Prática havia sido suspensa após relatório denunciar maus tratos aos animais. ONGs criticam retrocesso e acusam governo de ignorar a ciência. País é um dos últimos a autorizar a caça comercial.
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O governo da Islândia anunciou nesta quinta-feira (31/08) que a caça comercial às baleias voltará a ser permitida no litoral do país, ainda que em condições mais rígidas.
A nação insular decidiu não ampliar uma proibição de dois meses que havia sido imposta em razão de preocupações com o bem-estar dos animais.
"A caça pode ser retomada amanhã [...] com exigências mais rígidas e detalhadas para os equipamentos e métodos de caça, assim como o aumento da supervisão", afirmou em nota o Ministério islandês de Alimentos, Agricultura e Pesca.
A Islândia, um dos três países que ainda permitem essa prática, juntamente com a Noruega e o Japão, é alvo de fortes críticas por parte de ambientalistas e defensores dos direitos dos animais.
A caça às baleias foi proibida em 20 de junho após um relatório da Autoridade Veterinária e de Alimentos da Islândia concluir que a prática não estava em acordo com a Lei de Proteção aos Animais do pais.
Arpões explosivos
O monitoramento da caça à baleia-comum, na qual são utilizadas arpões explosivos, revelou que a morte desses animais levava tempo demais, contrariando a lei islandesa.
No relatório divulgado em maio consta que 67% das 58 baleias capturadas pelos baleeiros monitorados morreram ou perderam a consciência imediatamente. No entanto, outras 14 baleias foram arpoadas mais de uma vez, sendo que outras duas foram atingidas quatro vezes antes de morrer.
Após a divulgação do relatório, um grupo de especialistas avaliou meios de reduzir as irregularidades durante a caça às baleias e concluiu que "é possível melhorar os métodos utilizados na caça de baleias de grande porte" e aumentar os cuidados com o bem-estar dos animais.
O Ministério informou que o Diretório de Pesca da Islândia e a Autoridade Veterinária e de Alimentos trabalharão em conjunto para fiscalizar a prática.
"Existem os fundamentos para fazermos mudanças nos métodos de caça que podem levar à redução de irregularidades. Desta forma, melhorando as condições do bem-estar dos animais", disse o Ministério.
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Decisão "devastadora e inexplicável"
A ONG Humane Society International (HSI), que de proteção aos animais, classificou a decisão do governo islandês como "devastadora e inexplicável", e considerou a atitude como uma oportunidade perdida para fazer "a coisa certa".
"É inexplicável que a ministra [Svandis] Svavarsdottir tenha rejeitado o aconselhamento científico inequívoco que ela própria encomendou, que demostrou a brutalidade e a crueldade da matança comercial das baleias", disse o diretor da HSI, Ruud Tombrock.
O país possui uma única companhia baleeira, a Hvalur, cuja licença para caçar baleias expira em 2023. Em 2020, uma empresa rival encerrou suas atividades, alegando que a prática não era mais lucrativa.
As cotas anuais autorizam a matança de 209 baleias-comum – o segundo maior mamífero do mundo atrás da baleia azul – e 217 baleias minke, uma das menores espécies. No entanto, a caça diminuiu drasticamente nos últimos anos em razão do encolhimento do mercado de carne de baleia.
rc (AFP, AP)
Dez superpoderes de animais inteligentes
Animais podem ser muito inteligentes, mas alguns se destacam por habilidades impressionantes. Confira dez espécies que deixariam o Super-Homem de queixo caído.
Foto: Soheil Soleimani
Golfinhos pensativos
Os golfinhos se reconhecem no espelho e dominam recursos metacognitivos: eles são capazes de se ocupar com os próprios pensamentos. Isso significa que eles podem não se decidir quanto confrontados com duas opções. Às vezes também ficam incertos e oscilam entre as duas.
Foto: Soheil Soleimani
Polvos precavidos
Tidos como os moluscos mais inteligentes do mundo, cefalópodes como o polvo-venoso são presas fáceis quando rastejam nas profundezas do mar. Praticamente indefesos, eles têm de estar sempre alertas. São cautelosos e se protegem procurando esconderijos nas imediações.
Foto: Imago/Westend61
Baleias falantes
Baleiês existe. O idioma que ficou famoso em "Procurando Nemo" tem até mesmo uma gramática. As baleias jubarte são conhecidas por cantar durante horas. Embora aves também façam isso, os mamíferos gigantes usam regras próprias. Assim como nós usamos verbos no presente ou no passado, elas combinam tons e frases e criam estrofes e melodias.
Foto: picture-alliance/dpa
Guaxinins decifradores
Guaxinins entendem mensagens rapidamente e têm ótima memória. Em uma experiência, animais foram colocados diante de 13 travas e conseguiram abrir 11 em menos de dez tentativas, incluindo aquelas com sistemas diferentes. Eles decodificaram o mecanismo e conseguiram lembrar o método três anos mais tarde.
Foto: Getty Images
Elefante não esquece
"Memória de elefante" não é só uma expressão. Eles se lembram de experiências vividas até 30 anos atrás e conseguem reconhecer algumas vozes. Num parque nacional no Quênia, os paquidermes reagem de forma diferente a pessoas da tribo Massai e Kamba. Eles ficam inquietos com os primeiros, porque sabem que eles caçam.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Kurokawa
Orangotangos precavidos
O orangotango é provavelmente um dos criminosos mais sofisticados do mundo animal. Aqueles que vivem perto de seres humanos costumam roubar secretamente rações de comida. Eles conhecem as consequências das suas ações, então apagam tudo o que aponta para o roubo – como palha espalhada ou as sementes caídas no chão.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Walton
Papagaio consciente
O espécime mais famoso dos papagaios-cinzentos foi Alex, que conseguia diferenciar objetos, formas e cores. A ave, que já morreu, conhecia 150 palavras, mas não se tratava de uni-las sem lógica e indiscriminadamente. Quando não estava interessado em participar do treinamento, ele resmungava, por exemplo: "Eu vou embora". Em dias de mau humor do proprietário, dizia: "Sinto muito ".
Foto: Ute Walter
Cacatua paciente
A ave é capaz de planejar suas ações em passos sequenciais. Em um experimento, uma noz foi colocada dentro de uma caixa de madeira fechada com travas e parafusos. A cacatua resolveu o enigma sem ajuda – conseguiu até afrouxar os parafusos. Quando lhe ofereceram trocar a noz por outra, ela esperou alguns segundos para pensar se valeria a pena.
Foto: picture-alliance/Arco Images GmbH/Tuns
Filhotes mimados
Tanto na anatomia quanto na bioquímica, macacos são muito parecidos conosco. Não é surpresa, então, que eles manipulem seus pares. Filhotes de macaco muitas vezes choram na presença de machos dominantes, mesmo que eles não lhes tenham feito nada. Por conta disso, macho-alfa se vinga do resto do grupo.
Muita gente acha que cada animal tem apenas uma técnica para caçar. Ledo engano. A aranha-saltadora sempre se reinventa de acordo com a situação. O pequeno aracnídeo é tão requintado que imita a presa capturada em sua teia ou dança como se fosse de outra espécie. Tudo para garantir a refeição do dia.