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Irã classifica novas sanções dos EUA como propaganda

18 de janeiro de 2016

Teerã afirma que novas retaliações a programa de mísseis balísticos não têm "legitimidade legal ou moral". Punições são anunciadas no dia seguinte à suspensão de sanções ao programa nuclear iraniano.

Em outubro de 2015, o Irã divulgou imagens de seu sistema subterrâneo onde mísseis são armazenadosFoto: IRINN.IR

O Irã afirmou nesta segunda-feira (18/01) que novas sanções impostas pelos EUA ao programa de mísseis balísticos iraniano são ilegítimas e não passam de propaganda, prometendo uma reação.

"A República Islâmica vai responder a essas medidas agravantes e propagandísticas prosseguindo com seu programa de mísseis legal de maneira mais intensa e desenvolvendo suas capacidades defensivas", disse o Ministério do Exterior iraniano em comunicado.

As novas retaliações dos EUA foram anunciadas apenas um dia após sanções europeias e americanas ao programa nuclear iraniano terem sido suspensas. Sinalizando que tensões entre Washington e Teerã persistem, foram penalizadas 11 empresas e indivíduos ligados ao programa de mísseis da República Islâmica.

"As sanções dos EUA ao programa de mísseis balísticos do Irã não têm legitimidade legal ou moral", afirmou Hossein Jaberi Ansari, porta-voz do Ministério do Exterior iraniano. Ele argumentou que armas americanas vendidas a aliados no Oriente Médio, totalizando dezenas de bilhões de dólares por ano, são usadas para cometer "crimes de guerra contra cidadãos palestinos, libaneses e, mais recentemente, iemenitas".

O Irã realizou um teste com um míssil balístico em outubro do ano passado, o qual a ONU classificou como violação de uma resolução que proíbe a República Islâmica de desenvolver mísseis capazes de transportar ogivas nucleares. O presidente americano, Barack Obama, também afirmou neste domingo que o teste violou acordos internacionais. Teerã insiste que o míssil foi projetado para transportar carga convencional.

Acordo nuclear

No sábado, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou que o Irã cumpriu todas as exigências do acordo nuclear firmado com o chamado Grupo 5+1, composto por Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha. Em seguida, a chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, anunciou o fim das sanções econômicas e financeiras ao programa nuclear de Teerã.

Obama classificou o acordo como um avanço diplomático, observando, no entanto, que persistem "profundas diferenças" com Teerã em relação às "atividades desestabilizadoras do país".

Nesta segunda-feira, ministros do Exterior da UE elogiaram o acordo nuclear, tentando desviar o foco das novas sanções dos EUA.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, prometeu que o fim das sanções internacionais ao programa nuclear impulsionaria a economia do país, com a República Islâmica podendo agora aumentar significativamente suas exportações de petróleo.

Nesta segunda-feira, temores de um possível excesso de oferta, devido ao fim das sanções ao Irã, levaram o petróleo a ser comercializado na Ásia por menos de 28 dólares o barril, o menor valor em quase 13 anos.

LPF/rtr/afp/dpa

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