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Iraque espera ajuda prometida

Mahmoud Tawfik (sm)13 de outubro de 2004

A 2ª conferência internacional sobre a reconstrução do Iraque, em Tóquio, aborda o restrito pagamento da ajuda econômica prometida a Bagdá. Economista iraquiano disseca a questão em entrevista à DW.

Reconstrução do Iraque mal emprega mão-de-obra localFoto: AP

"Não é possível que o país que foi o primeiro a mandar o homem para a lua não possa garantir o abastecimento de eletricidade em Bagdá", reclama o economista iraquiano Essam al-Khafagi. Ao se iniciar a segunda conferência internacional sobre a reconstrução do Iraque, nesta quarta-feira (13/10), em Tóquio, o fato é que a situação econômica e social no Iraque é catastrófica. Há um ano, na conferência de Madri, a questão foi amplamente discutida, mas até agora os resultados concretos foram mínimos.

Conferência de Madri, em outubro de 2003, prometeu, mas não cumpriuFoto: AP

Emprego sim, mas não para iraquianos

Entre os impasses mais urgentes, além da morosa reconstrução do país, estão as negociações pelo perdão da dívida externa do Iraque e o altíssimo índice de desemprego. Há 20 anos, a renda per capita no país era comparável à de países como a Grécia, por exemplo. Mas agora, o padrão de vida é miserável, ressalta Essam al-Khafagi. Além de não existir nenhum plano de combate ao desemprego, os únicos empregadores no momento são o Exército e as Forças Armadas.

A falta de segurança no país rechaça evidentemente os investidores. Além disso, os projetos de reconstrução do país raramente empregam trabalhadores iraquianos. Segundo informações de Essam al-Khafagi, algumas empresas admitem não confiar nos iraquianos a ponto de empregá-los como mão-de-obra.

Al-Khafagi se refere a um círculo vicioso. Uma população frustrada e empobrecida é uma ótima presa para fúria, ódio e radicalismo de todo tipo. O resultado disso é a violência que grassa por todo o Iraque. Isso dificulta a criação de novos empregos, que contribuiriam em grande medida para a estabilização social do país.

Menos de 10% da ajuda prometida

Não é à toa que o principal tema da conferência de Tóquio é o cumprimento dos compromissos acertados há um ano em Madri. O governo iraquiano espera que o encontro impulsione o pagamento imediato da ajuda econômica de 13,6 bilhões de dólares prometida por 37 países. Desta quantia, apenas um bilhão foi depositado até agora no Banco Mundial e no Fundo das Nações Unidas para o Iraque. O governo norte-americano também havia assegurado uma ajuda de 18,4 bilhões de dólares, da qual apenas um bilhão foi pago.

Tio Sam bebe petróleo iraquiano: dois manifestantes protestam contra a presença norte-americana no Iraque, durante a conferência de Madri, em 2003Foto: AP

Al-Khafagi informa que a insegurança no Iraque não é igual em todas as partes do país, lembrando que as regiões curdas no norte e no sul do país são relativamente estáveis e poderiam ser alvos exemplares de investimento. O economista iraquiano fez um apelo aos países que foram contra a guerra no Iraque, a fim de que eles assumam a responsabilidade que lhes cabe: "Não é segredo nenhum que o Iraque continua sob o controle dos EUA. Apelo aos países que têm uma boa imagem entre os iraquianos por causa de sua posição antibélica, a fim de que eles não cruzem os braços e se contentem em ficar vendo os americanos afundarem no lodo iraquiano".

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