Islândia tem nova erupção vulcânica e evacua cidade
14 de janeiro de 2024
Pela terceira vez em dois meses, região de Grindavik vive série intensa de abalos sísmicos e lava expelida por fissuras no solo. Moradores foram retirados às pressas durante a madrugada deste domingo.
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Uma nova erupção vulcânica foi registrada neste domingo (14/01) perto da cidade pesqueira de Grindavik, no sudoeste da Islândia. Os moradores foram retirados do local às pressas durante a madrugada. Não há relatos de feridos. É a segunda erupção em menos de um mês na região.
Horas antes do começo da erupção, a atividade sísmica se intensificou fortemente, com mais de 200 tremores – o mais forte deles de magnitude 3,5 –, motivo pelo qual os moradores foram alertados a deixar suas casas com urgência. Imagens de câmeras de vigilância mostram grandes fluxos de lava brilhante escorrendo por duas fissuras. A Agência Meteorológica da Islândia alertou que o magma se movia abaixo da superfície da Terra e que a probabilidade de uma erupção era alta.
Esta é a quinta erupção vulcânica na Islândia em quase três anos e a terceira em pouco mais de três meses. A última havia ocorrido há menos de um mês, na noite de 18 de dezembro, nesta mesma zona, a cerca de 40 quilômetros a sudoeste da capital, Reykjavík.
Em 11 novembro, a pequena Grindavik, de 4 mil habitantes, já tinha sido evacuada como medida de precaução após centenas de sismos provocados pela deslocação do magma sob a crosta terrestre – um precursor de uma erupção vulcânica. Os terremotos danificaram a cidade, criando grandes fissuras nas estradas, casas e edifícios públicos, em imagens que circularam por todo mundo.
Pouco depois da erupção de 18 de dezembro, os habitantes foram autorizados a regressar brevemente a suas casas e, cinco dias depois, em 23 de dezembro, de forma permanente, antes de serem novamente retirados na madrugada deste domingo.
As autoridades locais tinham dado uma ordem no sábado à noite para que os habitantes abandonassem a localidade até segunda-feira, devido à atividade sísmica e ao impacto nas fendas existentes na cidade. No entanto, tiveram que acelerar a retirada da população após a intensificação dos tremores.
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Desaparecido
Na quarta-feira, um islandês de 51 anos que trabalhava no preenchimento de uma fenda num jardim privado desapareceu quando o solo cedeu subitamente sob os seus pés.
Após 48 horas de buscas intensas, as autoridades decidiram suspendê-las na sexta-feira à noite, devido ao perigo.
Na mesma região, as autoridades estão atentas à central geotérmica de Svartsengi, que fornece eletricidade e água a cerca de 30 mil pessoas e cujas instalações estão protegidas por um muro.
A Islândia é conhecida como terra de fogo e gelo e é a maior e mais ativa região vulcânica da Europa, com mais de 30 sistemas vulcânicos ativos. A nação insular do Atlântico Norte fica na chamada dorsal mesoatlântica, que separa as placas da Eurásia e da América do Norte.
A península ao sul de Reykjavik, onde ocorreram as últimas três erupções, foi poupada deste tipo de fenômeno por oito séculos, até março de 2021.
A erupção mais significativa dos últimos anos na Islândia aconteceu em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajokull lançou enormes nuvens de cinza que, durante dias, afetaram o ar e os voos em toda a Europa.
le (Lusa, ots)
A erupção vulcânica na Islândia vista de perto
Após semanas de intensa atividade sísmica, vulcão no sudeste islandês entrou em erupção três vezes desde dezembro de 2023.
Foto: Civil Protection of Iceland/REUTERS
Vulcão em fúria
Em 8 de fevereiro de 2024, um vulcão na península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia, entrou em erupção pela terceira vez em dois meses. Cerca de 15 milhões de metros cúbicos de rocha derretida fluíram do solo nas primeiras sete horas da erupção, segundo uma estimativa do Instituto de Meteorologia Islandês (IMO).
Erupção corta sistemas de água quente e aquecimento
A erupção de 8 de fevereiro de 2023 deixou um rastro de danos em estradas e gasodutos, o que cortou o fornecimento de água quente em partes da península de Reykjanes em pleno inverno, em um dos países mais frios do mundo. A lava chegou a ser expelida a 80 metros de altura a partir de uma fenda de 3 quilômetros no solo.
Foto: Icelandic Coast Guard/AFP
Trabalho de restauração a -8ºC
Escolas, jardins de infância, museus e outros espaços públicos da região foram fechados por causa dos danos no sistema de aquecimento. A temperatura era de -8ºC. Cerca de 20 pessoas trabalharam durante a noite para restaurar a água quente através de um gasoduto de emergência.
Foto: Ralph Lee Hopkins/SuperStock/IMAGO
Realidade recorrente?
As recentes atividades vulcânicas na península de Reykjanes são chamadas de erupções de fissuras, que geralmente não causam grandes explosões
ou dispersão significativa de cinzas na estratosfera. No entanto, cientistas temem que isso possa continuar por décadas.
Foto: Kristinn Magnusson/AFP
Cidade evacuada às pressas
Em 14 de janeiro de 2024, a cidade pesqueira de Grindavik, no sudoeste da Islândia, foi evacuada às pressas durante a madrugada após uma erupção. Não houve mortos ou feridos, mas várias casas foram atingidas.
Foto: Marco Di Marco/AP/picture alliance
Um evento há muito aguardado
Durante meses, a intensa atividade sísmica indicava que a erupção estava próxima. Após o vulcão próximo a Grindavik entrar em erupção, em 18 de dezembro de 2023 surgiram algumas imagens espetaculares. O magma lançado através das grandes rachaduras na superfície deixou alaranjado o céu noturno.
Foto: Marco Di Marco/AP Photo/picture alliance
Monitoramento do fluxo de magma
Segundo o Instituto Islandês de Meteorologia (IMO), a fenda de aproximadamente 3,5 quilômetros de diâmetro, ainda em expansão, jorrava em torno de 100 a 200 metros cúbicos de lava por segundo, muitas vezes mais do que as erupções anteriores na região. A Defesa Civil alertou a população para não se aproximar do local.
Foto: Icelandic Coast Guard/AP/picture alliance
Paisagem laranja
No segundo dia da erupção de dezembro de 2023, especialistas afirmaram que a direção em que os rios de lava corriam significava que eles não representarim ameaças aos vilarejos nas proximidades.
Foto: Civil Protection of Iceland via REUTERS
Turismo vulcânico
Em dezembro de 2023, a Defesa Civil alertou através da emissora islandesa de televisão que a erupção não era uma atracão turística. Nos últimos anos, as erupções na região atraíram quase 680 mil visitantes, segundo estimativas das autoridades de turismo do país.
Foto: Kristin Elisabet Gunnarsdottir/AFP
Moradores retirados
Em 11 de novembro de 2023, quatro mil pessoas foram retiradas de Grindavik, cidade a cerca de 40 quilômetros da capital, Reykjavík. Os moradores tiveram de sair depois de os cientistas descobrirem que um túnel de magma corria debaixo do vilarejo.
Foto: Brynjar Gunnarsson/AP/picture alliance
Cidade fantasma em meio ao vapor
Semanas antes da erupção, uma série de pequenos terremotos – às vezes centenas por dia – danificaram ruas e edifícios na região e fizeram moradores saírem de casa.