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Islândia: sucesso na Eurocopa e febre na internet

Nadine Wojcik (pv)2 de julho de 2016

Sensação do torneio de futebol, pequeno país no norte da Europa conquistou fãs mundo afora. Todo mundo quer ser um pouco islandês. A repórter da DW Nadine Wojcik ensina como se tornar "dottir" ou "son".

Jogadores da seleção islandesa executam uma coreografia junto de sua torcida, após a vitória sobre a Inglaterra na Eurocopa 2016
Seleção islandesa após a vitória contra a Inglaterra na EurocopaFoto: picture-alliance/dpa/F. Gambarini

Islândia, um país coberto por vulcões e geleiras. Um país onde mal há árvores – muito frio, muito escuro, muito ao norte. Quem quer viver num país assim? A euforia europeia ainda não chegou ao ponto de querer mudar à Islândia, mas muitos entraram no espírito viking e estão torcendo pelo pequeno país na Eurocopa deste ano.

Comprar uma camisa da seleção islandesa é praticamente uma missão impossível: se antes nenhum dos grandes fabricantes de material esportivo queria apoiar a seleção da Islândia, agora a pequena empresa italiana Errea produz dia e noite para tentar cobrir a demanda. Mas, obviamente, você também pode ser um ávido fã da Strákarnir okkar (Nossos meninos) sem o uniforme da seleção. Veja como:

1. Adote um nome islandês

Já reparou que todo nome islandês termina com "dottir" ou "son"? Estes sufixos significam "filha" e "filho", respectivamente. Na Islândia, os sobrenomes são compostos pela soma do nome do pai e a designação de gênero de cada titular do nome. Por exemplo: o filho de Neymar carregaria o sobrenome Neýmárson; a filha Neýmárdottir.

Por isso, a lista telefônica na Islândia é classificada pelo nome, ao contrário de na Alemanha, por exemplo, onde é classificada pelo sobrenome dos cidadãos. Quer saber qual seria seu nome islandês? Veja neste gerador online.

2. Grite Huh! e bata palmas acima da cabeça

Esta é a coreografia do momento no futebol mundial. Supõe-se que foi inspirada no Haka da Nova Zelândia, a dança de guerra de outra particular população insular, os maoris, que, assim como os islandeses, também convivem com um monte de carneiros. Para aqueles que não podem presenciar a coreografia no estádio, há a versão virtual.

3. Dê um nó na língua

Os islandeses viveram vários séculos completamente isolados e, por isso, o idioma do país mudou pouco nos últimos mil anos. Isso seria mais ou menos como se o latim ainda fosse a língua oficial na Itália. Quem quiser ser um verdadeiro fã islandês precisa, ao menos, ser capaz de pronunciar o nome do vulcão mais famoso da Islândia, que eclodiu em 2010 e travou a língua de muito apresentador de televisão: Eyjafjallajökull.

4. Seja destemido

Um torcedor de futebol de um país minúsculo não tem nada a perder. Quando ficou definido que a Islândia enfrentaria a Inglaterra nas quartas de final, um jornalista esportivo islandês disse: "Isso é ótimo! A liga profissional inglesa é um grande exemplo e poder jogar contra os ingleses é uma grande honra." Nada de medo ou intimidação.

E a empolgação dos jogadores islandeses não poderia ser tirada nem por um Cristiano Ronaldo. O astro do futebol mundial negou a troca de camisas, após Portugal ter empatado com a Islândia, na estreia do torneio. O português criticou o comportamento, a vibração do adversário: "Como se tivessem conquistado a Eurocopa." Quem sabe...

5. Perca a voz narrando um gol

Junto ao crescimento da seleção da Islândia na Eurocopa, veio a fama internacional ao narrador de futebol Gudmundor Benediktsson. Seus gritos, que se tornaram virais na internet, trazem à tona a essência do futebol: a paixão.

6. Seja criativo

Aproximadamente 330 mil islandeses vivem no país insular – fato que quase todo o mundo sabe, graças ao hype midiático. Veja como não é fácil montar uma seleção nacional com essa pequena população:

No entanto, os islandeses possuem também excelentes escritores e até mesmo o maior número de vencedores do Prêmio Nobel de Literatura em relação ao número de habitantes – Halldór Laxness, em 1955. Eles criaram novos padrões na música com a cantora Björk e a banda Sigur Rós.

O artista Ólafur Elíasson apresenta suas obras nos museus mais importantes do mundo. A atriz Anita Briem contracenou na aventura Viagem ao Centro da Terra – O Filme e na série The Tudors. E o musculoso Hafthór Júlíus Björnsson mostra toda sua força no sucesso mundial Game of Thrones, onde encarna o personagem Gregor Clegane ("A Montanha").

Além de futebol, a Islândia tem seleções nacionais competitivas no basquete e, principalmente, no handebol. Mas como alcançar isso com uma população equivalente à da cidade de Blumenau, em Santa Catarina? Simples: todos fazem de tudo.

Antes de sua carreira como ator, Hafthór "A Montanha" Björnsson fazia parte da seleção islandesa de basquete e foi bicampeão europeu, em 2014 e 2015, da competição esportiva Europe's Strongest Man (Homem mais forte da Europa, em tradução literal). O treinador adjunto da seleção de futebol, Heimir Hallgrímsson, ainda trabalha como dentista. E o goleiro titular Hannes Halldórsson é um famoso diretor de cinema.

Além disso, diz a lenda que existem elfos na mágica Islândia. E o resto da inspiração vem da paisagem natural de tirar o fôlego.

Eurocopa: Islândia no centro dos holofotes

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