Ipec: Lula oscila para cima e Bolsonaro permanece estagnado
20 de setembro de 2022
Ex-presidente passa de 46% para 47% em nova pesquisa, enquanto atual mandatário continua com 31% das intenções de voto. Rejeição ao presidente e reprovação do governo se mantêm estáveis.
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mantém na liderança da corrida pela Presidência nas eleições de outubro, segundo a pesquisa do Instituto Ipec, divulgada nesta segunda-feira (19/09).
Os números demonstram oscilações dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, mas também sugerem uma consolidação da preferência dos eleitores, a 13 dias das eleições.
Segundo a sondagem divulgada nesta segunda, Lula oscilou positivamente, chegando a 47% das intenções de voto, em comparação aos 46% registrados no levantamento anterior, do dia 12 de setembro.
Jair Bolsonaro (PL) manteve os mesmos 31% que obteve na pesquisa da semana passada.
Nos votos válidos, que não consideram brancos e nulos, Lula aparece com 52%, contra 34% de Bolsonaro.
Nos votos totais, em terceiro lugar, aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que manteve os mesmos 7%, seguido da senadora Simone Tebet (MDB), que somou 5%, ou seja, 1% a mais do que na pesquisa anterior. Soraya Thronicke (União Brasil) continua com 1%.
Felipe D'Ávila (Novo), Vera Lúcia (PSTU), Constituinte Eymael (PDC), Sofia Manzano (PCB), Léo Péricles (UP), e Padre Kelmon (PTB) foram citados mas estiveram abaixo de 1% das intenções de voto.
Brancos e nulos somam 5% e não sabem/não opinaram, 4%.
Segundo turno
No caso de um eventual segundo turno, Lula aparece novamente como favorito na disputa com Bolsonaro. De acordo com o Ipec, o petista venceria com 54% dos votos – oscilando 1 ponto para cima desde a última pesquisa –, enquanto Bolsonaro caiu um ponto percentual, de 36% para 35%.
O Ipec revelou que 80% dos eleitores dizem estar decididos sobre em quem vão votar nas eleições de outubro. Os que dizem que ainda podem mudar de voto são 19%.
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Rejeição e avaliação do governo
Metade do eleitorado (50%) diz não votar em Bolsonaro de jeito nenhum (mesmo percentual do levantamento anterior), enquanto Lula é rejeitado por 33% (2% a menos do que há uma semana). Ciro Gomes tem 15% de rejeição, enquanto o nome de Simone Tebet foi rejeitado por 6% dos entrevistados.
A avaliação do governo Bolsonaro se manteve a mesma da pesquisa anterior: 59% dos entrevistados reprovam a maneira como o presidente governa o país, enquanto 36% aprovam. O número dos que dizem não saber avaliar é de 5%.
O Ipec ouviu 3.008 pessoas entre os dias 17 e 18 de setembro, em 181 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, levando-se em conta um nível de confiança de 95%.
Datafolha
A pesquisa mais recente do Datafolha, divulgada no dia 15 de setembro, também colocou Lula como favorito. O petista apareceu com 45% das intenções de voto, contra 33% de Bolsonaro.
Em seguida na sondagem, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%, Simone Tebet (MDB), com 5%, e Soraya Thronicke (União Brasil), com 2%.
Felipe D'Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU), Leo Péricles (UP), Constituinte Eymael (DC) e Padre Kelman (PTB) não chegaram a 1% cada um.
Eleitores indecisos somam 2%, enquanto brancos e nulos representam 4%.
Considerando apenas os votos válidos, que excluem brancos e nulos, Lula teria 48%, contra 36% de Bolsonaro. Para vencer no primeiro turno, são necessários 50% dos votos mais um.
No caso de um eventual segundo turno, o petista aparece novamente como favorito na disputa direta com o atual presidente. Segundo o Datafolha, Lula venceria com 54% dos votos, contra 38% de Bolsonaro.
rc (ots)
A história das eleições presidenciais no Brasil
A história das eleições presidenciais no Brasil
Foto: Adriano Machado/REUTERS/Nelson Almeida/AFP
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.