da indústria química alemã BASF. A carga seguiria da principal unidade da empresa, em Ludwigshafen, para outra planta na Antuérpia, Bélgica.

Inúmeros acidentes do tipo foram registrados ao longo dos séculos na região, onde o Reno faz uma curva em volta do famoso rochedo Loreley e a correnteza é forte. Especialmente nas últimas semanas, com a elevação do nível do rio, o fluxo ganhou ainda mais força.

De início, havia a preocupação de que a correnteza pudesse abrir um buraco no banco de areia no fundo do Reno, o que poderia provocar um deslocamento do navio e o rompimento do casco. "O perigo é menor do que esperávamos. O navio está se mexendo pouco", disse Krekel.

Ferrovia e rodovia

A BASF foi uma das primeiras empresas a reconhecer os problemas logísticos provocados pela interrupção do tráfego no Reno. "Muito do nosso material é transportado por navios, assim como muitos dos produtos que entregamos a nossos clientes. Estamos sofrendo com escassez de cinco tipos de matéria-prima e tivemso de fazer alguns ajustes na nossa produção", disse o porta-voz da empresa à Deutsche Welle.

A empresa química também foi obrigada a transportar mais mercadorias por via férrea e rodovias, adicionou o porta-voz.

Pelas águas do rio Reno, que deságua em Roterdã, o maior porto da Europa, passam 170 milhões de toneladas de mercadorias anualmente. Aproximadamente 80% dos navios que passam pelo território alemão cruzam o Reno, incluindo embarcações que entram no país por outros rios.

"O Reno é bastante usado para transportar contêineres, carvão, petróleo e muitos outros materiais. Esperamos que os testes com pequenos navios tenham sucesso e que algumas cargas consigam ser transportadas. Caso contrário, a interrupção causará problemas logísticos ainda maiores", avaliou Nikolaus Hohenbild, membro da Associação Alemã de Companhias Marítimas Independentes.

A Alemanha tem aproximadamente 2,2 mil navios fluviais, que são operados por mil empresas. O setor emprega cerca de 7500 pessoas e gera, anualmente, uma receita que ultrapassa 1,7 bilhão de euros.

Autor: John Blau (np)
Revisão: Roselaine Wandscheer

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