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Isabella Rossellini

18 de fevereiro de 2011

Durante décadas, Isabella Rossellini conquistou o público tanto por sua atuação quanto por sua beleza. E, recentemente também por seu mérito na direção. No momento, a atriz preside o júri do Festival de Cinema de Berlim.

Isabella Rossellini lê em Berlim carta sobre ausência do diretor iraniano Jafar PanahiFoto: dapd

"Fiquei muito orgulhosa de ter sido escolhida para fazer parte do júri, mas meu ego explodiu quando fui selecionada para presidir esse simpático festival", afirmou Isabella Rossellini na entrevista coletiva para a imprensa concedida ainda na abertura do festival.

Em relação à situação do diretor iraniano Jafar Panahi, convidado para integrar o júri, mas impossibilitado de estar em Berlim por encontrar-se detido no Irã, Rossellini observou que "a arte diz respeito à liberdade do discurso e os artistas têm de se sentir livres para que suas vozes apareçam, não importa qual a forma de arte escolhida por eles; o cinema não é uma exceção", completou.

Rossellini conhece todos os bastidores da indústria cinematográfica e aprendeu a arte da representação e da direção do berço. Filha da atriz sueca Ingrid Bergman com o diretor italiano Roberto Rossellini, Isabella nasceu em Roma no ano de 1952 - 34 minutos antes de sua irmã gêmea, Ingrid.

O filme Blue Velvet, de David Lynch (1986) marcou o início de sua carreira de atriz. Nos últimos anos, ela também se firmou como diretora da série de curtas Green Porno e Seduce Me sobre a complexa vida sexual dos animais.

Personagens pouco convencionais

Rossellini tinha cinco anos de idade quando seus pais se separaram. Depois do divórcio deles, ela cresceu ao lado do pai, em Roma, para depois iniciar sua carreira como jornalista e modelo. Sua estreia no cinema se deu em uma rápida aparição, ao lado da mãe, no longa Questão de Tempo, de 1976. Seu primeiro papel no cinema foi no filme O Prado, de 1979.

Rossellini em 'Blue Velvet'

Sua presença nas telas chamou a atenção de público e crítica no primeiro longa em que atuou, produzido nos EUA, o filme O Sol da Meia-Noite, de 1985, embora seu trabalho subsequente tenha sido inesquecível: o papel de uma cantora em Veludo Azul.

Usando uma peruca longa e escura, Rossellini - no papel de Dorothy Vallens - interpreta a canção que dá título ao filme em um clube noturno e é perseguida por um homem jovem, que, por fim, testemunha seus atos sexuais bizarros com o sociopata Frank, interpretado por Dennis Hopper.

Rossellini atrai diversos tipos de público com sua habilidade de encarnar tanto os lados vulneráveis quanto os dominantes de uma complexa figura feminina.

Longe das telas, a atriz envolveu-se com o diretor David Lynch, com quem viveu durante quatro anos. Ela atuou também em outro filme do cineasta, Coração Selvagem, de 1990. Em uma entrevista à Zeitmagazin, suplemento do semanário alemão Die Zeit, a atriz afirmou que Lynch foi "o amor de sua vida", salientando que a separação foi muito difícil para ela.

Antes do relacionamento com Lynch, Rossellini foi casada com o diretor norte-americano Martin Scorsese.

Hollywood e indie

Isabella Rossellini participou de filmes norte-americanos, mas também atuou em inúmeras produções europeias, como no filme holandês Amor e Dor, de 1988, sobre uma família de judeus ortodoxos habitantes da Antuérpia.

Júri do Festival em Berlim: Guy Maddin, Nina Hoss, Isabella Rossellini, Sandy Powell, Jan Chapman e Aamir KhanFoto: dapd

Mantendo-se fiel a seus ecléticos papéis tanto em produções hollywoodianas quanto em filmes independentes, Rossellini aventurou-se pelo gênero western, atuando no semibiográfico Wyatt Earp (1994), de Lawrence Kasdan.

Em 1996, ela se uniu à equipe do cultuado diretor nova-iorquino Abel Ferrara para rodar o drama policial Os Chefões.

Uma mãe judia incapaz de compreender seu filho mais velho, ligeiramente perturbado (interpretado por Joaquim Phoenix), no filme Amantes, de James Gray (2008), foi seu último grande trabalho.

De diretora a presidente do júri

Com seus diversos talentos, não é de se espantar que Isabella Rossellini tenha se destacado tanto como diretora quanto como produtora. Suas premiadas e hilárias séries Green Porno, criadas para o canal do Festival de Sundance, marcaram sua estreia como diretora no festival norte-americano e no Festival de Berlim, em 2008.

Na capital alemã, onde preside o júri da mostra competitiva, ela anunciará neste sábado (19/02) o vencedor do Leão de Ouro.

Autor: Jörg Taszman (sv)
Revisão: Roselaine Wandscheer

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