Irlanda é o primeiro país da UE a reimpor lockdown
20 de outubro de 2020
Comércios e serviços não essenciais ficarão fechados por seis semanas, mas escolas e creches permanecerão abertas. Exercícios ao ar livre serão permitidos num raio de até 5 quilômetros de casa.
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A Irlanda é o primeiro país da União Europeia (UE) a impor um segundo lockdown para tentar conter a disseminação do coronavírus. O primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, anunciou na noite desta segunda-feira (19/10) que o país está em alerta máximo no plano de combate à covid-19 e declarou um lockdown de seis semanas a partir da meia-noite de quarta-feira.
"Todos no país devem ficar em casa", disse Martin em um discurso transmitido pela televisão.
No entanto, escolas e creches devem permanecer abertas, "porque não podemos e não queremos que o futuro de nossas crianças e adolescentes se torne mais uma vítima desta doença", afirmou Martin.
Comércios e serviços não essenciais terão de fechar as portas. A reabertura está prevista para ocorrer a partir de 1º de dezembro, visando uma recuperação da economia no período do Natal.
Restaurantes e bares poderão funcionar apenas com serviço de entrega de comida. O transporte público seguirá operando, mas em capacidade reduzida a 25%, para atender as pessoas que realizam serviços essenciais e não podem trabalhar de casa. Visitas a casas de repouso estão suspensas, a não ser em casos excepcionais.
Os serviços religiosos deverão atender apenas de forma online, assim como as bibliotecas. Museus, galerias e outras atrações culturais permanecerão fechadas.
Hotéis e pensões poderão continuar abertos, mas apenas para apoio aos serviços essenciais. Playgrounds ao ar livre, áreas de recreação e parques continuarão abertos, mas com medidas de proteção.
Além disso, não devem ocorrer reuniões familiares e visitas a outras residências, com exceção de casamentos com no máximo 25 convidados e funerais com até dez pessoas. Famílias que necessitam de ajuda, por exemplo, um casal de idosos ou pessoas com deficiência, poderão eleger uma outra família para lhe oferecer suporte. Neste caso, visitas estão permitidas.
Deslocamentos não essenciais, como passeios e prática de exercícios, serão limitados a um raio de 5 quilômetros de casa. A população só poderá sair dos respetivos condados para trabalhar, estudar ou "por outros propósitos essenciais". No entanto, o governo recomenda que os funcionários façam home office sempre que possível.
Até agora, infrações não são punidas com multa. Porém, o governo irlandês afirmou nesta segunda-feira que está finalizando um pacote legislativo de emergência para impor sanções durante o novo confinamento.
Segundo dados divulgados pelo governo nesta segunda-feira, a Irlanda registrou 1.031 casos de coronavírus em 24 horas, número considerado elevado para um país de menos de 5 milhões de habitantes. No total, a Irlanda contabiliza 50.993 infecções e 1.852 mortes.
Entre março e maio desde ano, a Irlanda viveu o primeiro lockdown, também de seis semanas. A partir de 5 de maio, algumas medidas começaram a ser relaxadas.
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Segunda onda na Europa
A Europa vive uma segunda onda de covid-19 após os relaxamentos nas medidas de restrição durante o verão. Vários países registraram recordes de casos diários na última semana e impuseram novas regras para tentar conter a disseminação do coronavírus.
Na segunda-feira pela manhã, o País de Gales, parte do Reino Unido, anunciou que instituirá lockdown de duas semanas a partir de sexta-feira. Lojas consideradas não essenciais terão de fechar. O primeiro-ministro, Mark Drakeford, afirmou que foi uma decisão "difícil" e anunciou uma linha orçamentária de 300 milhões de libras (o equivalente a mais de R$ 2,19 bilhões) para compensar as perdas.
Na Bélgica, desde segunda-feira, cafés e restaurantes estão fechados por quatro semanas para tentar conter o aumento das infecções. Além disso, o país instaurou toque de recolher entre a meia-noite e às 5h e proibição de vendas de bebidas alcoólicas a partir das 20h.
LE/dpa,lusa,afp,ap,ots
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.