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Irã diz que em 2000 pediu extradição de autor de sequestro em Sydney

17 de dezembro de 2014

Pedido foi negado pela Austrália porque países não têm acordo de extradição. Man Haron Monis era acusado de cumplicidade no assassinato da ex-mulher e de vários casos de assédio sexual.

Foto: picture-alliance/S. Dioniso

No ano de 2000, o governo do Irã pediu a extradição de Man Haron Monis, o autor do sequestro ocorrido num café no centro de Sydney que resultou na morte dele e de dois reféns, mas o pedido não foi adiante porque a República Islâmica não tem um acordo de extradição com a Austrália, afirmou nesta terça-feira o chefe da polícia iraniana, general Ismail Ahmadi Moghaddam.

Segundo declarações dele à agência de notícias Irna, Honis era conhecido no Irã como Mohammad Hassan Manteghi. Em 1996, ele abriu uma agência de viagens, mas roubou o dinheiro dos clientes e fugiu. Por aquela época, a Austrália o aceitou como refugiado.

O advogado que defendeu Honis em 2009, depois de ele ter enviado oito cartas de teor ofensivo a famílias de soldados australianos mortos no Afeganistão, declarou que Monis foi um dos clientes mais estranhos que já teve. "Ele dizia ser um clérigo, mas não era, e ninguém o conhecia. Ele não tinha afiliação a nenhum grupo, era apenas um lobo solitário", afirmou o advogado Adam Houda.

Ele disse que desistiu de Monis porque este não ouvia os conselhos que lhe eram dados, por exemplo não falar com a imprensa. Em vez disso, ele se acorrentou em frente ao tribunal e discursou ao longo de horas, relatou Houda.

Em 2013, Monis foi acusado de cumplicidade na morte da ex-esposa, que foi esfaqueada e posta em chamas. Ele também foi acusado de uma tentativa de estupro ocorrida em 2002. Além disso, era acusado em mais de 40 casos de agressões e ataques sexuais. Autoridades australianas se perguntam por que ele estava livre se as acusações contra ele eram tão sérias.

Mensagens de Monis em redes sociais mostram que ele mesmo se via como um mártir. Ele afirmava ter sido torturado na prisão por suas crenças políticas e que lutava pelo islã e pela paz. Monis também se comparava ao fundador do Wikileaks, Julian Assange.

O governo iraniano condenou a tomada de reféns por Monis, classificando-a como um ato alheio ao islã. "Levar a cabo tais atos desumanos e provocar medo e pânico em nome do piedoso islã não é, de forma alguma, justificável", declarou a porta-voz do Ministério dos Exterior, Marzieh Afkham, de acordo com a Irna.

AS/ap/lusa/rtr

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