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Irã prepara novas violações ao acordo nuclear

27 de setembro de 2019

País está ativando novas centrífugas avançadas em processo de enriquecimento de urânio. Medida desrespeita compromissos assumidos em 2015 e coloca mais pressão sobre europeus, empenhados em manter a vigência do pacto.

Prédio de instalação nuclear no Irã
Instalação nuclear em Natanz, no IrãFoto: Getty Images/M. Saeedi

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou, através de um relatório divulgado nesta quinta-feira (26/09), que o Irã está acionando novas centrífugas avançadas em processo de enriquecimento de urânio. Os equipamentos foram instalados no início de setembro.

Segundo a AIEA o país também está realizando preparativos para começar a operar mais 300 centrífugas adicionais. O órgão afirmou que as centrífugas, instaladas na localidade de Natanz, "estão acumulando ou foram preparadas para acumular urânio enriquecido". 

O elemento é necessário para produzir combustível nuclear, mas o componente com níveis mais altos de enriquecimento também pode ser usado para produzir a bomba atômica. Para multiplicar os efeitos do enriquecimento de uma máquina única, um número maior de centrífugas é interconectado em cascata.

Assim, o Irã viola um terceiro ponto do acordo nuclear negociado em Viena em 2015, pressionando ainda mais os parceiros europeus França, Reino Unido e Alemanha. Teerã argumenta que eles devem encontrar um caminho para contornar as sanções comerciais dos Estados Unidos contra o Irã.

Nesta quinta-feira, o presidente do Irã, Hassan Rohani, disse em Nova York que os países europeus não estão fazendo o suficiente para salvar o acordo nuclear com o seu país, firmado em 2015. Ele ameaçou realizar "novos passos" que vão contra o pacto.

O acordo internacional impõe limites ao programa atômico de Teerã, evitando que o país desenvolva tecnologia para a bomba atômica, propondo, em contrapartida, a normalização das trocas comerciais com o país.

Em maio de 2018, os americanos se retiraram unilateralmente do acordo, como parte de sua estratégia de "pressão máxima", impuseram uma série de duras sanções aos iranianos. O presidente dos EUA, Donald Trump, alega querer forçar Teerã a um acordo novo e abrangente, também incluindo a política regional iraniana e seu programa de mísseis.

Os parceiros que permanecem apoiando o pacto com o Irã – Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia – vêm tentando salvar o acerto. Mas Teerã repetidamente acusou a Europa de não fazer o suficiente, deixando o país sem opção a não ser deixar de cumprir os compromissos assumidos.

Em discurso na Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira, o presidente do Irã, Hassan Rohani, descartou a possibilidade de conversar com qualquer representante dos Estados Unidos, enquanto as sanções contra seu país não forem suspensas.

Rohani garantiu que, para haver um debate, os EUA precisam retornar aos compromissos estabelecidos pelo acordo nuclear firmado em 2015, que foi rompido por Trump.

O presidente iraniano mencionou "incidentes recentes" que colocaram em perigo a segurança no Golfo Pérsico e defendeu a necessidade de reforçar a cooperação entre os países da região, deixando os EUA de lado.

"Os EUA dão as costas para seus compromissos, e a Europa não é capaz de cumprir os seus", declarou, repetindo as críticas aos países europeus, que, segundo ele, não estão fazendo o suficiente para compensar as sanções americanas e manter o pacto vivo.

MD/dpa/afp

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