Islândia melhora produtividade com jornada de quatro dias
Ashutosh Pandey
6 de julho de 2021
Mais de 85% dos trabalhadores do país optaram por jornadas reduzidas – mantendo o mesmo salário –, ou obtiveram ao menos o direito de trabalhar menos.
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Trabalhadores na Islândia têm cada vez mais optado por uma semana de trabalho reduzida após dois estudos terem demonstrado que trabalhar menos horas aumentou "dramaticamente" o bem-estar e o equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional dos participantes.
Os dois experimentos, feitos entre 2015 e 2019, também descobriram que a produtividade permaneceu a mesma ou até melhorou na maioria dos locais de trabalho inscritos no programa.
Para os pesquisadores, os testes conduzidos pela Câmara Municipal de Reykjavík e pelo governo nacional foram um "sucesso esmagador". Desde sua conclusão, cerca de 86% da força de trabalho do país está trabalhando menos horas sem cortes salariais, ou ao menos ganharam tal direito.
"A jornada de trabalho reduzida da Islândia nos diz que não só podemos trabalhar menos nos tempos modernos, mas que uma mudança progressiva também é possível", disse Gudmundur Haraldsson, um dos pesquisadores.
Melhora do bem-estar
O experimento, que envolveu mais de 2,5 mil trabalhadores – mais de 1% de toda a população ativa da Islândia – cobriu uma ampla gama de locais de trabalho, desde escolas infantis a hospitais, escritórios e prestadores de serviços sociais.
Muitos dos participantes passaram de uma jornada semanal de 40 horas para uma de 35 ou 36 horas.
Os trabalhadores relataram que menos horas de trabalho facilitaram a execução de várias tarefas domésticas durante a semana, tais como fazer compras, limpar e arrumar a casa, etc. Muitos participantes do sexo masculino em relacionamentos heterossexuais disseram que puderam dedicar mais tempo às tarefas domésticas, especialmente na limpeza e na cozinha.
"Isso mostra que o setor público está pronto para ser pioneiro de semanas de trabalho reduzidas – e lições podem ser aprendidas para outros governos", disse Will Stronge, diretor de pesquisa do think tank britânico Autonomy, que junto com a Associação para a Democracia Sustentável (Alda), na Islândia, analisou os resultados dos experimentos.
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Jornada semanal de quatro dias ganha terreno
A ideia de uma semana de trabalho de quatro dias vem ganhando cada vez mais força em todo o mundo.
A Espanha está atualmente testando uma jornada semanal de 32 horas para empresas em um programa piloto de 50 milhões de euros (cerca de 300 milhões de reais). A empresa de bens de consumo Unilever lançou um experimento no qual está pagando a dezenas de seus funcionários seus salários integrais, enquanto pede que trabalhem apenas quatro dias por semana.
No Japão, o governo recomendou que as empresas permitissem que seus funcionários optassem por uma semana de quatro dias para melhorar o bem-estar dos empregados. As empresas, por sua vez, seriam capazes de reter funcionários capazes e experientes que, de outra forma, teriam que se ausentar devido a responsabilidades familiares.
Em agosto, o maior sindicato da Alemanha, IG Metall, requisitou uma semana reduzida, argumentando que a mudança salvaria milhares de empregos, de outra forma ameaçados pela transformação da indústria automobilística para a mobilidade elétrica.
Um relatório encomendado pela campanha 4DayWeek (Semana de 4 Dias), da Platform London, mostrou que migrar para uma jornada semanal de quatro dias também pode oferecer benefícios ambientais. Segundo o estudo, tal mudança poderia reduzir a pegada de carbono do Reino Unido em 127 milhões de toneladas por ano até 2025, ou o equivalente a tirar 27 milhões de carros das estradas.
Dez razões para visitar a Islândia
Em poucos lugares do mundo, os elementos estão tão próximos uns dos outros como na terra do fogo e do gelo. Essa ilha no Atlântico Norte encanta cada vez mais os turistas. Veja aqui dez motivos para conhecê-la.
A Islândia é uma terra de contrastes, que reúne fenômenos naturais extraordinários e de grande beleza. Desertos, vales, fiordes, geleiras e muitos outros tipos de paisagens podem ser encontrados ali. Um quarto da ilha é ocupado por áreas vulcânicas; 12%, por geleiras e somente 1% do território é coberto por florestas.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/K. Irlmeier
Vulcões ativos
A erupção do vulcão Eyjafjallajökull, em 2010, foi manchete em todo o mundo. Em parte devido ao seu nome impronunciável, mas também por causa das nuvens de poeira que cobriram a Europa, interrompendo o tráfego aéreo por vários dias. No país insular, existem cerca de 130 vulcões. Desses, aproximadamente 30 são classificados como potencialmente ativos.
Foto: picture-alliance/bt3/ZUMApress
Gigantes brancos
Na Islândia, muitos vulcões estão escondidos sob uma camada de gelo. Só a Vatnajökull, a maior geleira, cobre uma área de 1,2 mil campos de futebol. Um passeio sobre o gelo é bastante impressionante, mas somente na companhia de um guia profissional, o visitante deve se aventurar no "deserto de neve", pois ali, rapidamente, formam-se fendas e rachaduras.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/S. Ziese
Cachoeiras trovejantes
A água proveniente do derretimento das geleiras segue o seu caminho através de muitos rios até a costa. Nesse percurso, ela forma centenas de quedas d'água, às vezes com uma imensa força, como a Gullfoss, a cachoeira dourada. Pode-se ter uma ideia da dimensão dessa catarata através das pequenas figuras dos turistas na plataforma de observação à esquerda desta foto.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/K. Irlmeier
Gêiseres em ebulição
A água assume uma forma de bola e explode, formando no ar uma coluna de água fervente de 30 metros de altura. A cada poucos minutos, o famoso gêiser Strokkur (barril de manteiga) irrompe para o deleite dos muitos turistas assistindo a esse espetáculo natural. Ele se localizada na área geotérmica de Haukadalur, no sudoeste da ilha.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/M. Lohmann
Spas termais
Na Islândia, Haukadalur não é o único lugar onde se encontram águas termais, que se espalham pela ilha e são usadas, em parte, para o banho. A mais conhecida está localizada entre o aeroporto em Keflavik e a capital Reykjavik: rica em minerais, a Lagoa Azul ("Bláa lónið", em islandês) é um dos spas termais mais conhecidos. Banhar-se ali tem efeito beneficiais, especialmente para a pele.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/S. Ziese
Vida urbana
Uma vida urbana agitada não é necessariamente o que vai se encontrar no país conhecido como um paraíso natural. Atualmente, a ilha possui cerca de 320 mil habitantes. Na capital Reykjavik (baía fumegante, em islandês) e arredores, encontra-se boa parte deles: por volta de 120 mil pessoas. Assim, quem estiver à procura de divertimento pode ir à rua Laugavegur, no centro da capital islandesa.
Foto: picture-alliance/U. Bernhart
Cavalos robustos
A natureza, por sua vez, pode ser explorada num jipe, em caminhadas ou a cavalo. Esses animais desempenham um importante papel na ilha. Não somente como meio de transporte, mas também como fonte de renda, essa robusta espécie de equinos tem muitos fãs. Durante o verão, eles correm livremente nos planaltos. Somente no outono, eles são levados de volta para os vales: sempre um grande espetáculo.
Foto: picture alliance/Arco Images/L. Weyers
Terra de duendes
Aqueles que já viram a natureza encantada da Islândia compreendem rapidamente por que tantos habitantes da ilha acreditam em duendes. Há ate mesmo inventários de espíritos naturais vivos e mapas marcando o habitat desses seres. As estradas são construídas contornando tais locais. Na foto, vê-se uma pedra ou um duende? De qualquer forma, ele tem um nome: Hraunkarl.
Foto: DW/E. Yorck von Wartenburg
Céus brilhantes
Nos meses de verão, nunca escurece realmente sobre a ilha, enquanto no inverno, são raros os dias ensolarados. Mas o escuro também tem suas vantagens: principalmente entre meados de outubro e meados de março, pode-se admirar a Aurora Boreal. Também chamadas de "luzes do norte", essas auroras polares iluminam magicamente o céu noturno em verde, violeta e vermelho.