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Irã diz que presença dos EUA na Síria foi "erro"

22 de dezembro de 2018

Aliado de Assad, governo iraniano se manifesta pela primeira vez após Trump anunciar retirada de suas tropas do território sírio. Teerã diz que engajamento militar americano é fonte de tensão e instabilidade na região.

Grupo de soldados americanos se reúne antes de iniciar patrulhamento na Síria
Soldados americanos na SíriaFoto: -picture alliance/AP Photo/Z. Garbarino

O Ministério do Exterior do Irã afirmou neste sábado (22/12) que a presença militar dos EUA na Síria é "ilógica e uma fonte de tensão", na primeira manifestação de Teerã após a decisão do presidente Donald Trump de retirar todas as tropas americanas presentes na Síria.

"Desde o início, a entrada e presença de forças americanas na região foi um erro, ilógica, uma fonte de
tensão, e uma das principais causas de instabilidade", declarou o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano Bahram Ghasemi, citado pela agência de notícias Irna.

O presidente americano, Donald Trump, começou o que será uma retirada total das tropas dos EUA da Síria, declarando na quarta-feira que a missão de derrotar o "Estado Islâmico” (EI) fora bem-sucedida e que os militares americanos não são mais necessários no país. Trump afirmou também que os EUA não serão mais os "policiais do Oriente Médio”.

A decisão do presidente americano foi recebida com críticas por senadores americanos, autoridades militares e aliados estrangeiros. Medida também teria contribuído para renúncia do secretário de Defesa, Jim Mattis.

O Irã tem sido importante apoiador do governo sírio. Teerã sempre se opôs à presença de forças estrangeiras na Síria, exceto aquelas convidadas pelo governo Assad – caso de Irã e Rússia. A Guarda Revolucionária do Irã tem um contingente de comandantes e assessores militares atuando no país, em apoio ao presidente Bashar al-Assad.

Os EUA têm atualmente um total de cerca de 2 mil soldados estacionados na Síria, em duas áreas ao longo da fronteira com o Iraque. Seu papel principal é apoiar forças locais, em especial grupos curdos no norte sírio, no combate ao grupo terrorista EI. Assessores militares de Trump contrários à retirada afirmam que ela equivale a uma traição aos curdos, principais aliados locais dos americanos.

MD/afp/rtr/ap

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