Invasão do exclave espanhol de Melilla mata 18 migrantes
25 de junho de 2022
Cerca de 500 pessoas conseguiram chegar à cerca fronteiriça entre o Marrocos e a cidade espanhola de Melila e romperam um portão de acesso. Chefe de governo espanhol culpou máfias de traficantes humanos pelo incidente.
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O chefe de governo da Espanha, Pedro Sánchez, culpou neste sábado (25/06) as máfias de traficantes humanos pela violência no exclave espanhol de Melilla, no norte da África, que resultou na morte de 18 migrantes.
"Se há um responsável por tudo o que aconteceu nessa fronteira são as máfias que traficam seres humanos", afirmou Sánchez, numa conferência de imprensa em Madri.
Sánchez disse que o incidente se tratou de um "assalto violento e organizado pelas máfias a uma cidade que é território espanhol e, portanto, foi um ataque à integridade territorial" do país.
Na sexta-feira, 18 pessoas morreram na tentativa de chegar à Melilla, segundo as autoridades locais da província de Nador, no Marrocos, com a qual a cidade autônoma espanhola faz fronteira. Elas também negaram categoricamente que haja mortos entre membros das forças de segurança marroquinas.
A tentativa de atravessar a cerca que separa o território marroquino e Melilla começou na manhã de sexta-feira, por volta das 6h, quando cerca de 2 mil pessoas de origem subsaariana começaram a se aproximar da fronteira e se depararam com um amplo esquema de segurança montado por Marrocos.
Apesar dos esforços dos agentes, duas horas depois, cerca de 500 pessoas conseguiram chegar à cerca fronteiriça e romperam um portão de acesso com tesouras. De acordo com o governo da cidade autônoma espanhola, 133 delas conseguiram entrar em Melilla - a maioria foram alojadas em um centro de acolhimento temporário.
No primeiro boletim sobre o caso, que falava em cinco migrantes mortos, as autoridades marroquinas afirmaram que elas tinham sido pisoteadas ou caído de um muro. As mesmas fontes relataram que 76 migrantes e 140 oficiais marroquinos ficaram feridos, cinco deles gravemente.
No lado espanhol, a invasão resultou em 106 pessoas feridas - 49 oficiais da Guarda Civil e 57 imigrantes, três dos quais tiveram que ser levados a um hospital.
Investigação do caso
A principal organização marroquina de direitos humanos pediu neste sábado uma investigação sobre o caso.
"Pedimos a abertura de uma investigação rápida e transparente", disse Mohamed Amine Abidar, presidente da filial da Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH), em Nador.
Eduardo de Castro, presidente do exclave de Melilla, disse ter havido uma "resposta desproporcionada" de Marrocos à tentativa de forçar a passagem de imigrantes ilegais.
Neste sábado, a situação no local era calma. Segundo Abidar, os migrasntes "teriam se afastado por medo de serem deslocados pelas autoridades marroquinas", geralmente para o sul do país.
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Exclaves espanhóis
Os exclaves espanhóis de Ceuta e Melilla são as únicas fronteiras terrestres da União Europeia (UE) com o continente africano - ambas com Marrocos.
Esta é a primeira tentativa de violação massiva das fronteiras dos exclaves desde a normalização das relações diplomáticas entre Madri e Rabat, em março, depois de um ano de tensões.
A crise teve origem com a estadia na Espanha, em abril de 2021, do líder do movimento independentista sarauí Frente Polisário para fazer um tratamento após contrair covid-19.
A Frente Polisário é um movimento político-revolucionário apoiado pela Argélia que contesta a ocupação por Marrocos do Saara Ocidental.
A tensão diplomática entre Madri e Rabat desencadeou a entrada, em meados de maio de 2021, de mais de 10 mil migrantes em Ceuta, graças a uma flexibilização dos controles do lado marroquino.
Em março passado, as relações bilaterais foram normalizadas, depois de o Governo espanhol assumir publicamente que a proposta apresentada por Rabat em 2007 para que o Saara Ocidental seja uma região autônoma controlada por Marrocos é "a base mais séria, credível e realista para a resolução deste litígio".
O Saara Ocidental é uma antiga colônia espanhola ocupada por Marrocos há 47 anos. A Espanha defendeu durante muito tempo que o controle de Marrocos sobre o Saara Ocidental era uma ocupação e que a realização de um referendo patrocinado pela ONU deveria ser a forma de decidir o futuro do território.
le (EFE, Lusam AFP, ots)
O mês de junho em imagens
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Foto: Michel Euler/AP Photo/picture alliance
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Foto: Filippo Attili/ANSA/picture alliance
PF encontra "remanescentes humanos" em local de buscas no AM
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Foto: Bruno Kelly/REUTERS
Café nas alturas
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Foto: Irakli Gedenidze/REUTERS
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Foto: Henrik Montgomery/TT/AFP via Getty Images
Ato no Rio cobra resposta a desaparecimentos na Amazônia
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Foto: João Pedro Soares/DW
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reuniu-se com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev, e disse que dará um sinal claro na próxima semana sobre o pedido do país para ser aceito como candidato a integrar o bloco. Zelenski tem feito pressão pela rápida admissão da Ucrânia à União Europeia, mas o processo de adesão pode levar anos ou décadas. (11/06)
Foto: Natacha Pisarenko/AP Photo/picture alliance
Inflação nos EUA atinge maior patamar em 40 anos
A taxa de inflação nos Estados Unidos aumentou em 8,6% no mês de maio, atingindo o maior patamar em quatro décadas no país. A alta foi impulsionada pelos preços do setor de energia e alimentação. Os novos números aprofundam a crise no governo do presidente americano, Joe Biden, enquanto a população sofre para cobrir os gastos essenciais, com alimentos, moradia e combustíveis. (10/06)
Foto: Xie Zhengyi/dpa/picture alliance
Bolsonaro e Biden se encontram pela primeira vez
Líderes do Brasil e dos Estados Unidos adotam tom amigável no primeiro encontro entre ambos, na Cúpula das Américas. Biden disse que o Brasil é uma "democracia vibrante", com "instituições eleitorais sólidas". O brasileiro ressaltou a importância da parceria entre os dois países e assegurou que sempre vai optar pelas vias democráticas, mesmo se for derrotado nas próximas eleições. (09/06)
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A ex-chanceler federal alemã Angela Merkel lançou fortes críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, e o acusou de desprezar as leis internacionais, no âmbito da invasão russa à Ucrânia. Ela disse que o líder do Kremlin rejeita o modelo ocidental de democracia e tem a intenção de dividir a Europa. A ex-chefe de governo declarou “confiança total” em seu sucessor, Olaf Scholz. (07/06)
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Três astronautas para a estação espacial chinesa
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Foto: Li Gang/Xinhua via AP/picture alliance
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Foto: Jens Schluete/Getty Images
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Foto: Sven Hoppe/dpa/picture alliance
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A rainha Elizabeth 2ª, de 96 anos, apareceu na varanda do Palácio de Buckingham, em Londres, no primeiro dia das celebrações dos seus 70 anos de reinado, sendo longamente aplaudida por dezenas de milhares de pessoas. Ela assistiu a um espetáculo da Royal Air Force, com a participação de mais de 70 aeronaves, acompanhada por membros da família real. (02/06)
Foto: Daniel Leal/AFP
Bilhete único mensal de 9 euros entra em vigor na Alemanha
Entrou em vigor na Alemanha o bilhete único mensal que permite o uso do transporte público em todo o país por apenas 9 euros (R$ 47) mensais. O plano faz parte de um pacote de medidas de alívio financeiro devido ao aumento dos preços de energia causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia. O desconto é válido para os meses de junho, julho e agosto. (01/06)