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Irã confirma mais de 200 mortos em protestos no país

3 de dezembro de 2022

Desde o início da onda de manifestações, em setembro, esta é a primeira vez que Teerã publica cifra oficial dos óbitos ocorridos durante repressão às passeatas.

Imagem noturna de pessoas incendiando objetos na rua
Onda de manifestações no Irã começou em 16 de setembroFoto: SalamPix/abaca/picture alliance

O Conselho de Segurança do Irã informou neste sábado (02/12) que "mais de 200 pessoas perderam a vida" durante os protestos no país, iniciados em setembro, e informou que as forças de segurança atuarão de forma mais ativa em qualquer manifestação.

O órgão, que está vinculado ao Ministério do Interior, indicou que as 200 mortes aconteceram em "ataques terroristas" durante os distúrbios, sendo as vítimas "perturbadores e elementos contrarrevolucionários armados, integrantes de grupos separatistas".

Essa é a primeira vez, desde o início dos protestos, em 16 de setembro, que o Irã divulga uma contagem oficial de mortos.

"Quanto aos manifestantes, a República Islâmica do Irã os tratou com a máxima tolerância", mas "o plano do inimigo para continuidade dos distúrbios" provocou grandes danos, indica a nota.

Além disso, o Ministério alerta que o Conselho "atuará de forma mais decisiva" e "as forças de segurança e da polícia, com toda sua força e determinação, não permitirão mais que alguns perturbadores, com apoio de agências de inteligência estrangeiras, coloquem em perigo a segurança pública da sociedade".

"Sendo assim, qualquer perturbação da ordem pública e reunião ilegal em qualquer nível e lugar será tratada com determinação e sem tolerância", completa o texto.

Novas passeatas

O comunicado do Ministério é publicado em meio à convocação de novos protestos contra o regime, para serem realizados de segunda até quarta-feira.

As manifestações no Irã começaram em 16 de setembro, após a morte da jovem de origem curda Mahsa Amini, de 22 anos, enquanto estava sob custódia da polícia. Ela foi presa, supostamente, por usar o véu islâmico de maneira incorreta.

ONGs estrangeiras, como a Iran Human Rights, que tem sede em Oslo, na Noruega, apontam que o número de mortos é de 448, diante da repressão policial.

Além disso, ao menos 2 mil pessoas foram acusadas por diversos crimes, sendo que seis delas foram condenadas à morte até o momento.

md (EFE, AFP)

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