Ipea reconhece erro em pesquisa que provocou protestos de mulheres
5 de abril de 2014O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal, admitiu nesta sexta-feira (04/04) que houve erro no resultado da sondagem que provocou protestos de mulheres nas redes sociais, ao apontar que a maioria dos brasileiros (65,1%) acreditariam que roupas curtas pudessem motivar ataques a mulheres.
Por meio de uma nota, o Ipea afirmou que o erro, que considerou "relevante", foi causado pela troca dos gráficos relativos aos percentuais de duas respostas. Dessa forma, os percentuais corretos são 26% concordam total ou parcialmente com a afirmação "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas"; e 70% discordam total ou parcialmente. Outros 3,4% se dizem neutros.
Com o erro, o resultado correto da pesquisa relativo à resposta "mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar" é de 65,1%, em vez do percentual anteriormente divulgado (26%). Ainda assim, o Instituto afirmou que "as conclusões gerais da pesquisa continuam válidas, ensejando o aprofundamento das reflexões e debates da sociedade sobre seus preconceitos".
Assim que o erro foi detectado, o diretor da área social do Ipea, Rafael Guerreiro Osório, pediu sua exoneração do cargo. A sondagem com o resultado errado, que foi reproduzida em diversos meios da imprensa brasileira e internacional, motivou protestos na internet nos quais milhares de mulheres divulgaram fotos seminuas com o “hashtag” #EuNaoMerecoSerEstuprada.