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Irã liberta 70 mil presos em meio a surto de coronavírus

9 de março de 2020

Autoridades concedem liberdade temporária a detentos para impedir contágios nas prisões. Mais de 7 mil casos da doença, com 237 mortes, foram registrados no país.

Ruas vazias em Teerã devido ao surto de coronavírus
Ruas vazias em Teerã devido ao surto de coronavírusFoto: Isna

As autoridades do Irã concederam liberdade temporária a 70 mil presos para impedir a disseminação do novo coronavírus nas penitenciárias. O país enfrenta um surto da doença, com 7.161 casos e 237 mortes.

Nesta segunda-feira (09/03), o Ministério da Saúde iraniano informou a ocorrência de 595 novas infecções e 43 mortes pela enfermidade nas 24 horas anteriores. Os números são pouco menores do que os de domingo, enquanto 2.394 pessoas superaram a doença.

A maioria dos pacientes foi registrada na província de Teerã, com 1.945 casos; seguida por Qom, origem da epidemia no Irã, com 742; Mazandaran (633); e Isfahan (601).

O chefe do Judiciário iraniano, Ebrahim Raisi, explicou que a prioridade ao libertar os cerca de 70 mil prisioneiros foi dada àqueles com doenças crônicas. Ele, entretanto, não deu detalhes sobre  quando os libertados terão de retornar à prisão. "A libertação de prisioneiros continuará enquanto não criar insegurança na sociedade", afirmou.

Raisi também disse que os tribunais estão gerenciando "rapidamente" os casos de acusados ​​de acumular, para fins lucrativos, material médico e de higiene, como máscaras e desinfetantes.

Esses produtos estão sendo fabricados em grandes quantidades no país, depois que estiveram escassos durante a primeira semana do surto e que seus preços dispararam.

No nível local, também estão sendo feitas tentativas para produzir equipamentos de diagnóstico para coronavírus, que até agora foram fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e países como a China.

Esses kits importados são "suficientes para atender à demanda doméstica nos próximos dois meses", disse Mostafa Ghanei, do comitê científico iraniano responsável pelo controle da doença.

Ghanei informou que o equipamento de diagnóstico produzido no país chegará ao mercado "dentro de um mês" e que as autoridades selecionaram cinco das cerca de 50 empresas que se candidataram.

Enquanto isso, escolas e universidades permanecem fechadas, assim como ginásios, centros esportivos e a maioria dos locais turísticos. E todos os tipos de eventos culturais, esportivos e religiosos foram suspensos.

MD/rtr/efe

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