Prós e contras
27 de julho de 2009Nesta segunda-feira (27/07) a Islândia candidatou-se oficialmente para o ingresso na União Europeia (UE). O processo de admissão é bastante complexo, envolvendo diversas exigências e fases de avaliação.
O país nórdico já preenche parte dos pré-requisitos. Segundo a presidência rotativa da UE, atualmente ocupada pela Suécia, as chances são boas. "Não há uma pista rápida para a Islândia", comentou o ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt. Mas, segundo ele, o trecho que o país precisa percorrer é mais curto do que o de outros candidatos.
Regulamentação transitória
Seu colega de pasta islandês, Össur Skarpedinsson, assegura que 70% das leis nacionais já estão conformes às diretrizes da UE. Vantajoso é também o fato de o país já pertencer ao Espaço Econômico Europeu e ao Espaço Schengen, que elimina os controles de fronteira.
A política nacional de pesca poderá exigir uma regulamentação especial de transição, por não estar de acordo com as diretivas do bloco europeu. O país pratica, por exemplo, a caça comercial à baleia, proibida na União Europeia.
A Islândia dispõe de uma zona exclusiva de pesca com 360 quilômetros de extensão. Caso se filie à UE, o país precisaria entregar à comunidade o controle sobre suas águas e cotas de pesca, o que esbarra na resistência do lobby pesqueiro.
Mudança súbita
Também do lado europeu há críticas quanto à intenção da Islândia. O chefe da bancada da União Social Cristã (CSU) no Parlamento Europeu, Markus Ferber, é da opinião que "a UE não pode fazer o papel de salvador na crise econômica islandesa".
Com isso ele se refere à súbita mudança de opinião no país, que antes da crise nunca se interessara por uma filiação ao bloco europeu. Foi depois de o valor da moeda nacional, a coroa islandesa, cair dramaticamente que a Islândia passou a se empenhar pela integração na UE.
Há ainda países-membros que são contra dar preferência ao candidato nórdico perante outras nações que há anos batem à porta do bloco. A Áustria enfatiza o exemplo da Croácia, também candidata ao ingresso na UE. Atualmente os demais candidatos são a Macedônia e a Turquia.
AV/dw/ap
Revisão: Alexandre Schossler