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Intervenção da ONU no Iraque é "legítima", diz papa

19 de agosto de 2014

Pontífice defende que extremistas do Estado Islâmico sejam detidos, mas não pelos EUA sozinhos: "Onde há um agressor ilegítimo, é legítimo detê-lo, e não bombardear ou travar uma guerra."

Foto: Vincenzo Pinto/AFP/Getty Images

O papa Francisco defendeu nesta segunda-feira (18/018) uma intervenção da ONU para acabar com o que chamou de "agressão injusta" contra civis no Iraque. Ele se disponibilizou a visitar o país se necessário.

"Onde há um agressor ilegítimo, é legítimo detê-lo. Eu sublinho o verbo 'deter', e não bombardear ou travar uma guerra", disse o pontífice, fazendo referência às forças extremistas do chamado "Estado Islâmico" (EI).

Em declarações a bordo do avião oficial, no regresso da Coreia do Sul à Itália, o papa admitiu que prefere uma intervenção conjunta da ONU a uma ação unilateral como a que já está sendo realizada pelos Estados Unidos. A ONU, segundo ele, precisa discutir maneiras para deter o "agressor".

"Uma única nação não pode julgar como terminar" com uma agressão, frisou o papa, referindo-se aos Estados Unidos. Para isso foi criada a ONU depois da Segunda Guerra Mundial, para chegar a soluções conjuntas, disse. "É preciso lembrar quantas vezes, com a desculpa de deter um agressor, potências deram início a uma verdadeira guerra de conquista."

Na última semana, os EUA realizaram bombardeamentos seletivos no norte do Iraque, para combater as forças dos extremistas EI. O grupo controla Mossul há dois meses, a segunda cidade do Iraque, e combate em vários outros pontos do Norte do país, para ampliar o "califado" que proclamou. A ofensiva da aliança extremista, que agrega elementos de vários grupos insurgentes sunitas, já provocou o êxodo de dezenas de milhares de civis.

O papa afirmou que, "se for necessário", viajaria ao Iraque no sentido de apoiar os refugiados cristãos do Curdistão. "Porém, neste momento, não é a melhor coisa a fazer", disse.

LPF/lusa/dpa

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