Poucos dias após o Brexit, Inglaterra dá novo adeus à Europa, após sofrer possívelmente sua pior derrota no futebol. Com pouco mais de 320 mil habitantes, Islândia está entre as oito melhores seleções da Eurocopa 2016.
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Eurocopa: Islândia no centro dos holofotes
02:30
História esportiva foi escrita nesta segunda-feira (27/06), em Nice. A Islândia derrotou a Inglaterra, por 2 a 1, e eliminou os inventores do futebol e donos da liga mais rica do mundo da Eurcocopa 2016. A Inglaterra sofreu o seu segundo Brexit em menos de uma semana e, provavelmente, sua pior derrota no futebol. Islândia, país com pouco mais de 320 mil habitantes, está entre as oito melhores seleções da Europa.
A partida em Nice teve um início frenético. Logo aos três minutos, Daniel Sturridge lançou Raheem Sterling, que foi derrubado pelo goleiro islandês Hannes Halldórsson. Pênalti: convertido pelo capitão inglês, Wayne Rooney, no canto direito.
O que parecia ser o começo de uma classificação tranquila para o English Team tornou-se rapidamente um pesadelo. Dois minutos após o gol inglês, veio a resposta da Islândia. Uma cobrança longa de lateral de Kári Árnason sobrou dentro da pequena área – Ragnar Sigurdsson só teve o trabalho de completar para o gol.
A sensação do torneio voltou a chocar o país inventor do futebol aos 18 minutos, quando Kolbeinn Sighthórsson completou bela trama ofensiva da Islândia com um chute colocado, mas não indefensável, no canto direito de Joe Hart.
A improvável virada dos islandeses foi sentida pela seleção inglesa. A Inglaterra assustou com finalizações de longa distância e tentou furar a retranca da Islândia com bolas altas por trás da última linha defensiva do adversário, mas sem sucesso. Halldórsson não teve tanto trabalho assim, exceto num voleio de Harry Kane, aos 28 minutos.
De fato, as oportunidades mais claras na segunda etapa foram da Islândia. Aos 10 minutos, o autor do primeiro gol islandês emendou uma bicicleta dentro da área e quase marcou um golaço. Enquanto a excepcional condição física dos islandeses se destacava com a imensa quantidade de metros corridos por cada atleta, eles mostraram também qualidades na execução dos contra-ataques.
Aos 39 minutos, Aron Gunnarsson teve a definição da classificação em seus pés, mas Hart salvou. A pressão final da Inglaterra não surtiu efeito, faltou criatividade, faltou procurar a jogada individual e sobraram cruzamentos aéreos inofensivos.
Emoções explodiram com o apito final do árbitro. Vitória histórica de uma equipe que não se limitou em defender, que atuou como 11 amigos em campo e que sabem jogar futebol. Que venha a anfitriã França, no domingo, no Stade de France, em Saint-Denis.
Ficha técnica
Inglaterra 1 x 2 Islândia
Local: Stade de Nice, em Nice
Arbitragem: Damir Skomina (Eslovênia), auxiliado por seus compatriotas Jure Praprotnik e Robert Vukan.
Gols: Wayne Rooney (4'/1T), Ragnar Sigurdsson (6'/2T) e Kolbeinn Sigthorsson (18'/2T)
Cartões amarelos: Gylfi Sigurdsson (38'/2T), Daniel Sturridge (3'/2T) e Aron Gunnarsson (21'/2T)
Inglaterra: Joe Hart; Kyle Walker, Gary Cahill, Chris Smalling e Danny Rose; Dele Alli, Eric Dier (Jack Wilshere 1'/2T) e Wayne Rooney (Marcus Rashford 42'/2T); Daniel Sturridge, Raheem Sterling (Jamie Vardy 15'/2T) e Harry Kane. Técnico: Roy Hodgson.
Islândia: Hannes Halldórsson; Birkir Saevarsson, Kári Árnason, Ragnar Sigurdsson e Ari Skúlason; Gylfi Sigurdsson, Aron Gunnarsson, Johann Gudmundsson e Kirkir Bjarnason; Kolbeinn Sighthórsson (Elmar Bjarnason 321/2T) e Jón Dadi Bödvarsson (Arnor Ingvi Traustason (43'/2T). Técnico: Lars Lagerbäck e Heimir Hallgrímsson.
A criatividade da torcida na Euro 2016
Espalhafatosos, brincalhões, engraçados: os torcedores nas arquibancadas também são uma atração do torneio e às vezes chamam mais a atenção do que os jogadores.
A Albânia surpreendeu na competição e seus torcedores não ficaram atrás. Muitos fãs fazem com as mãos o desenho da águia duplicada, mas esse torcedor arrasou: delineou o símbolo que aparece na bandeira do seu país no próprio rosto. Vistos como azarões da Euro 2016, os albaneses estão perto de passar para as oitavas de final.
Foto: Getty Images/C. Brunskill
Bichos intrometidos
Coloridos e criativos, os torcedores anfitriões da Euro 2016 costumam apostar no tradicional galo como símbolo dos Le Bleu. Na torcida contra a Suíça, porém, a ave ganhou companhia de um animado cão dálmata, sabe-se lá por quê.
Foto: Reuters/S. Mahe
Coração romeno
Toda forma de amor vale a pena na torcida pela seleção nacional. Torcedores romenos frequentemente são flagrados fazendo o gesto com os polegares e indicadores. Em campo, no entanto, as ondas de amor não estão funcionando. Na primeira fase, a Romênia ficou em último lugar do grupo A.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Batata frita na cabeça
Nem só de diabos vermelhos é feita a Bélgica: as batatas fritas, prato nacional do país, também apareceram no jogo contra a Irlanda, que garantiu a participação da seleção nas oitavas da Euro 2016. Pelo menos é o que o chapéu dessa torcedora sugere.
Foto: Reuters/M. Dalder
Avante, toureiros!
As touradas são cada vez mais mal vistas por causa dos maus-tratos aos animais, mas a torcida leva a tradição para o estádio assim mesmo. Esses dois torcedores espanhóis sabem que agilidade, graça e movimentos rápidos fazem toda a diferença contra o oponente, seja ele um touro, seja a equipe adversária. Olé!
Foto: Reuters/Y. Herman
Vikings destemidos
Parece que os barcos dos vikings recém aportaram na costa francesa. Com alguns torcedores vestidos a caráter, cerca de 30 mil islandeses acompanham na França os jogos da sua seleção. Isso representa 8% da população do país nórdico.
Foto: Getty Images/M. Steele
Beijinho croata
Fundamental mesmo para se unir à torcida da seleção da Croácia é vestir xadrez vermelho e branco. Essas torcedoras mostram que, além de fogos de artifício, os croatas também jogaram beijinhos durante os jogos da Eurocopa. Beijo, em croata, é "poljubac".
Foto: picture-alliance/dpa/S.Allaman
Obelix belga
Esse torcedor belga parece não estar nem aí para o fato de os personagens Asterix e Obelix terem sido foram criados por um francês. Nas cores da bandeira belga, em vez da tradicional calça azul e branca, a fantasia fica ainda mais impressionante. Tudo pelos diabos vermelhos!
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Legionários romanos
Tomara que o Obelix belga não tenha esbarrado com esses legionários romanos torcedores da Azzurra. Afinal, os soldados romanos são as vítimas favoritas dos gaulêses – depois dos javalis, claro.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Dal Zennaro
Com uma ajudinha dos duendes
O caminho da Irlanda para a França é longo, mas nos ombros de um duende irlandês, figura folclórica do país, tudo fica mais fácil. Como sempre, ânimo é o que não falta para os irlandeses. O problema costuma estar dentro das quatro linhas.
Foto: picture-alliance/Offside/S. Stacpoole
Bigode obrigatório
Esse torcedor alemão apostou nas cores da bandeira nacional. O bigode lembra o visual dos soldados prussianos. Só ficou faltando o capacete militar com uma ponta no alto, outro um clichê germânico.
Foto: Reuters/D. Staples
Belas suecas
Dois barbados vestidos como uma personagem infantil? Num estádio, não tem problema. Os torcedores da Suécia encarnaram sua conterrânea Píppi Meialonga, famosa em livros e filmes na Europa. A fantasia brinca com outro clichê: o de que as suecas são sempre loiras, lindas e bem dispostas.