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Irã inaugura unidade de produção de centrífugas nucleares

7 de junho de 2018

Teerã afirma que começará a produzir novas centrífugas para enriquecimento de urânio dentro de um mês. Medida não viola acordo nuclear de 2015, que potências europeias lutam para salvar.

Nova instalação nuclear foi unaugurada na usina de Natanz, no centro do Irã
Nova instalação nuclear foi unaugurada na usina de Natanz, no centro do IrãFoto: picture-alliance/dpa

Dentro de um mês, o Irã deve começar a produzir centrífugas para o enriquecimento de urânio numa nova instalação na usina nuclear de Natanz, afirmou a Organização de Energia Atômica do Irã nesta quarta-feira (06/06).

A medida foi anunciada num momento em que potências europeias lutam para salvar o acordo internacional que restringiu o programa de enriquecimento nuclear iraniano, após o presidente americano, Donald Trump, anunciar a retirada dos EUA do pacto.

No acordo nuclear de 2015, assinado entre Teerã e o chamado Grupo P5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha), as potências mundiais impuseram severas restrições ao programa de enriquecimento de urânio em troca da suspensão de sanções internacionais. No entanto, a inauguração de uma instalação para produzir centrífugas avançadas na usina de Natanz, no centro do Irã, não viola o pacto.

Na terça-feira, o Irã comunicou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que aumentaria sua capacidade de enriquecimento de urânio dentro dos limites estabelecidos no acordo de 2015. A medida é vista como um sinal de Teerã de que não se curvaria aos EUA, que exigiram maiores restrições ao programa nuclear iraniano.

A saída dos EUA do acordo, anunciada em maio, também aumentou a pressão sobre os três signatários europeus – Alemanha, França e Reino Unido –, que têm lutado para manter o pacto vivo. A tarefa tem se mostrado cada vez mais difícil à medida que as empresas europeias abandonam o Irã, em meio a preocupações de que possam ser alvo de sanções americanas.

Enquanto isso, o embaixador do Irã na AIEA, Reza Najafi, alertou que o país poderia reiniciar o enriquecimento irrestrito caso as potências europeias não mantivessem o acordo intacto.

"Se numa situação lamentável o acordo nuclear falhar, o Irã poderá reiniciar suas atividades sem qualquer limite", disse Najafi. "O que posso dizer é que, neste momento, as negociações no nível de especialistas continuam, e esperamos que possam chegar a uma conclusão."

O ministro do Exterior da França, Jean-Yves Le Drian, reagiu à ameaça iraniana de enriquecer urânio além dos limites do acordo afirmando que "é sempre perigoso flertar com as linhas vermelhas".

Najafi também afirmou que o Irã não atenderá aos pedidos da AIEA para cooperar de maneira mais próxima com os inspetores nucleares. "Mas devo enfatizar que isso não significa que o Irã reinicie agora qualquer atividade contrária ao acordo. Trata-se apenas trabalhos preparatórios", afirmou.

PV/ap/rtr

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