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Irã anuncia que vai produzir ou comprar armas que precisar

18 de abril de 2018

Rohani diz que seu país precisa "dissuadir potências invasoras" que interferem na região e querem transformá-la num "barril de pólvora", desrespeitando as leis internacionais.

"Produziremos e compraremos quaisquer armas de que possamos precisar", advertiu Rohani no Dia Nacional do Exército
"Produziremos e compraremos quaisquer armas de que possamos precisar", advertiu Rohani no Dia Nacional do ExércitoFoto: picture-alliance/AA/F. Bahrami

O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou nesta quarta-feira (18/04) que seu país necessita de um poder militar para "dissuadir as grandes potências e os terroristas".

"Afirmamos ao mundo que produziremos e compraremos quaisquer armas de que possamos precisar", advertiu Rohani em discurso na ocasião do Dia Nacional do Exército. "Dizemos aos países vizinhos que nossas armas não são contra eles, mas para dissuasão."

Leia também: "Síria é pretexto para EUA lidarem com Irã"

A declaração foi feita pouco depois de o governo iraniano criticar o ataque promovido por Estados Unidos, Reino Unido e França a alvos na Síria, pais aliado de Terrã, e coincide com o aumento da pressão internacional para que o Irã limite suas capacidades militares e sua influência regional a fim de preservar o acordo nuclear assinado em 2015 com os países do grupo G5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China e Alemanha).

Rohani quer que o Exército, os Guardiões da Revolução e os voluntários islâmicos Basij estejam "bem preparados e fortes". "Vivemos numa região sensível e vemos os poderes invasores construírem bases ao nosso redor. Ao desrespeitar os princípios do direito internacional, eles interferem nos assuntos regionais e invadem outros países sem a permissão da ONU."

O presidente criticou a assinatura de contratos milionários de compra de armamentos ocidentais por parte de países do Golfo Pérsico, afirmando que essas armas "não intimidam grandes nações, como o Irã".

"Vamos construir qualquer arma de que precisarmos"

01:32

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Enquanto caças e bombardeios sobrevoavam o local do desfile, transmitido ao vivo pela televisão, o presidente afirmou que seu país não representa uma ameaça aos seus vizinhos.

"Ninguém deve se preocupar com o poder do Irã, mas dizemos às principais potências mundiais que detenham o comércio de armas e [as tentativas de] transformar a região num barril de pólvora para seu próprio benefício", disse o líder iraniano.

O Irã desenvolveu a maioria de seu próprio arsenal militar, uma vez que está submetido a um embargo imposto pela ONU desde a Revolução Islâmica de 1979.

No desfile militar em Teerã, próximo ao mausoléu do aiatolá Khomeini, o fundador da República Islâmica, o país apresentou o mais recente sistema de mísseis de fabricação nacional, o Kamin-2, projetados para atacar drones em baixa altitude.

Outros equipamentos de defesa exibidos foram os mísseis S-300, S-200, Tabas e Sayyad, além de sistemas de radar e uma grande variedade de veículos blindados.

Reino Unido, França e Alemanha propuseram novas sanções da União Europeia (UE) ao Irã em razão de seu programa de mísseis balísticos e seu papel na guerra civil da Síria, numa tentativa de persuadir o presidente americano, Donald Trump, a preservar o acordo nuclear de 2015.

Trump havia dado um ultimato aos países europeus que assinaram o acordo com o Irã para que corrijam as "terríveis falhas" no documento, ameaçando se recusar a estender o alívio das sanções americanas ao país.

RC/efe/rtr

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