No 2º turno, petista venceria com 52% e o atual presidente ficaria com 36% dos votos. Números dos principais candidatos permanecem estáveis. Reprovação do governo é de 57%, contra 38% que o aprovam.
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua na liderança da disputa pela Presidência nas eleições de outubro, segundo a pesquisa do Instituto Ipec, divulgada nesta segunda-feira (05/09).
Os números dos principais candidatos se mantiveram praticamente os mesmos do levantamento anterior do instituto, de 29 de agosto, com as oscilações ocorrendo dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Segundo a sondagem divulgada nesta segunda, Lula está à frente, com 44% das intenções de voto, contra 31% de Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno das eleições. O petista se manteve com o mesmo percentual da pesquisa anterior, enquanto o atual mandatário oscilou um ponto para baixo.
Em terceiro lugar, aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 8%, seguido da senadora Simone Tebet (MDB), com 4%. Ambos oscilaram um ponto para cima em relação à pesquisa do final de agosto, e se mantiveram empatados no limite da margem de erro.
Felipe D'Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) somaram 1% cada. Pablo Marçal (Pros), Vera Lúcia (PSTU), Constituinte Eymael (PDC), Sofia Manzano (PCB), Léo Péricles (UP), e Roberto Jefferson (PTB) foram citados mas estiveram abaixo de 1% das intenções de voto. Brancos e nulos somam 6% e não sabem/não opinaram, 5%.
O nome de Roberto Jefferson é citado na pesquisa porque o levantamento foi feito antes da cassação do registro de sua candidatura. O PTB indicou o nome de Padre Kelman para substituí-lo.
Segundo turno
No caso de um eventual segundo turno, Lula aparece novamente como favorito na disputa com Bolsonaro. De acordo com o Ipec, o petista venceria com 52% dos votos, e Bolsonaro ficaria com 36%. Na pesquisa anterior, o petista tinha 50%, e o atual presidente, 37%.
O Ipec ouviu 2.512 pessoas entre os dias 2 e 4 de setembro em 158 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, levando-se em conta um nível de confiança de 95%.
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Rejeição e avaliação do governo
Quase metade do eleitorado (49%) diz não votar em Bolsonaro de jeito nenhum, enquanto Lula é rejeitado por 36%. A rejeição ao ex-presidente é a mesma da pesquisa anterior, enquanto a do atual mandatário aumentou 2 pontos percentuais, dentro da margem de erro.
A avaliação do governo Bolsonaro mantém os mesmos percentuais do levantamento de 29 de agosto: 57% dos entrevistados reprovam a maneira como o presidente governa o país, enquanto 38% aprovam. O número dos que dizem não saber avaliar também permanece inalterado, com 5%.
Pesquisa Datafolha
A pesquisa mais recente do Datafolha, divulgada no dia 1º de setembro, também colocou Lula como favorito.
O petista apareceu com 44% das intenções de voto, contra 32% de Bolsonaro, na primeira pesquisa do Datafolha divulgada após as sabatinas no Jornal Nacional e do debate entre os candidatos transmitido pela Band.
Em seguida aparecem Ciro Gomes (PDT), com 9%, Simone Tebet (MDB), com 5%. Pablo Marçal (Pros), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D'Ávila (Novo) somaram 1%. Vera Lúcia (PSTU), Constituinte Eymael (PDC), Sofia Manzano (PCB), Roberto Jefferson (PTB) e Leonardo Péricles (UP) não pontuaram. Brancos e nulos somam 4% e não sabem/não opinaram, 2%.
No caso de um eventual segundo turno, o petista venceria com 53% dos votos, e Bolsonaro ficaria com 38%, segundo o Datafolha.
rc (ots)
A história das eleições presidenciais no Brasil
A história das eleições presidenciais no Brasil
Foto: Adriano Machado/REUTERS/Nelson Almeida/AFP
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.