Islândia declara estado de emergência após nova erupção
8 de fevereiro de 2024
Terceira ocorrência em poucos meses interrompe fornecimento de água quente, em pleno inverno, a uma região do país. Lava jorra a até 80 metros de altura através de uma fissura de três quilômetros de extensão.
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Autoridades da Islândia declararam estado de emergência nesta quinta-feira (08/02) após a terceira erupção vulcânica desde o mês de dezembro atingir a Península de Reykjanes. A erupção fez a lava jorrar a uma altura de até 80 metros e deixou milhares de residências sem aquecimento em pleno inverno no Hemisfério Norte.
Um vídeo mostra uma fissura na superfície terrestre de cerca de três quilômetros de extensão que produzia nuvens de fumaça que eram visíveis na capital Reykjavik, a 40 quilômetros de distância.
O Departamento de Proteção Civil e Gerenciamento de Emergências da Islândia declarou estado de emergência após a lava romper uma tubulação de transporte de água geotermicamente aquecida à Península de Reykjanes, utilizada para o aquecimento das residências.
O rompimento atingiu a região de Sudurnes, no sul da Península, onde vivem cerca de 28 mil pessoas. "É importante que os moradores e comerciantes em Sudurnes economizem toda a eletricidade e água quente possível", alertou o órgão.
O Instituto de Meteorologia Islandês disse que a erupção ocorreu na mesma zona da anterior, em 18 de dezembro.
Seis erupções em dois anos
Esta é a sexta erupção vulcânica em dois anos no país. A última delas ocorreu em 14 de janeiro, perto de Grindavik, uma pequena localidade com quatro mil habitantes que teve de ser completamente evacuada.
A Islândia possui 32 sistemas vulcânicos ativos. As erupções na Península de Reykjanes são as chamadas erupções fissurais, que normalmente não causam explosões de grande porte ou a liberação de quantidade significativa de cinzas na estratosfera.
Entretanto, cientistas temem que esses eventos possam continuar durante muitos anos. As autoridades locais deram início à construção de diques para desviar a lava de casas e infraestruturas críticas.
rc/le (Reuters, Lusa, AFP)
A erupção vulcânica na Islândia vista de perto
Após semanas de intensa atividade sísmica, vulcão no sudeste islandês entrou em erupção três vezes desde dezembro de 2023.
Foto: Civil Protection of Iceland/REUTERS
Vulcão em fúria
Em 8 de fevereiro de 2024, um vulcão na península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia, entrou em erupção pela terceira vez em dois meses. Cerca de 15 milhões de metros cúbicos de rocha derretida fluíram do solo nas primeiras sete horas da erupção, segundo uma estimativa do Instituto de Meteorologia Islandês (IMO).
Erupção corta sistemas de água quente e aquecimento
A erupção de 8 de fevereiro de 2023 deixou um rastro de danos em estradas e gasodutos, o que cortou o fornecimento de água quente em partes da península de Reykjanes em pleno inverno, em um dos países mais frios do mundo. A lava chegou a ser expelida a 80 metros de altura a partir de uma fenda de 3 quilômetros no solo.
Foto: Icelandic Coast Guard/AFP
Trabalho de restauração a -8ºC
Escolas, jardins de infância, museus e outros espaços públicos da região foram fechados por causa dos danos no sistema de aquecimento. A temperatura era de -8ºC. Cerca de 20 pessoas trabalharam durante a noite para restaurar a água quente através de um gasoduto de emergência.
Foto: Ralph Lee Hopkins/SuperStock/IMAGO
Realidade recorrente?
As recentes atividades vulcânicas na península de Reykjanes são chamadas de erupções de fissuras, que geralmente não causam grandes explosões
ou dispersão significativa de cinzas na estratosfera. No entanto, cientistas temem que isso possa continuar por décadas.
Foto: Kristinn Magnusson/AFP
Cidade evacuada às pressas
Em 14 de janeiro de 2024, a cidade pesqueira de Grindavik, no sudoeste da Islândia, foi evacuada às pressas durante a madrugada após uma erupção. Não houve mortos ou feridos, mas várias casas foram atingidas.
Foto: Marco Di Marco/AP/picture alliance
Um evento há muito aguardado
Durante meses, a intensa atividade sísmica indicava que a erupção estava próxima. Após o vulcão próximo a Grindavik entrar em erupção, em 18 de dezembro de 2023 surgiram algumas imagens espetaculares. O magma lançado através das grandes rachaduras na superfície deixou alaranjado o céu noturno.
Foto: Marco Di Marco/AP Photo/picture alliance
Monitoramento do fluxo de magma
Segundo o Instituto Islandês de Meteorologia (IMO), a fenda de aproximadamente 3,5 quilômetros de diâmetro, ainda em expansão, jorrava em torno de 100 a 200 metros cúbicos de lava por segundo, muitas vezes mais do que as erupções anteriores na região. A Defesa Civil alertou a população para não se aproximar do local.
Foto: Icelandic Coast Guard/AP/picture alliance
Paisagem laranja
No segundo dia da erupção de dezembro de 2023, especialistas afirmaram que a direção em que os rios de lava corriam significava que eles não representarim ameaças aos vilarejos nas proximidades.
Foto: Civil Protection of Iceland via REUTERS
Turismo vulcânico
Em dezembro de 2023, a Defesa Civil alertou através da emissora islandesa de televisão que a erupção não era uma atracão turística. Nos últimos anos, as erupções na região atraíram quase 680 mil visitantes, segundo estimativas das autoridades de turismo do país.
Foto: Kristin Elisabet Gunnarsdottir/AFP
Moradores retirados
Em 11 de novembro de 2023, quatro mil pessoas foram retiradas de Grindavik, cidade a cerca de 40 quilômetros da capital, Reykjavík. Os moradores tiveram de sair depois de os cientistas descobrirem que um túnel de magma corria debaixo do vilarejo.
Foto: Brynjar Gunnarsson/AP/picture alliance
Cidade fantasma em meio ao vapor
Semanas antes da erupção, uma série de pequenos terremotos – às vezes centenas por dia – danificaram ruas e edifícios na região e fizeram moradores saírem de casa.