1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Irã e Ocidente trocam propostas sobre programa nuclear

23 de maio de 2012

No início da nova rodada de negociações sobre o programa nuclear do Irã, ambos os lados apresentaram propostas próprias para resolver o conflito. Ocidente quer que Teerã desista de enriquecimento de urânio a 20%.

Foto: irna

"Colocamos uma nova proposta sobre a mesa, e esperamos que os iranianos reajam positivamente", afirmou Michael Mann, porta-voz da alta representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Catherine Ashton. Ele, entretanto, não quis dar detalhes sobre a proposta. No início da nova rodada de negociações sobre o programa nuclear do Irã nesta quarta-feira (23/05), ambos os lados apresentaram propostas próprias para resolver o conflito.

Mann disse logo após o início das conversações que o Irã deve, em particular, ser dissuadido de enriquecer urânio a uma concentração de 20%. A partir deste grau, torna-se relativamente fácil enriquecer o material até os 90% necessários para se produzir armas atômicas. Para a geração de eletricidade, 5% já são suficientes. "A capacidade de enriquecimento a 20% é a questão chave", disse um diplomata ocidental.

"Propostas desequilibradas"

Segundo a agência de notícias estatal iraniana Isna, a delegação de Teerã apresentou um plano de cinco pontos, cujos detalhes não foram divulgados. A agência descreveu as propostas ocidentais como “limitadas” e "desequilibradas", enquanto que o pacote de propostas iranianas seria "novo e abrangente".

O encontro, realizado em Bagdá, é a segunda e última rodada de negociações entre o Irã e o chamado Grupo 5+1, constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e pela Alemanha. A primeira rodada ocorreu em Istambul, em meados de abril, após as negociações haverem estado suspensas por 15 meses.

Catherine Ashton lidera negociações do lado ocidentalFoto: AP

Os cinco poderes de veto da ONU e a Alemanha esperam conseguir progresso palpável na reunião, mas não têm esperança de que o impasse seja totalmente resolvido. A primeira sessão de negociações, na manhã da quarta-feira, ocorreu como planejada.

"O Irã propôs um pacote com cinco pontos, com base em princípios de passo por passo e de reciprocidade, e estamos à espera da reação, durante as reuniões desta tarde, do grupo 5+1", disse à agência AFP um representante do governo iraniano. De acordo com a fonte, que pediu anonimato, as conversações deverão continuar na quinta-feira.

As negociações devem contribuir para que o conflito, que dura anos, seja resolvido pacificamente. Teerã espera conseguir um abrandamento das sanções contra o país, recentemente intensificadas. O Ocidente espera obter concessões, tais como a melhoria do acesso às instalações nucleares iranianas.

Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, visita centro de enriquecimento de urânioFoto: AP

Suspeitas ocidentais

O Irã continua insistindo que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas grande parte da comunidade internacional suspeita que o país esteja trabalhando na fabricação de uma bomba atômica.

A Irã vem trabalhando há dois anos no enriquecimento a um grau mais elevado. Isso alarmou Israel, que não descarta um ataque às instalações nucleares iranianas. O governo de Mahmud Ahmadinejad argumenta que o material se destina a fins medicinais.

O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Yukiya Amano, se mostrou otimista antes do início do encontro, vendo até mesmo a perspectiva de um acordo. O fato causou um relaxamento nos mercados de petróleo. O preço do combustível fóssil também baixou na quarta-feira.

Amano viajou no início desta semana a Teerã, para se encontrar com funcionários de alto escalão do governo. Ele quer, entre outros pontos, que seus inspectores também tenham acesso às instalações especialmente controversas, como o complexo militar Parchin. A AIEA suspeita que lá sejam realizadas pesquisas potencialmente relevantes para o desenvolvimento de armas nucleares. 

MD/afp/rtr
Revisão: Augusto Valente

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque