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CatástrofeBrasil

Relatório sobre queda de avião deve demorar 30 dias, diz FAB

11 de agosto de 2024

Resgate dos corpos das 62 vítimas em Vinhedo foi encerrado. Segundo autoridades, esforços agora estão voltados à análise das duas caixas-pretas encontradas no local do desastre.

Vista de cima dos destroços do avião
Restos do avião da Voepass que caiu na cidade paulista de Vinhedo deixando 62 mortosFoto: Andre Penner/dpa/picture alliance

As equipes de buscas finalizaram neste sábado (10/08) o resgate dos corpos das 62 que morreram no desastre aéreo em Vinhedo (SP), segundo informou o governo de São Paulo.

Familiares das vítimas se reúnem neste domingo (11/08) na unidade central do Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo para a identificação e liberação dos corpos.

A aeronave caiu na tarde de sexta-feira, ao fazer o trajeto de Cascavel (PR) a Guarulhos (SP), vitimando todos os 58 passageiros e 4 tripulantes. A companhia aérea, Voepass (antiga Passaredo), havia contado 61 vítimas inicialmente, mas corrigiu o número neste sábado. Ao todo, 34 corpos masculinos e 28 femininos foram retirados do local da tragédia.

A empresa disse que quase todas as vítimas estavam viajando com documentos de identidade brasileiros. Uma mulher tinha dupla cidadania portuguesa, e havia também uma família de três venezuelanos.

Autoridades locais disseram que o piloto, Danilo Santos Romano, e seu copiloto, Humberto de Campos Alencar e Silva, foram os primeiros a serem identificados, por meio das impressões digitais.

Agora, especialistas do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) começaram a analisar duas caixas-pretas recuperadas dos destroços, contendo conversas de cabine e dados de voo, disse o chefe do centro, Marcelo Moreno.

Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, em entrevista coletiva para falar das investigações sobre o acidenteFoto: Eraldo Peres/dpa/picture alliance

A aeronave caiu no quintal de uma casa em um condomínio de Vinhedo, um local de fácil acesso, o que facilitou retirada dos restos mortais e das caixas-pretas.

Um relatório preliminar sobre a investigação está previsto para ser concluído em 30 dias, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB).

A análise das caixas-pretas poderá dar detalhes sobre o funcionamento da aeronave e fatores humanos que podem ter provocado a queda.

Dois inquéritos policiais foram abertos. Um será conduzido pela Polícia Civil de Vinhedo e outro pela Polícia Federal.

Avião passou por manutenção de rotina

De acordo com o site Flight Radar 24, o avião voou por cerca de uma hora a 5.180 metros, até as 13h21, quando começou a perder altitude vertiginosamente. O contato com o radar foi perdido às 13h22, informou a Força Aérea. Em nenhum momento a tripulação declarou emergência ou estava sob condições climáticas adversas, segundo a corporação.

O diretor de operações da Voepass, Marcel Moura, disse que a aeronave havia passado por manutenção de rotina na noite anterior ao acidente e que "nenhum problema técnico" havia sido encontrado.

O avião, em uso desde 2010, estava em conformidade com os padrões atuais, disse a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), acrescentando que os quatro membros da tripulação eram todos totalmente certificados.

Especialistas sugeriram que a formação de gelo nas asas do avião pode ter sido a causa do acidente.

A ATR, subsidiária conjunta da gigante europeia Airbus e da italiana Leonardo, que construiu o bimotor turboélice, disse que seus especialistas ajudarão na investigação.

Esse foi o pior desastre aéreo de grande porte no Brasil em 17 anos. Em 2007, um Airbus A320 da companhia aérea brasileira TAM ultrapassou a pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e se chocou contra um depósito, matando todos os 187 passageiros a bordo e 12 funcionários da pista.

sf (AP, AFP, ots)